DEPUTADO WELITON PRADO (PT)
Discurso
Declaração de posição contrária ao projeto de resolução, de autoria da
Comissão de Constituição e Justiça, que delega ao Governador do Estado
atribuição para elaborar leis delegadas dispondo sobre a estrutura da
administração direta e indireta do Poder Executivo. Agradece o apoio
recebido e despede-se da Assembleia Legislativa para exercer o mandato de
Deputado Federal, a partir do ano de 2011.
Reunião
90ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2010
Página 156, Coluna 3
Assunto EXECUTIVO. (ALMG). DEPUTADO ESTADUAL. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Proposições citadas PL 9 de 2007
PL 2215 de 2008
PRE 4999 de 2010
Legislatura 16ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2010
Página 156, Coluna 3
Assunto EXECUTIVO. (ALMG). DEPUTADO ESTADUAL. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Proposições citadas PL 9 de 2007
PL 2215 de 2008
PRE 4999 de 2010
90ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
16ª LEGISLATURA, EM 17/12/2010
Palavras do Deputado Weliton Prado
O Deputado Weliton Prado* - Saúdo a todos. Concordo com o
posicionamento de vários Deputados e com o que foi dito pelo
Deputado Antônio Júlio e pelos Deputados do Bloco PT-PMDB-PCdoB.
Já tentei imaginar mil e um motivos para o Governador enviar a lei
delegada a esta Casa, mas não consegui encontrar nem um justo. Ele
já estava efetivo no cargo de Governador, mas quis a reeleição.
Então, não consigo conceber os motivos que o levaram a encaminhar
a esta Casa a lei delegada, que, infelizmente, interfere na
autonomia e na independência desta Assembleia.
Sempre tivemos boa-vontade. Votamos favoravelmente muitos bons
projetos para o Estado de Minas Gerais nesta Casa e, até mesmo, os
melhoramos. Não votamos contra projeto bom para o Estado.
Aprovamos várias proposições, melhoramos algumas e ajudamos na
obtenção de quórum para votá-las. Se não houvesse Oposição nesta
Casa, muitos projetos não teriam sido aprovados por falta de
quórum.
Fico pensando, mas não encontro motivos. Terminamos a legislatura
chateados. Quando ingressamos nesta Casa, na legislatura anterior,
o orçamento do Estado estava em torno de R$17.000.000.000,00. Hoje
a previsão é de quase R$50.000.000.000,00, ou melhor,
R$45.000.000.000,00 e, infelizmente, o governo não conseguiu
garantir a inclusão social, isto é, a inversão de prioridades no
orçamento para oferecer dignidade às pessoas que mais precisam. Na
área da saúde, não conseguimos o cumprimento da Emenda nº 29, que
ainda precisa ser regulamentada em Brasília. Não estão previstos,
na peça orçamentária, recursos necessários estabelecidos por essa
emenda. Minas Gerais poderia sair na frente e dar o exemplo, mas
isso não acontecerá. Hoje, no Estado, a saúde está um caos, mas já
poderíamos ter sinalizado melhorias significativas nessa área.
O mesmo acontece com a segurança pública. Uma das maiores
preocupações da população é o aumento da criminalidade e da
violência. Os recursos previstos não são suficientes nem para dar
dignidade aos profissionais, aos policiais que não recebem auxílio-
periculosidade, nem para garantir uma estrutura mínima, como
equipamentos, coletes e armamentos. É preciso dar autonomia e
independência às nossas polícias. Defendo o projeto do Deputado
Sargento Rodrigues, o qual prevê um fundo estadual de segurança
pública, para que recursos arrecadados na área de segurança
pública, sejam gastos com segurança pública, e não desviados para
o caixa único do Estado. É fundamental a aprovação desse fundo.
Lamento principalmente o grande gargalo de terminarmos esta
legislatura com os nossos professores e vários servidores
recebendo um salário de fome, com o qual não é possível
sobreviver. Refiro-me a um salário que não oferece dignidade aos
servidores nem as mínimas condições às famílias deles, que não
conseguem pagar aluguel, conta de energia - uma das maiores do
País - ou de água. A situação é muito difícil. Ontem aprovamos o
Plano Decenal de Educação, que é muito importante. Apresentamos
emendas que garantiriam dignidade aos servidores, mas,
infelizmente, elas não foram aprovadas; foram rejeitadas,
principalmente aquelas relativas à implementação do piso nacional
inicial, que garantiriam aos servidores direitos adquiridos com
muita luta.
Fica aqui a nossa posição. Voto contrário à lei delegada.
Deixamos aqui uma mensagem de muita luta e força para que
realmente o conjunto dos servidores e o movimento social continuem
mobilizados, pois, como sempre digo - e repetirei -, água mole em
pedra dura tanto bate até que fura, e o Parlamento, em nosso país,
funciona como feijão, sob pressão. A mobilização permanente é
fundamental para fazermos a transformação tão necessária, e ela
deve continuar. Não podemos ficar parados, quietos, senão os
poucos direitos que temos vão por água abaixo.
Aproveito este momento para agradecer, primeiramente, a Deus e,
em seguida, de coração, a todos os servidores da Assembleia
Legislativa: ao pessoal da faxina, à direção, à imprensa, à
Taquigrafia, enfim, a todos, por estes oito anos nesta Casa.
Agradeço a toda a população de Minas Gerais a expressiva votação
que recebi - mais de 240 mil votos - e a todos os colegas da Casa.
Desejo sucesso ao nosso Vice-Governador, Deputado Alberto Pinto
Coelho, e a todos os companheiros, tanto os que ficam quanto os
que vão. De forma muito especial, quero cumprimentar os
companheiros que não foram eleitos. Infelizmente, isso faz parte
da vida, do processo eleitoral. Muitos tiveram uma votação
expressiva, outros não obtiveram tanto sucesso, mas são Deputados
que realmente trabalharam e contribuíram muito. Fica, então, aqui
toda a nossa solidariedade e apoio. Desejo sucesso a todos os
companheiros da Casa.
Mais uma vez, agradeço a Deus e a toda a população a nossa
expressiva votação. Nosso trabalho continuará com muita firmeza.
Desejo sucesso ao nosso Vice-Governador e a todos os companheiros
desta Casa.