Em março, a comissão, ainda em caráter extraordinário, foi à Praça Sete na Capital para comemorar o Dia Internacional da Mulher - Arquivo ALMG
Marília Campos disse que o trabalho à frente da comissão proporcionou seu crescimento como parlamentar

Ato no Salão Nobre apresenta Comissão das Mulheres

Nova instância política da Assembleia de Minas será espaço de ampliação da participação feminina.

01/11/2018 - 16:58

Instituída oficialmente no dia 7 de agosto deste ano, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai ser apresentada formalmente na próxima terça-feira (6/11/18), às 16 horas, em solenidade no Salão Nobre do Parlamento mineiro.

Criada em caráter extraordinário em 2015, a comissão tem por objetivo atender às demandas específicas dessa parcela majoritária da população, bem como contribuir para ampliar a participação feminina na política.

Além de estimular a ampliação da representação feminina na política, a comissão, agora transformada em permanente, pretende aprofundar a discussão das matérias de sua competência, como a promoção da igualdade entre homens e mulheres e o combate à discriminação de qualquer natureza.

Também é propósito da nova instância política promover a autonomia das mulheres e o combate aos diversos tipos de violência e ao feminicídio, bem como garantir espaços de visibilidade e discussão de temáticas que impactam a vida das mulheres, além de fomentar as políticas públicas, sociais e econômicas pertinentes ao segmento.

A comissão é oriunda do Projeto de Resolução (PRE) 49/17, de autoria da Mesa da Assembleia, que deu origem à Resolução 5.522/18.

Composição – Até o encerramento da atual legislatura, em 31 de janeiro, a comissão poderá manter a atual composição, tendo à frente a deputada Marília Campos (PT), eleita na última terça (30/10) como presidenta. A Comissão deve eleger a vice-presidente na próxima terça (6/11), em reunião programada para às 11 horas, no Auditório. 

Integram ainda a comissão, como membros efetivos, as deputadas Geisa Teixeira (PT), Rosângela Reis (Pode) e Arlete Magalhães (DC), e, como suplentes, os deputados Cristiano Silveira (PT), Mário Henrique Caixa e Glaycon Franco (ambos do PV), e as deputadas Celise Laviola (PMDB) e Ione Pinheiro (DEM).

A partir de 1º de fevereiro de 2019, quando terá início a nova legislatura, a composição da comissão deve ser alterada, em função das mudanças decorrentes das eleições.

Comissão comemora aumento do número de mulheres na Assembleia

O relatório final da Comissão Extraordinária das Mulheres foi aprovado em reunião no último dia 17 de outubro. Na ocasião, os membros da comissão comemoraram a ampliação do número de deputadas eleitas para o Parlamento mineiro, que, na próxima legislatura, passará de seis para dez.

Ao ler o documento, a presidenta da comissão, deputada Marília Campos (PT), ressaltou a “coragem e ousadia” das parlamentares, que não ocupavam sequer 10% das cadeiras do Parlamento mineiro: “Ainda assim ousamos apresentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/15, que busca garantir a presença de ao menos uma mulher na Mesa da Assembleia Legislativa”.

A deputada destaca que essa será uma das lutas a mobilizar as mulheres na próxima legislatura.

Relatório - Só no último ano de trabalho, a comissão realizou mais de 30 atividades, informa o relatório. Entre os resultados, o documento destaca a regulamentação da Lei Complementar 116, de 2011, pela ALMG. A norma dispõe sobre o assédio moral e sexual na administração pública, e foi regulamentada por meio da Deliberação 2.667, de 2017.

Outro avanço foi a revogação da Portaria 3, de 2016, da Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, que permitiu o abrigamento compulsório, direto da maternidade, de bebês de mães suspeitas de serem usuárias de drogas em situação de vulnerabilidade social.

“Realizamos reuniões com o Tribunal de Justiça e a Prefeitura de Belo Horizonte, que foram determinantes para a resolução desse grande impasse”, afirma Marília Campos.

A deputada enfatizou ainda o suporte prestado aos movimentos feministas na reivindicação de recursos no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), por meio da Comissão de Participação Popular.

A parlamentar explicou que mulheres de entidades diversas se organizaram para intervir no Orçamento do Estado a fim de assegurar a efetivação de políticas públicas destinadas a essa parcela da população.

A presidenta da Comissão das Mulheres disse ainda que a experiência à frente dos trabalhos lhe permitiu crescer enquanto parlamentar. Admitindo a força social das mulheres, afirmou que se reconheceu feminista “nessa convivência com os movimentos e suas demandas”.

"As atividades apontaram para a necessidade de institucionalizar o acolhimento das questões relacionadas à igualdade de gênero dentro da Assembleia", ressaltou.

Convidados – Para a solenidade de apresentação da comissão, na próxima terça-feira (6), foram convidadas representantes do mundo oficial, parlamentares da 18ª Legislatura, com foco nas deputadas, além das parlamentares eleitas para a 19ª Legislatura. Também foram convidadas representantes de delegacias de mulheres de todo o Estado, da Coordenadoria de Mulheres Municipal e Estadual, entre outros órgãos e personalidades.