ELIANI GLADYR, Coordenadora do Núcleo da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais e servidora mais antiga, representando os funcionários da biblioteca
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/06/2024
Página 4, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 7004 de 2024
27ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 20/6/2024
Palavras da Sra. Eliani Gladyr
Boa noite a todos. Exmo. Sr. Deputado Charles Santos, coautor do requerimento que deu origem a esta justa homenagem, representando o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Tadeu Leite; Exmo. Sr. Deputado Mauro Tramonte, coautor do requerimento que deu origem a esta homenagem; Exma. Sra. Procuradora de Justiça Élida de Freitas Rezende, diretora do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, representando o procurador-geral de justiça do Estado de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior; Exma. Sra. Secretária de Estado Adjunta de Cultura e Turismo, Josiane de Souza; Exma. Sra. Delegada de Polícia Civil de Minas Gerais, Larissa Maia Campos Falles; Exma. Sra. Diretora-Presidenta da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos de Minas Gerais, defensora pública Marolinta Dutra; Srs. Deputados, prezados colegas, prezada Mesa e caros convidados, boa noite.
A Biblioteca Estadual de Minas Gerais completou, em junho de 2024, 70 anos. Foi um ideal do visionário estadista Juscelino Kubitschek, que entendia a educação e a cultura como dois lados de uma mesma moeda e que o incentivo à leitura é um caminho excelente para otimizar essas que são necessidades inerentes à formação dos cidadãos. E, durante essas sete décadas, a biblioteca tem cumprido o seu papel de ser lugar de leitura, cultura, informação e formação. Seu acervo, como já foi dito, é composto de mais de 500 mil itens, entre livros que contemplam todas as áreas do conhecimento, jornais, revistas que permitem aos leitores e aos pesquisadores o prazer da boa leitura e a informação de qualidade.
A biblioteca tem se destacado, como já foi dito, no cenário nacional como referência na questão da acessibilidade, pois mantém, há quase seis décadas, o Setor Braille, que atende a população de baixa visão, com acervo em braille e diversas tecnologias assistidas, bem como com a difusão do Livro e Leitura, por meio do Sistema de Bibliotecas, que congrega mais de 800 bibliotecas comunitárias e públicas em todo o Estado de Minas. Parece que nós copiamos o discurso um do outro, não é? Ela mantém ainda o serviço de extensão, como o Carro-Biblioteca, que atende os bairros da Capital e algumas cidades, e a Caixa-Estante, voltada para presídios, hospitais e comunidade de atendimento socioeducativo. Publica ainda o Suplemento Literário, um dos mais antigos jornais literários do Brasil que, em 2026, completará 60 anos e está aqui representado pelo nosso querido Jaime Gouveia. Ela promove encontros com escritores, exposições, teatro, música, dança e uma série de ações culturais que permitem a todas as pessoas de todas as idades terem experiências maravilhosas. E o que é melhor: gratuitamente.
São muitos, senhoras e senhores, os relatos das pessoas que fazem dessa instituição um lugar especial em suas vidas, pois o acesso à leitura lhes permitiu um novo olhar sobre a vida e a sociedade. A leitura faz isso. Ela é transformadora, pois, nas palavras do escritor Monteiro Lobato, um país se faz com homens e livros. Muitos desses hoje são nossos parceiros, são amigos da biblioteca. Ao comemorarmos hoje o seu 70º aniversário, reafirmamos o circulo virtuoso a que a biblioteca está destinado, que é proporcionar leitura, literatura, cultura, formação e informação a todo e qualquer cidadão, independentemente de religião, partido político, raça, cor, credo. A biblioteca é um lugar democrático.
Agradecemos a todos aqueles que não pouparam esforços para que esta comemoração se realizasse na noite de hoje, aos nobres deputados aqui já citados, aos servidores da Assembleia de Minas Gerais e à Secretaria de Estado de Cultura. Agradecemos ainda a todos os servidores que passaram pela biblioteca, dando as suas contribuições para que ela continuasse de portas abertas, muitas vezes com escassez de recursos; e aos colegas de trabalho aqui presentes, que, mesmo em meio às turbulências causadas pela pandemia, ainda se mantiveram confiantes e atuantes. Agradecemos ainda ao senador Antonio Anastasia, que, por meio de uma emenda parlamentar, proporcionou uma verba de R$2.000.000,00 para a reestruturação do prédio anexo, onde funciona o setor Empréstimo e o setor Referência e Estudos. Sabemos que ainda há muito a se fazer, mas temos a esperança e a confiança de que podemos contar com o empenho de todos aqui presentes para que o ideal de Juscelino se concretize: que a Biblioteca Estadual de Minas Gerais seja grande, moderna e dinâmica. Estendemos aqui as nossas homenagens a Taquinho de Minas, com a incrível marca de 244 empréstimos anuais no setor Braille. O Taquinho está presente?
Estendemos também a Lucas Fernando de Souza, com 188 títulos retirados no setor Empréstimo. Ele está presente? Está presente. Estendemos as homenagens ainda à Laura Mendonça Maia Lopes pelos 133 empréstimos no setor Infantojuvenil; e à Maria Eduarda Santiago, que é aluna da Escola Estadual Professora Maria Amélia, no Bairro Pirajá, aonde o Carro-Biblioteca leva a leitura. Esses são os nossos homenageados da noite, porque são os mais assíduos na biblioteca. E ao Prof. Luiz Morando, que é o nosso pesquisador em nossa Hemeroteca Histórica. Ele não pôde estar presente nesta noite, por estar viajando. O Luiz Morando pesquisa na biblioteca desde 2002, na Hemeroteca Histórica. Já publicou três livros só com as pesquisas que ele faz na Hemeroteca Histórica. Então vocês vão conhecer a Hemeroteca e vão saber que realmente é um espaço maravilhoso, com jornais, revistas maravilhosas e que está à disposição de toda a população para pesquisa. Sem nossos leitores, a biblioteca não faz sentido. Convidamos nossos homenageados para, logo após a cerimônia, receberem sua premiação simbólica aqui, na frente do Plenário.
Finalizo a minha fala, nesta noite, com um clássico do poeta Castro Alves: Oh! Bendito o que semeia/ Livros… livros à mão cheia…/ E manda o povo pensar!/ O livro caindo n’alma/ É germe – que faz a palma,/ É chuva – que faz o mar./ Vós, que o templo das ideias/ Largo – abris às multidões,/ P’ra o batismo luminoso/ Das grandes revoluções…
O meu muito-obrigado a todos!