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Data Contribuições Positivas Negativas
29/out
16:01
Por Ricardo de Moura | Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente | Belo Horizonte/MG
Programa 056, Ação 4322. A realização do projeto “Qual seu Santo” visa registrar, informar e resguardar os pensares tradicionais da religiões de matriz africana, como forma de empoderamento, luta e visibilidade desses grupos demonstrando a importância para a construção da sociedade contemporânea, constituída por inúmeras diversidades, como as de gênero, raça, credo e religiosa. O projeto “Qual seu Santo” consiste na realização de ensaios fotográficos de sacerdotes de religiosidades de matriz africana da região metropolitana de Belo Horizonte, que resultarão em quadros contando um pouco da sua história com a religiosidade e seus cultos e também como se da o sincretismo religioso em seus cultos. Estes quadros hora serão dos sacerdotes representando seus orixás, em locais na sua grande maioria igrejas de santos da igreja católica que representam os orixás através do sincretismo, hora de escritas transcrevendo as histórias contadas nas entrevistas.Buscando conscientização, difusão de informações e propagação dos objetivos do projeto, serão realizadas palestras com relação ao tema: Sincretismo Religioso pela Ótica da Matriz Africana no Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira – CENARAB (aproximadamente 30 pessoas) e oficinas de fotografia dentro dos terreiros para aproximadamente 30, para propagar a importância do registro de dos cultos, festejos, tradições da religiosidade afro brasileira, para produção de acervo histórico cultural destes espaços, propiciando o empoderamento e resistência cultural das religiões de matriz africana, contribuindo assim no combate ao racismos e a desinformação que são base da intolerância religiosa. Justificativa: No cenário atual carregado de marginalização, criminalização e cultura do ódio a diversos grupos da sociedade, se fazem necessárias ações quem busque informar e disseminar conhecimento, trabalho esse que será realizado pelo projeto com o recorte das religiosidades de matriz africana. Demonstrando que nestes espaços, ao contrário do imaginário social de grande parte da população dos centros urbanos, se cultua práticas e saberes ancestrais tornando essas casas não só em pronto socorro espiritual, material e físico, mas também centros sociais de educação, cultura, política, arte e serviços comunitários. Historicamente temos diversos materiais que buscam retratar as práticas das religiões afro brasileiras, porém esses olhares em sua grande maioria é feito por um observador que não está inserido nas práticas religiosas, transformando o sagrado retratado apenas em objeto de pesquisa. De acordo com o fotógrafo Roger Cipó, que possui ampla experiência e diversos trabalhos publicados registrando casas de candomblé, “colocam tais práticas em um lugar quase sempre de objeto de pesquisa. Um olhar que subjuga e predefine algo sob o pouco entendimento de quem detém o poder das lentes. Há um perigo na construção dessas histórias, pois corpos e manifestações negras são formas historicamente associadas ao feio, ao ruim, em relação às não negras, no Brasil. Na construção dessas imagens, encontraremos, muitas vezes, olhares, colonizações, objetificações do outro. Essa construção em nada ajuda na valorização dessas práticas. No Brasil, ao contrário, ela as coloca à margem do belo e do sagrado, e as mantém em lugares de estranho, de proprofano e, em alguns momentos, de folclórico, apenas. Não que o folclórico seja algo ruim, ruim é a redução das manifestações que são artísticas, sociais, culturais, educacionais e políticas àquilo que o Brasil acha que é.”
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