27/mai 20:36
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Por Sílvio Tavares |
Belo Horizonte/MG
Certamente o maior problema do transporte coletivo é a incoerência entre o discurso de redução do número de veículos particulares circulando e a qualidade, a frequência e o custo do transporte público. Só de observarmos a argumentação da bh trans na redução do quadro de horários em quase todas as linhas de ônibus da capital no último dia 11/05 e as discussões sobre a circulação noturna percebe-se que há um problema de cunho estratégico. A questão primordial é: quer se intermediar a relação entre empresa e usuário beneficiando este último ou as empresas detentoras dos contratos com interesse na lucratividade? Acredito que, se almejamos a melhora do trânsito e um usuário satisfeito, que prefira deixar seu veículo em casa devemos pensar em:
1) Aumentar a frequência dos ônibus: ninguém que tem carro vai passar meia hora em ponto de ônibus pra embarcar, independente de estar cheio ou não.
2) a argumentação das empresas de que os ônibus circulam vazios não funciona porque: a ausência dos ônibus cria um mecanismo retroalimentador negativo da demanda (ninguém espera ônibus mesmo se aumentar de uma hora pra outra porque sabe que a frequência é baixa, ter em vista que os ônibus circulam lotados em horário de pico e compensam a demanda menor em outros horários; a população simplesmente precisa de ônibus independente da demanda de outros usuários e a oferta noturna inexiste, ou existe de forma muito baixa em poucas linhas, na contra mão das capitais brasileiras como o Rio.
3) criação de linhas com itinerários maiores e diferenciados noturnos a fim de atender mais usuários e com maior frequência;
4) Ampliação do metrô (médio prazo)
5) integração dos bilhetes eliminando a ideia de linhas que não integram uma com a outra (nunca fez sentido para o interesse do usuário essa premissa);
6) Novas pesquisas de origem/destino devido ao excesso de linhs com itinerário superposto ou regiões sem acesso (por exemplo: carlos luz e floresta);
7) aumento da qualidade dos veículos (que hoje circulam sujos, com motoristas submetidos a alto índice de stress)
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