DEPUTADO SÁVIO SOUZA CRUZ (PMDB)
Discurso
Declaração de posição contrária à proposta de emenda à Constituição, de
autoria do Governador Antonio Augusto Junho Anastasia, que acrescenta
artigo à Constituição do Estado e trata da remuneração por meio de
subsídio dos servidores integrantes das carreiras da área de educação do
Poder Executivo do Estado e ao projeto de resolução, de autoria da
Comissão de Constituição e Justiça, que delega ao Governador do Estado
atribuição para elaborar leis delegadas dispondo sobre a estrutura da
administração direta e indireta do Poder Executivo.
Reunião
84ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/12/2010
Página 110, Coluna 1
Assunto EXECUTIVO. PESSOAL. (ALMG).
Proposições citadas PEC 61 de 2010
PRE 4999 de 2010
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/12/2010
Página 110, Coluna 1
Assunto EXECUTIVO. PESSOAL. (ALMG).
Proposições citadas PEC 61 de 2010
PRE 4999 de 2010
84ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
16ª LEGISLATURA, EM 13/12/2010
Palavras do Deputado Sávio Souza Cruz
O Deputado Sávio Souza Cruz* - Sr. Presidente, colegas Deputados
e Deputadas, sobrou pouco para que encaminhássemos contrariamente
a esse projeto no tocante ao mérito. Fica claro que, a partir da
aprovação dessa proposta de emenda à Constituição, fica extinta a
possibilidade da carreira no âmbito do magistério. Isso por si só
já seria de gravidade suficiente para recomendarmos a desaprovação
dessa proposta, mas chamarei a atenção para outro aspecto. Na
semana passada votamos em 1º turno a chamada lei delegada: a
Assembleia renunciando a suas funções constitucionais, delegando-
as ao Executivo para que faça o seu trabalho e assumindo sua
incapacidade de contribuição no processo, como se fizéssemos
confissão de incapacidade de discutir grandes temas do Estado e de
contribuir para achar as melhores soluções para o povo de Minas
Gerais. Um novo passo em direção ao desprestígio do Poder
Legislativo estadual, que anda tão subalternizado nesse quadro da
democracia brasileira. Assistimos ao Governador e ao Prefeito
escolherem juntos a Mesa da Câmara Municipal; agora, assistimos
nesta votação a um novo imediatismo em Minas Gerais, onde se muda
a Constituição para se adequá-la a lei já votada. Votamos uma lei
inconstitucional com informação do governo dizendo: “Não se
preocupem, ela será inconstitucional por pouco tempo, porque, em
breve, através de uma PEC, ajustaremos a Constituição a uma lei já
votada”. Daqui a pouco, o próximo passo será a criação do
instituto da lei delegada. Delegamos ao governo a capacidade de
fazer legislação e delegamos, quem sabe, em um próximo passo, a
delegação para que faça da Constituição aquilo que bem queira. Por
todas essas razões, em nome dos professores de Minas Gerais e em
nome desta Casa, do Poder e da democracia, também encaminho
contrariamente a essa proposta de emenda à Constituição.