28ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/6/2024

Palavras do deputado Sargento Rodrigues

O deputado Sargento Rodrigues – Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, cidadão que nos acompanha pela TV assembleia, galerias. Presidente, eu também não poderia deixar de me manifestar em relação à matéria. Olha, institui a Semana Estadual das Vítimas de Violência do Estado.

Deputado Douglas Melo, o colega deputado Caporezzo citou aqui a morte cruel – cruel – do Sgt. Roger Dias, que deixou a esposa e um bebê de cinco meses apenas. Inclusive já pedi até ao presidente para que a gente traga à pauta um projeto, do qual fui relator – inicialmente eu era autor também de uma matéria, mas ela foi anexada ao projeto do deputado Bruno Engler –, para fazer jus inclusive, porque, lá no Congresso Nacional, eles aprovaram um projeto de lei em respeito à memória do Sgt. Roger Dias; e a nossa Assembleia, onde ele exercia atividade de policial militar, ainda não conseguiu dar uma resposta. Eu espero que o nosso presidente paute essa matéria amanhã, que, na prática, é criar um banco de dados – um banco de dados –, onde os criminosos que atentem contra a vida de policiais sejam identificados de forma mais rápida, e a comunicação à Vara de Execução Penal seja mais ágil, para não acontecer aquela bobagem, eu diria aquela covardia, que a juíza fez, ao soltar o criminoso, o assassino do Roger Dias, e ele acabar matando o sargento, o pai de família.

Agora, quando a gente vê essa matéria, esse projeto, eu gosto muito também de ler a fundamentação, e a fundamentação vem falando em direitos humanos e vem falando de vítimas de violência do Estado. E vem, na sua fundamentação, atacando as forças policiais. Mas muitos aqui, deputado Douglas Melo, sequer se lembram do famoso maio de 2006. Maio de 2006, lá no Estado de São Paulo, onde o PCC matou 554 pessoas em um único mês, deputado Douglas Melo. Os bandidos mataram 554 pessoas, 554 mortes. Dessas 554 mortes, deputado Bruno Engler, 55 policiais foram mortos. Será que é isso que nós estamos aqui a votar? Essas são as vítimas? Cinquenta e cinco policiais foram mortos. Está na internet, é só pesquisar. Pesquisa aí, deputado Charles Santos. Cinquenta e cinco pais de família fizeram concurso público, largaram a sua esposa, despediram do filho, e não voltaram para casa. Inclusive bombeiros, que são da instituição mais querida do País, cujo único lema se chama salvar. Foram mortos covardemente por integrantes de organização criminosa. É isso que nós vamos votar? Institui a violência, institui a Semana Estadual das Vítimas de Violência do Estado. Essas são as vítimas que estão hoje lá em Teófilo Otoni, organizadas pelo Comando Vermelho e pelo PCC, que passaram na casa de um cabo da PM e deram mais de 50 tiros. É isso que nós vamos votar? É isso aqui que nós vamos votar?

Então, deputado Douglas Melo, deputado Raul Belém, isto aqui não pode ser chamado de vítima de violência do Estado, porque, na fundamentação do projeto, a justificativa é atacar as forças policiais. Olha, nós sabemos qual é o maior número de suicídios, que nós já trouxemos nesta tribuna. Pressão de tudo quanto é lado.

É isso que nós vamos votar? É isso que a Assembleia vai votar? Então eu peço o encaminhamento ao voto “não”. É voto “não” à matéria, porque não podem ser os deputados e as deputadas a dar parabéns para isso. Nós não podemos dar parabéns para isso. Lembrem-se do maio de 2006. Podem pesquisar na internet: 55 agentes públicos foram mortos pelo PCC. E aí nós vamos instituir a Semana Estadual das Vítimas de Violência do Estado. Será que é isso que nós queremos? Será que é isso que a Assembleia quer?

Portanto, presidente, demais colegas deputados e deputadas, o nosso voto é “não” à matéria. Se alguém aqui gosta de defender as forças policiais que lhe prestam segurança pública dia e noite, 24 horas por dia, vote “não”.

O presidente – Obrigado, deputado Rodrigues. Com a palavra, para encaminhar a votação, a deputada Beatriz Cerqueira.