Com a venda dos direitos de exploração das usinas, empresas estrangeiras passam a controlar 50% da produção energética de Minas Gerais

Deputados participam de ato contra leilão de usinas da Cemig

Manifestação foi realizada na frente da sede da empresa na manhã desta quarta-feira (27).

27/09/2017 - 11:47

A Frente Mineira de Defesa da Cemig participou, na manhã desta quarta-feira (27/9/17), de ato em protesto contra o leilão, organizado pela União, de quatro usinas sob a concessão da empresa. No leilão realizado nesta manhã, o governo federal vendeu os direitos de exploração das Usinas de Miranda, São Simão, Jaguara e Volta Grande, localizadas no Triângulo Mineiro, para empresas de capital estrangeiro pelo valor total de R$ 12,13 bilhões.

O 1°-secretário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Rogério Correia (PT), falou em nome da frente no ato realizado na sede da empresa em Belo Horizonte. O parlamentar lamentou o fato de que agora empresas estrangeiras passam a controlar 50% da produção de energia e parte das águas de Minas Gerais. "Energia e água são setores estratégicos que não podem ser privatizados", afirmou.

Para ele, o governo federal entregou ao capital financeiro internacional parte do patrimônio dos mineiros. "Tentamos várias liminares para impedir o leilão, mas foram derrubadas. O risco agora é de aumento da tarifa energética em Minas Gerais", afirmou.

Justiça - O coordenador-geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jefferson Silva, disse que a intenção é tentar reverter o resultado do leilão na Justiça. Para ele, ao realizar o leilão, a União descumpriu contrato que previa a prorrogação da concessão das usinas para a Cemig.

Jefferson Silva destacou a preocupação com o futuro dos trabalhadores da empresa, diante da redução da receita, e apontou que, no caso dos funcionários das usinas leiloadas, não há nenhuma garantia sobre como serão os contratos.

Ele ainda apontou que a redução da receita da Cemig irá impactar negativamente o Governo do Estado, que é o maior acionista da empresa, além de reduzir a capacidade de investimento para melhoria do sistema energético.

A deputada Marília Campos (PT) e o deputado Geraldo Pimenta (PCdoB) também participaram do ato e se manifestaram contrários ao leilão.

Frente parlamentar - O certame da União mobilizou parlamentares estaduais e federais e a sociedade civil contrários ao leilão. Em 24 de julho deste ano, foi lançada na ALMG a Frente Mineira de Defesa da Cemig, que participou de atos em Miranda, São Simão e Jaguara. O movimento também foi a Brasília para solicitar a suspensão do processo e realizou audiências em Belo Horizonte para dar visibilidade à causa.

As diretrizes para a realização do certame foram estabelecidas na Portaria 133, de 2017, do Ministério de Minas e Energia.