O projeto ficou com 15 artigos e um anexo em que são apresentadas 18 metas
Plano Estadual de Educação está pronto para análise definitiva do Plenário

Plano Estadual de Educação pronto para 2º turno no Plenário

Debates mobilizaram parlamentares e sociedade civil em torno de temas como preconceito de gênero e de orientação sexual.

14/11/2018 - 17:08 - Atualizado em 14/11/2018 - 17:46

Está pronto para ser votado em 2º turno no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Plano Estadual de Educação (PEE), previsto pelo Projeto de Lei (PL) 2.882/15.

A proposta, de autoria do governador Fernando Pimentel (PT), teve parecer aprovado nesta quarta-feira (14/11/18) pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. O parecer de 2° turno da relatora e presidente da comissão, deputada Celise Laviola (MDB), foi favorável à matéria na forma do substitutivo nº 1 ao vencido (texto aprovado com alterações no 1º turno).

Com a aprovação do parecer, o projeto agora pode ser votado em definitivo no Plenário. Segundo a relatora, o substitutivo ao vencido se tornou necessário para, sem alterar o conteúdo, dar maior clareza ao texto das metas e estratégias previstas no plano, tanto em decorrência das alterações incorporadas pelas emendas aprovadas em 1º turno no Plenário quanto para aprimorá-lo nos aspectos relativos à técnica legislativa.

Conforme o parecer, outra mudança implementada pelo substitutivo ao vencido, desta vez na parte normativa, modificou o artigo 5º da proposição. Lá, a representação do Poder Legislativo no rol de instâncias responsáveis pela avaliação e monitoramento da execução do PEE se restringirá apenas à Comissão de Educação, uma vez que o Regimento Interno da Casa atribui a esta comissão a competência de apreciar as diversas matérias relativas às políticas de educação.

Discussões - O Plano Estadual de Educação foi alvo de acaloradas discussões nos últimos três anos. Deputados e representantes da sociedade civil debateram diretrizes, objetivos, metas e estratégias para a área no decorrer desta legislatura.

As principais polêmicas foram com relação a dispositivos que tratavam de minorias, como homossexuais e transsexuais. Já em 2016, a ALMG promoveu o Fórum Técnico Plano Estadual da Educação, no qual representantes da sociedade civil se reuniram para discutir o texto enviado pelo governador e fazer sugestões de alterações.

Já naquele momento, as discussões foram acirradas. Alguns grupos defendiam que fossem incluídas nas metas o combate à discriminações e citava alguns dos preconceitos possíveis, entre eles gênero e orientação sexual. Outros, no entanto, diziam que isso levaria à erotização das crianças e adolescentes. Com a entrega do relatório final dos debates realizados ao longo do Fórum, as discussões prosseguiram.

Quando o projeto chegou ao Plenário para ser votado em 1º turno, recebeu 16 emendas e teve que voltar para a análise das comissões. O substitutivo aprovado nesta quarta (14) manteve a questão do combate à discriminação, mas de forma genérica, já que foram retirados do texto original exemplos de discriminações possíveis, como “raça, religião e identidade de gênero”.

Meta 21 - Uma das emendas mais polêmicas apresentadas em Plenário no 1º turno foi a que incluia a Meta 21, que continha oito estratégias para combater todo tipo de discriminação e a consequente evasão escolar.

Havia a previsão de busca ativa de travestis, transexuais e transgêneros que não tenham concluído o ensino fundamental; a regularização do nome social para esses estudantes; e a garantia de que os profissionais de educação possam discutir identidade de gênero e orientação sexual em sala de aula. A Meta 21 foi completamente rejeitada na votação no Plenário e excluída do texto atualmente em discussão.

Metas incluem universalização de ensino separada por faixas etárias

O PL vai substituir o Plano Decenal de Educação, aprovado pela ALMG em 2011, com vigência até 2020, mas que será revogado pela nova norma. Na mensagem do governador que encaminhou o PEE, em setembro de 2015, o Executivo lembrou que a elaboração de um novo plano foi necessária após a edição de um novo Plano Nacional de Educação (PNE), por meio da Lei Federal 13.005, de 2014, com vigência até 2024.

O PL ficou com 15 artigos e um anexo em que são apresentadas 18 metas. Entre elas, várias propõem a universalização do atendimento escolar, separadas por faixas etárias, englobando os ensinos infantil, fundamental e médio, até a faixa de 15 a 17.

Prevê-se também a universalização do acesso à educação básica para a população até 17 anos com deficiência ou transtornos no desenvolvimento, preferencialmente na rede regular de ensino. Ou por meio de atendimento educacional especializado, com a garantia de sistema educacional inclusivo, sempre que não for possível a integração no ensino regular.

De um modo geral, as metas demarcam o que se pretende alcançar nas macrodimensões da educação, considerando-se o acesso aos diversos níveis e modalidades de ensino, a qualidade da educação, a inclusão e a equidade, a gestão democrática, a valorização dos profissionais de educação e o financiamento. Já as estratégias detalham os meios para viabilizar o cumprimento das metas.

Atenção integral - Há também a previsão de que sejam criadas políticas de atenção integral aos estudantes como medida fundamental para a execução do plano. Essas políticas serão implementadas por meio de ações articuladas dos órgãos de assistência social, saúde, proteção à infância, à adolescência e à juventude, em parceria com as famílias.

Nos dispositivos que tratam de monitoramento, avaliação, acompanhamento e revisão do PEE (artigos 5º a 8º), foram sugeridos aprimoramentos com vistas a conferir uma maior definição nas ações de controle governamental e social da execução do plano, contribuindo para sua maior efetividade.

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