27ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 20/6/2024

Palavras do deputado Charles Santos

Senhoras e senhores, é com muita alegria que participamos deste momento tão importante para o Estado de Minas Gerais.

Quero cumprimentar todos vocês, em nome do presidente desta Casa, deputado Tadeu Martins Leite, e na pessoa do colega Mauro Tramonte, coautor do requerimento desta homenagem. Quero também cumprimentar a Sra. Eliani Gladyr, coordenadora da Biblioteca Estadual de Minas Gerais. Com muita alegria, também cumprimento a Sra. Josiane de Souza, secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo. Representando, neste ato, o procurador-geral de justiça do Estado, Dr. Jarbas Soares Júnior, recebemos aqui a procuradora de justiça Élida de Freitas Resende, a quem cumprimentamos. Nossos cumprimentos também à Dra. Larissa Maia Campos Falles, delegada de Polícia Civil de Minas Gerais; e à Exma. Sra. diretora-presidente da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos de Minas Gerais, defensora pública Marolinta Dutra – e m nome desta Mesa, seja muito bem-vinda, mais uma vez. Abraçamos, respeitosamente, todos os presentes. Sejam todos bem-vindos. Cumprimentamos ainda aqueles que nos acompanham pela TV Assembleia.

Meus amigos e amigas, sinto-me honrado ao presidir esta reunião para prestar esta justa e afetuosa homenagem à nossa biblioteca, que, além de contar com um acervo, como aqui já dito, de mais de 570 mil exemplares, em números exatos – tálvez não sejam tão exatos –, está construída em uma área de mais de 9.000m², funciona em um prédio projetado por Oscar Niemeyer que faz parte do circuito turístico de Belo Horizonte como o mais antigo da Praça da Liberdade. Criada em 2/6/1954 pelo governador Juscelino Kubitschek, a Biblioteca Pública Estadual tem sido há décadas uma guardiã extraordinária de riquezas da cultura e da história, constituindo-se num patrimônio da identidade mineira, sendo uma dessas instituições que são vitais para a nossa sociedade. Em meio às palmeiras, aos chafarizes e lagos, a Praça da Liberdade abriga esse precioso espaço, por assim dizer, que em um ambiente tranquilo, acolhe leitores de todas as idades e classes sociais, sem distinção. É um lugar democrático para o diálogo, oferecendo serviço ao público, gêneros literários, promovendo atividades de incentivo à leitura, encontros com escritores, lançamentos de livros, apresentações teatrais e visitas de escolas da rede pública e da rede particular, contando com salas de leitura infantil, salas de jogos, brinquedoteca, sala de cursos, galeria de arte e o Teatro José Aparecido de Oliveira, com espaço para 191 pessoas. Assim também prioriza com um cuidado especial o seu acervo, conservando e protegendo todas as obras que ali se encontram.

Neste momento, quero parabenizar funcionários, colaboradores e voluntários, que de forma apaixonada, colaboram diariamente para a preservação desse patrimônio e que sabem como ninguém o seu valor inestimável. A biblioteca pública não somente tem o propósito de preservar a nossa história, a nossa identidade, como também é um lugar de encontros para os amantes da leitura e para quem busca conhecimento. Ao longo desses anos, na era digital, ela vem se adaptando às novas tecnologias, garantindo a sua manutenção e ampliando o seu acesso para a inclusão digital e para a inclusão social, transformando-se num espaço de interesse que facilita e acrescenta benefícios à população.

Com esse compromisso de inovação, contribuí, por meio de recursos de emenda parlamentar, para a aquisição de impressoras em braille 3D e com óculos de inteligência artificial, todos para o uso de deficientes visuais. Sejam de obras manuscritas, impressas, digitais ou de qualquer tecnologia ainda por vir, os livros proporcionam ao leitor um refúgio saudável. Sou suspeito para dizer isso. Não tenho 570 mil livros, mas tenho 700 livros na minha estante. Não pretendo chegar aos 570 mil. Deixo essa tarefa para a biblioteca. Podemos afirmar que o livro é uma das invenções mais poderosas, acumulando a sabedoria que os povos de toda a terra adquiriram ao longo da existência humana. E, assim, a leitura talvez seja a atividade mais libertadora e enriquecedora. É uma habilidade única, nascida da necessidade de sobreviver, registrando experiências e descobertas. Flaubert, escritor francês, deu o famoso conselho: “Leia para viver”. É esse o entendimento que levou o escritor argentino Alberto Manguel, profundo conhecedor das bibliotecas e dos livros, a afirmar: “Somos criaturas leitoras, somos feitos de palavras; sabemos que as palavras são nosso meio de estar no mundo, e é através das palavras que identificamos nossa realidade e por meio de palavras somos, nós mesmos, identificados”. Como uma das instituições criada pela sociedade para atuar no seu desenvolvimento, a nossa querida biblioteca estadual age justamente para fortalecer e preservar a nossa identidade cultural.

É a biblioteca o espaço por excelência para termos acesso às obras literárias, por meio das quais escritores transmitem suas visões de mundo, levando seu leitor à reflexão, auxiliando no processo de transformação social. O fortalecimento das bibliotecas públicas no Estado é uma pauta importante para o Parlamento mineiro. Prova disso é a nossa participação na construção do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, em 2017, promovendo o fórum técnico Semeando Letras, com uma série de encontros regionais, a fim de elaborar a política de leitura e bibliotecas no interior do Estado. Homenageá-la é também colocar em evidência toda a cadeia produtiva do livro: escritores, leitores, editoras, livreiros. Ao festejar os 70 anos da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, esta Assembleia reconhece a enorme importância dessa entidade digna de nosso respeito e admiração. Muito obrigado.