Pronunciamentos

DEPUTADO SARGENTO RODRIGUES (PL)

Declaração de Voto

Critica deputados que votaram contra emenda que tratava da recomposição salarial dos servidores da segurança pública, durante a votação do projeto de lei que dispõe sobre a revisão geral do subsídio e do vencimento básico dos servidores públicos civis e militares da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, em 2º turno.
Reunião 26ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 11/06/2024
Página 48, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 2309 de 2024

26ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/6/2024

Palavras do deputado Sargento Rodrigues

O deputado Sargento Rodrigues – Sr. Presidente, Srs. Deputados, cidadão que nos acompanha pela TV Assembleia, já exercendo aqui o 26º ano de mandato nesta Casa, a gente vai percebendo o quanto alguns colegas deputados e deputadas vão perdendo o norte, vão perdendo a coerência e vão perdendo, acima de tudo, a sensibilidade humana. É mais fácil você seguir a orientação do governador, votar com o governador e dizer “olha, governador, eu votei com o senhor, eu fiz do jeito que o senhor pediu”, e o servidor é que vai continuar pagando a conta. Eu fiz questão, presidente, de mais cedo ler aqui uma correspondência de um delegado de polícia, e ele trazia na sua fala… Só que, naquele momento, muitos deputados… Pouquíssimos deputados mantiveram a atenção, até pelo barulho do conjunto de deputados e deputadas; e várias discussões paralelas acabaram tirando a atenção de muitos. Ele tem, em sua fala, Sr. Presidente… O deputado João Magalhães talvez tenha tido a oportunidade de ouvir parte da fala. Inclusive, deputado João Magalhães, o delegado de polícia que pediu que eu fizesse esse relato aqui da tribuna é da região onde V. Exa. é votado, onde líder do governo é votado, e o grande desabafo desse delegado de polícia é o seguinte: “Olha, vocês podem até não conceder. O governador pode continuar insensível, os deputados podem continuar insensíveis, mas quem vai sentir na própria pele é a população”. Por que a população vai sentir, deputado João Magalhães? Vai sentir a frieza do governador. Vai sentir a insensibilidade do governador e de deputados desta Casa, dos 36 deputados e deputadas que hoje disseram “não” à emenda da segurança pública. Deputado Caporezzo, deputada Chiara, deputada Beatriz, deputado Tito, deputado Bim da Ambulância, de uma coisa os senhores podem ter certeza: nós saímos do Plenário hoje de cabeça erguida, defendendo aquilo que era justo. Nós defendíamos, e continuamos a defender, a inflação de 2022 e 2023 e, ao defender a inflação de 2022 e 2023, nós estávamos, deputada Beatriz, defendendo aquilo com que o próprio governador se comprometeu várias vezes. Quem não tem palavra, quem não tem honra é o governador. Agora, se os deputados e as deputadas querem seguir a orientação de um governador que não tem palavra, é uma escolha. Então 36 deputados e deputadas saíram daqui hoje… Eles não vão sair igual a nós, os 28 deputados e deputadas que sairemos do Plenário e vamos retornar à nossa casa. Nós retornaremos de cabeça erguida, nós retornaremos sabendo que defendemos aquilo que era justo para o servidor e, acima de tudo, direito, porque o IPCA está previsto no inciso X do art. 37. Então o governador não faria nenhum favor e nenhuma gracinha ao conceder a inflação de 2022 e 2023. Na prática, ele deveria fazer porque é sua obrigação recompor a perda inflacionária. Mas eu insisto: os senhores e as senhoras, deputados e deputadas, os 36 que foram liderados pelo deputado João Magalhães aqui hoje e que votaram contra a emenda não voltarão com a consciência tranquila para casa. Os senhores, não! Os senhores, na verdade, foram derrotados pela incapacidade de ter autonomia no mandato, derrotados porque não tiveram o livre-arbítrio, derrotados porque não foram coerentes, derrotados porque não foram justos. E aqui eu volto à fala do delegado de polícia, que assim se manifestou: “Quem perderá será a população.” E, no momento em que a insegurança pública bater na porta desses deputados, eles vão se lembrar: “Olha, fomos nós que ajudamos o governador a colocar a população nessa situação”. Porque eu tenho certeza de que, primeiro, a estrita legalidade não vai parar. O pessoal da segurança pública, deputado João Magalhães, não vai engolir o que o governador vem fazendo; não vai engolir a mentira da ata assinada e duas parcelas que deram o calote; não vai engolir as duas vezes que ele foi à televisão dizer que faria a recomposição e não fez. Sabe por quê, deputado João Magalhães? No dia a dia, polícia prende um-sete-um, prende estelionatário. Se o Zema, deputado Ulysses, não fosse governador, seria o tipo do cara que já estaria preso pela polícia por aplicar o estelionato no servidor público. Então, os senhores e as senhoras, deputados e deputadas, que votaram contra a emenda e os servidores podem ter certeza disso: são os senhores que vão votar, mas sem a consciência tranquila. Esses votaram com o governador, votaram com a mentira do governador, votaram com a desonestidade do governador e votaram com o governador, que é um homem que não tem palavra. Nós, não! Nós sairemos daqui hoje tranquilos e de cabeça erguida. E eu tenho certeza de que, quando a insegurança pública bater na porta desses parlamentares, eles vão lembrar que policial militar existe, que policial civil existe, que bombeiro militar existe, que policial penal existe, que agente socioeducativo existe, que servidores administrativos da segurança existem. Eu saio aqui hoje do Plenário com a missão cumprida e de cabeça erguida, sabendo que defendi o tempo todo aquilo que era justo, a inflação para os servidores da segurança pública e os demais servidores do Estado. Muito obrigado, presidente.

A presidenta (deputada Beatriz Cerqueira) – Obrigada, deputado. Quero agradecer-lhe e parabenizá-lo pelo trabalho. Com a palavra, para declaração de voto, o deputado Bruno Engler.