45ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/11/2024

Palavras do deputado Doutor Jean Freire

O deputado Doutor Jean Freire – Boa tarde, deputada Leninha. Boa tarde, deputados aqui presentes, público que nos acompanha pela TV Assembleia e servidores desta Casa. Deputada Leninha, primeiramente, eu – assim como fizeram o deputado Leleco e a deputada Bella – quero falar, neste 5 de novembro, que hoje faz nove anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana. Eu me lembro muito bem de que, naquela tarde de 5/11/2015, nós estávamos na Comissão de Participação Popular dialogando sobre o PPAG, deputado Ricardo – e é o momento também que, agora, estamos vivendo na Assembleia Legislativa, no Estado de Minas Gerais –, quando recebemos uma mensagem – estávamos eu e a deputada Marília Campos, na época – do rompimento dessa barragem, desse crime de que não podemos nos esquecer nunca e que matou vidas em todos os seus aspectos, pessoas, animais, plantações e o rio; praticamente matou um rio, que teimoso como ele é, insiste, persiste, tem resiliência e teima em manter a vida. Queria mandar um abraço a cada familiar e falar da minha solidariedade e da minha luta contínua por vocês para que a verdadeira reparação chegue, porque ainda não chegou. Não foi com a assinatura correta que o presidente Lula fez que essa reparação vai chegar. Eu acho que cada familiar, cada um e cada uma sabem que nunca, nunca vai ser reparado esse crime cometido por essas empresas.

Naquele momento, nós fizemos, deputada Bella, um projeto de lei, que está tramitando nesta Casa já faz basicamente sete, oito anos, transformando o Rio Santo Antônio em preservação permanente, deputado Hely Tarqüínio. É uma maneira de salvar o Rio Doce, de salvar as espécies que praticamente foram dizimadas desse rio. Eu não sei por que – talvez saiba – esse projeto não anda e a quem interessa que ele não caminhe transformando o Rio Santo Antônio em preservação permanente. É uma mínima resposta que o Estado de Minas Gerais pode dar ao valente Rio Doce. Meu abraço também e minha solidariedade a esse rio que não tem voz. É mais do que justo que um rio… Há um projeto de V. Exa., deputada Leninha, concedendo direitos à mãe natureza. Eu venho sempre pautando que um rio tem de ter o direito de ser humano. Se o rio não pode entrar, que alguém entre em um processo por ele. Então viva o Rio Doce! Queremos um Rio Doce vivo!

Ouvi vários colegas deputados e alguns, inclusive, em resposta ao que o outro disse aqui da eleição dos Estados Unidos, mas quero pautar o tema. Eu torço muito para que lá a democracia vença, para que não ocorra como aconteceu no Brasil em que alguém tentou romper a linha da democracia, talvez copiando lá. Eu quero que lá vença a democracia; eu quero que lá vença a liberdade de todos e de todas, dos negros e das mulheres; eu quero que lá vença a justiça. É isso que espero para os Estados Unidos e não que vença a guerra. As pessoas sobem aqui e usam o microfone para falar que a guerra traz a paz de uma maneira, assim, inaceitável.

Mas eu quero falar do Brasil; para ser melhor, mais pontual, mais intimista, eu quero falar de Minas Gerais; e, deputado Ricardo e deputada Andréia, para ser mais intimista ainda, eu quero falar do Vale do Jequitinhonha. V. Exas. sabem que muitas e muitas vezes eu uso esta tribuna para falar das estradas de Minas Gerais, que estão muito ruins ainda. As estradas estaduais… Nós, que pegamos carro para ir para casa, como fazemos todas as quintas-feiras, falávamos muito da BR-367 e do desleixo com as estradas de Minas Gerais, com as estradas estaduais principalmente. A gente está vendo hoje a estrada que liga Diamantina a Curvelo, agora já perto da capital. Ou seja, o governador Zema não cuida do Estado inteiro, do Estado inteiro. O pneu do meu carro só se rompia e estourava quando eu estava chegando no Jequitinhonha, deputado Ricardo, e agora isso ocorreu na semana passada, chegando a Curvelo. Então, moradores de Curvelo, de Gouveia, de Diamantina, nós temos que pautar isso aqui, nesta Casa. Os buracos começam a aparecer e vão tomando conta. Agora vem a chuva. E eu, que dizia sempre que ia chegando perto da capital, e as estradas ia ficando melhores, vejo que agora não é o inverso, não. As estradas estaduais continuam assim, mas estão ficando também igual àquelas mais distantes.

Deputada Andréia, deputado Ricardo, eu quero pautar aqui hoje a BR-367. Essa é federal. Eu nunca me furtei, nunca fugi do discurso, da fala de criticar qualquer governo que seja, até o meu governo. Mas eu me lembro da posse do presidente Lula. Eu dirigia o meu carro, saindo do Vale do Jequitinhonha, deputado Ricardo, para ir a essa posse. Eu me lembro de que gastei de Itaobim a Araçuaí aproximadamente 3 horas de viagem, 3 horas. Eu fiz um vídeo naquele momento dizendo que estava indo à posse do presidente Lula e que ia continuar fazendo vídeos, vídeos e vídeos para criticar, para cobrar melhorias na BR-367. E eu continuei. Eu não fiz em um governo que não era o meu e no meu governo eu cruzei os braços. Eu fiz e fiz muito. Quando a população, a Robélia e tantos outros companheiros lá em Jequitinhonha foram fechar a BR-367 pela manhã, eu estava aqui, peguei o carro e fui para lá para ficar com eles. Eu dormi com eles na estrada. O superintendente Antônio Gabriel esteve lá.

Quando eu vou falar de estrada, as pessoas devem pensar: “Meu Deus! Ele vai falar de novo dos buracos da estrada”. Eu quero aqui dizer que ao usar aquela estrada no início do governo Lula, eu gastava 3 horas para ir de Araçuaí a Itaobim, de Itaobim a Araçuaí, e agora eu gasto 45 minutos, 50 minutos. Deputado Ricardo, as pessoas falam com muita felicidade: “Está um tapete, está muito legal!”. Parece que é de qualidade. Vamos ver daqui a pouco. O asfalto, deputado Ricardo, é dessa grossura, dessa grossura! Fizeram a sondagem outro dia para mostrar. Há sinalização. É uma coisa que eu já não via há muito tempo nas nossas estradas. A estrada que eu sempre mais ando é daqui para o Jequitinhonha. Sabem aquele sinalizador que colocam na estrada com olho de gato? Vou dizer mais: com a faixa amarela, separando uma pista da outra. Não havia isso, deputado Leleco.

Então eu quero agradecer sim, senhor, sim, senhora, ao nosso presidente Lula e ao superintendente do Dnit, Antônio Gabriel. Eu disse ao senhor que sou bom para cobrar, e não só o faço na tribuna, mas o faço no exercício também de estar na estrada, no dia a dia. Mas eu sei reconhecer. Nem é agradecimento, porque isso é obrigação de um governo, de um superintendente, mas eles estão fazendo a sua tarefa. Receberam uma estrada, a BR-367, destruída, acabada. Ele me prometeu, lá na estrada, em Jequitinhonha, em frente à população: “Deputado Doutor Jean, até o final do ano, haverá zero buraco na BR-367”. Até o momento, ele está cumprindo o que prometeu. Isso é um direito do nosso povo. No ano passado, eu fui à estrada que liga Almenara a Salto da Divisa. Eu já conhecia o trajeto que estão fazendo, que o Exército Brasileiro está fazendo, eu sabia dessa construção. Quem passa não vê a estrada paralela que está sendo feita. São 15km de asfalto feitos pelo Exército, e a estrada já está, agora, na fase asfáltica mesmo; estão colocando asfalto. Fizeram a terraplanagem, que, ao que parece, é de qualidade, de alta qualidade. Isso é direito do nosso povo. E este deputado que vos fala, que fala à população de Minas e do Vale do Jequitinhonha, continuará cobrando, continuará indo lá toda semana, passando pela estrada.

Nesta semana, ao dirigir o meu carro, à noite, chegando ao Vale do Jequitinhonha, vi coisas tão simples: a faixa amarela, que não via há anos; a faixa branca nas laterais, que eu não via há anos, desde quando retiraram a presidente Dilma; o olho de gato, que eu não via há anos. Os servidores desta Casa, da Assembleia, estiveram no PPAG, em Itaobim, e puderam presenciar isso que eu estou falando. Quando souberam que tinham que ir para o Vale do Jequitinhonha, já falaram: “Deputado Jean, por onde é melhor passarmos? Por qual estrada é melhor passarmos?”.

Superintendente Antônio Gabriel, do Dnit, parabéns pelo trabalho que está desenvolvendo. Quero dizer que continuarei cobrando. Há duas audiências que prometemos ao povo fazer, uma no Vale do Jequitinhonha e outra aqui, em Belo Horizonte – V. Exa. deve estar se lembrando. Também é uma promessa de V.Exa. resolver e fazer o projeto da ponte de Berilo, que é de madeira e já custou a vida de pessoas há pouco tempo. A luta não para; é preciso lutar para que possamos continuar avançando. Gratidão. Muito obrigado.