DEPUTADA LOHANNA (PV)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 10/04/2025
Página 67, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas VET 20 de 2025
19ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 8/4/2025
Palavras da deputada Lohanna
A deputada Lohanna – Presidente, boa tarde. Boa tarde aos colegas deputados que estão presentes hoje. Nosso encaminhamento do requerimento com inversão da pauta tem motivos muito diversos. São motivos que passam por tudo aquilo que o governo Zema tem feito em relação ao cuidado, à falta de cuidado com o Estado de Minas Gerais e a provocações permanentes que o governador faz, governador que está em modo de campanha ativado, não é, gente?
Eu queria muito conseguir ver o líder do governo, meu amigo deputado João Magalhães, que olhou para mim com atenção, explicando isto. Um ataque que a ala ideológica de que o governador participa faz com muita frequência ao presidente Lula é que o presidente Lula só viaja. O Zema só está viajando, meu líder, meu amigo João Magalhães. Ele viaja para todo lado. Viaja para o Paraná, viaja para São Paulo, viaja para Goiás, viaja para fora do País, viaja para tudo quanto é lado! Ele só não viaja para a Cidade Administrativa para se sentar com o secretariado, com os deputados da base dele e eventualmente com alguém da oposição para conseguir conversar sobre os problemas de Minas Gerais.
A segurança pública está por aqui, educação está por aqui. Enquanto a gente está com 200 mil problemas, o governador está postando vídeo falando de mulher de batom e do poder do perdão. Hoje eu trouxe um exemplo dessas coisas que o governador tem feito, como o post que ele fez anteontem: “Artista que recebe recursos do Estado é um instrumento de propaganda política. Ele faz política, e não arte”.
Bom, gente, então, eu peço ao meu amigo João Magalhães, líder do governo, que avise ao governador que ele pagou muitos milhões de reais para artistas fazerem política, e não arte no Carnaval da liberdade. Inclusive, ele celebrou isso no site da Agência Minas, na divulgação dos atos do governo e nas notícias da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo. Veja o que estava lá, João: “Para garantir que os investimentos gerassem impactos duradouros para o Estado, foram várias frentes de atuação e investimento do governo de Minas, incentivos estaduais como o ICMS da cultura, a Lei Estadual de Incentivo à Cultura e o ICMS do turismo, permitindo investimento nos blocos, nas escolas de samba e nos projetos culturais”. Então, gente, alguém precisa contar para o governador que, enquanto ele fala que quem gasta dinheiro com cultura está gastando dinheiro para pagar à pessoa para fazer política… Ele gastou com isso! A Cemig gastou R$11.000.000,00 com isso, ou seja, a Cemig, que é uma estatal, e o presidente foi indicado por ele. Inclusive, gastou sem ter garantia de transparência; gastou numa publicação de resultado de edital que sequer fala quanto cada projeto custou, quanto cada projeto conseguiu captar de investimento. Ele está gastando com cultura, o que, para nós, é investimento, mas está gastando sem transparência, está gastando sob questionamento. Ele poderia fazer com que esse dinheiro fosse gasto e investido muito melhor. Então temos esse primeiro problema, que é muito claro.
O segundo problema é como o governador tem dobrado a aposta na forma como lida com a eleição do ano que vem e com as diferentes frentes de discussão do País. Presidente, o governador não dá conta de equalizar os interesses dele aqui, na Assembleia de Minas. Ele não dá conta! A pauta está travada. Nós temos vários vetos para discutir. E aí ele fica discutindo o projeto de anistia de Congresso Nacional? Oh, gente, pelo amor de Deus! O governador não dá conta de cuidar da pauta que é de interesse dele, que tem a ver com o orçamento do Estado dele. Ele não dá conta de resolver isso aqui, não dá conta de se sentar com os líderes dos blocos aliados e não aliados para estabelecer uma pauta mínima de avanço e ainda quer dar pitaco em pauta de Congresso Nacional? Gente, vamos trabalhar, pelo amor de Deus! Não há a menor condição.
Enquanto ele está fazendo vídeo, falando de poder de perdão e indo para São Paulo, ao passo que Minas Gerais tem 250 problemas diferentes, ele sobe em cima de trio elétrico para defender anistia para gente que bateu em polícia? Esse povo bateu em polícia! Vamos lembrar: foram vários policiais legislativos e policiais do DF que tiveram de ser levados para o hospital depois daquela quebradeira, daquela baixaria que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro. Então o homem sobe num trio elétrico para defender gente que bateu em polícia, para falar de pauta legislativa e pressionar presidente da Câmara Federal, enquanto não dá conta disso aqui, enquanto não dá conta de resolver o nosso espaço legislativo, que é onde ele precisa ter o mínimo de articulação e diálogo para que as coisas avancem. E, no final das contas, temos uma situação muito clara na mesa: enquanto isso não se resolve, é o mineiro que é prejudicado, é o mineiro que enfrenta as consequências, é o mineiro que tem dificuldade para poder resolver o seu dia a dia. Enquanto temos aumento de ICMS, enquanto temos problemas na segurança pública, enquanto temos problemas na educação, enquanto temos problemas de ordens diversas, o governador do Estado fica fazendo pauta nacional sem resolver as pautas estaduais.
Hoje, presidente, eu estava aqui, na Casa, recebendo uma turma grande de manhã e na hora do almoço, e ouvi a manifestação da segurança pública. A segurança pública, que é usada pelo governador, que é usada 100% pelo governador. Os policiais militares são usados pelo governador de uma forma constrangedora. A Polícia Civil é usada pelo governador de forma constrangedora. A Polícia Penal é usada pelo governador de forma constrangedora, porque é gogó, é gogó ao falar: “Eu sou de direita, eu defendo polícia, eu não sei o quê, bandido bom é bandido morto”. Gente, defender polícia é defender os direitos dos trabalhadores da segurança pública, é defender qualidade de vida para os trabalhadores da segurança pública, é defender o IPSM, é defender o Ipsemg para os servidores da Polícia Civil.
Então temos uma situação muito clara, que envolve o uso político verbal de discurso dos trabalhadores da segurança pública, enquanto o que observamos no Estado, como um todo, são problemas diversos. O Sindpol espalhou outdoor, presidente, por todas as cidades do Estado, contando que a metade das cidades de Minas não tem um delegado, um delegado. Esse é o governo que coloca bonezinho e fala que aqui não tem Abril Vermelho, que aqui cerca foi feita para ser respeitada. Às custas das vidas de quantos policiais que o governador não cuida e não atende? É só no gogó: “Eu sou de direita, eu defendo polícia e não sei mais o quê”. O que a gente observa, com muita clareza – e aí eu trouxe o exemplo da polícia, presidente – é que o governador usa as pautas. Ele subiu num palanque – e aí a gente traz tudo isto aqui para costurar – para falar mal, para poder cobrar o projeto da anistia da bandidagem do dia 8 de janeiro, de gente que bateu em polícia. Ele trata tão mal os trabalhadores da segurança pública aqui, em Minas Gerais! E tudo isso funciona para a gente como uma prova muito clara de que o governador usa as pessoas, usa as pautas, usa os projetos nessa busca doida que ele tem por visibilidade, para tentar emplacar o seu nome para o ano que vem, largando, no fim das contas, o cuidado com o mineiro; largando, no fim das contas, como o deputado Cristiano trouxe aqui, as pautas importantes, como a pauta da pessoa com deficiência, como a pauta da inclusão, como a pauta das mulheres, como a pauta da educação, como a pauta da segurança pública e do direito de ir e vir. A vida é mais do que o combate à invasão de terra, caso o governador não saiba. Então ele larga todos esses assuntos para lá para fazer um discurso político e tentar se projetar em todo o Estado. De novo, presidente, eu acredito que o governador precisa ser chamado à realidade e que a obstrução aqui é uma questão para o Parlamento se posicionar, inclusive os amigos que são deputados da base. Sabe por que, gente? Porque enquanto o Zema está dando esse monte de pitaco em assunto de Brasília, os assuntos aqui, de Minas Gerais, estão todos agarrados, e ele não tem capacidade política para resolver.
Faço um convite para os meus colegas deputados da base mesmo: vamos enfrentar essa situação, vamos mostrar ao governador que cada minuto que ele gasta com Brasília é um prejuízo a mais que o Parlamento de Minas tem que enfrentar. O governo não dá conta de resolver, e sobra para a gente. Ele come banana com casca, e a gente tem que descascar esse monte de abacaxi. Obrigada, presidente.
O presidente – Obrigado, deputada Lohanna.