Pronunciamentos

DEPUTADO EDUARDO AZEVEDO (PL)

Discurso

Declara posição contrária ao projeto de lei que institui a Semana Estadual das Vítimas de Violência do Estado.
Reunião 28ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/06/2024
Página 26, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 1160 de 2019

28ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/6/2024

Palavras do deputado Eduardo Azevedo

O deputado Eduardo Azevedo – A gente tem que deixar bem claro hoje, na tribuna da Assembleia, que não existe neutralidade. Essa questão de ficar neutro não existe. Portanto, quando você ouve as narrativas colocadas dentro do projeto pelos deputados que me antecederam, tanto deputados conservadores como deputados de esquerda… Quero dizer para você o seguinte: será que hoje, dia 19 de junho, a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais vai passar pano quente e exaltar as ações do Primeiro Comando da Capital, do PCC? Será que hoje nós vamos baixar a guarda e mostrar para o Estado de Minas Gerais que o crime realmente compensa? Por que eu disse que não existe neutralidade? Por que o projeto tem que instituir justamente o dia 12 de maio? Eu desafio os deputados que estão em dúvida: deem um Google; digitem o que aconteceu no Brasil, no dia 12 de maio. Está aqui: “Iniciada, na noite de 12/5/2006, numa sexta-feira, a onda de atentados contra a força de segurança e alguns alvos civis com origem no Estado de São Paulo, por ordem do grupo criminoso conhecido como Primeiro Comando da Capital – PCC”. Não existe neutralidade. O 12 de maio foi instituído para poder passar pano, para poder exaltar o PCC. É isso que nós queremos hoje? Instituir, dentro da Assembleia do Estado de Minas Gerais, “bandidolatria”? Passar a mão na cabeça de vagabundo? Gente, pelo amor de Deus, chega! Basta! Basta dessa questão de achar que vagabundo é um coitado. Ele não é, não! Não existe… Falou aqui a deputada que me antecedeu que nós precisamos fazer justiça. Sabe como se faz justiça? Combatendo a criminalidade, indo para cima da criminalidade. A Polícia Militar tem, sim, o atributo de usar a força. E como se vai combater o crime sem usar a força? Se nós instituirmos esse projeto, hoje, e votarmos a favor, vamos estar dando brecha para limitar a atuação militar.

Agora, eu quero perguntar a todo mundo que chega aqui e defende bandido, fala que bandido é vítima da sociedade… Mas interessante, quando se sentem ameaçadas, a primeira coisa que fazem é recorrer a quem? À Polícia Militar! É muita hipocrisia, é muita hipocrisia. Falam mal da polícia, falam mal das ações da polícia, recorrem à polícia, e agora vêm aqui querer instituir uma semana para poder passar a mão na cabeça de bandido?

Portanto, reitero, mais uma vez, o meu apoio, o meu respeito a todas as forças de segurança pública do Estado de Minas Gerais. Nós temos que votar contra qualquer projeto que deixe brecha para poder limitar a atuação de um policial civil, de um policial militar. Temos, sim, que defender a segurança pública. Por quê? Sempre falei e reitero, mais uma vez: a segurança pública é um dos principais braços da sociedade brasileira e da sociedade do Estado de Minas Gerais. Não existe uma sociedade organizada, não existe uma sociedade na qual nós possamos sentir a sensação de segurança sem que as forças de segurança pública sejam valorizadas. Portanto, eu jamais irei votar um projeto para poder passar a mão na cabeça de bandido, para fazer “bandidolatria”, para poder exaltar o PCC e ainda tentar, de uma forma muito sutil, limitar as forças de atuação da Polícia Militar. Não tem como combater o crime sem o uso de força. Não tem como! Então, eu vou dizer para vocês que tanto defendem o bandido: quando o bandido entrar na sua casa, em vez de você chamar a polícia, chame a floricultura; em vez de você combater com arma, você vai combater com um buquê de flores. Que tamanha hipocrisia! Obrigado, presidente.