DEPUTADA ANDRÉIA DE JESUS (PT)
Declaração de Voto
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 11/06/2024
Página 47, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 2309 de 2024
26ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/6/2024
Palavras da deputada Andréia de Jesus
A deputada Andréia de Jesus – Boa tarde, presidente. Boa tarde, colegas deputados e deputadas, pessoas que ainda acompanham este fim de reunião Plenário. Eu trouxe um símbolo que, para mim, é muito caro, ou seja, para o povo negro. Para alguns, é conhecido como balangandã, mas esse é o símbolo da liberdade que a maioria do povo negro conseguiu com o trabalho. O trabalho de cada uma dessas peças simboliza parte do trabalho de mulheres, que, com a sua força de trabalho, com o seu suor, conquistaram liberdade. Infelizmente, com um governo liberal que se espalha no País – e Minas Gerais é o modelo –, o trabalho continua sendo penoso, o trabalho continua sendo a única forma de alcançar a liberdade. Nós lutamos muito para que os servidores do Estado de Minas Gerais tivessem a dignidade de obter a recomposição salarial, de ter o mínimo, que é a recomposição da inflação. Mas nós saímos daqui – eu digo por mim –, mais uma vez, reconhecendo que o nosso papel é continuar lutando para que o trabalho dos servidores, que representa o serviço público para a maioria de Minas Gerais, para a maioria de famílias, não seja destruído por esse governo. A luta é árdua. Há dias, os trabalhadores estão nesta Casa lutando pela recomposição, e saio daqui vendo deputados eleitos, escolhidos pelo povo mineiro, tomando a decisão de deixar mais famílias empobrecidas, sem dignidade, e continuando entendendo o trabalho como ferramenta de luta, de liberdade. Votei favoravelmente a todas as emendas construídas pelo bloco, construídas por outros parceiros da Casa para garantir que a recomposição não fosse um flagelo. É mais um ano de muita dor, de muitas horas gritando neste Plenário, buscando o direito que não nasce neste Plenário. O direito nasce quando você já começa a trabalhar. Você tem direito a salário e à recomposição desde o momento que você faz o concurso. Reivindicando novamente a alforria que foi alcançada pela maioria do povo negro com o trabalho – não foi com lei –, eu quero dizer, mais uma vez, ao governador que não use as redes sociais, que não use a imprensa para desqualificar servidor público. Se existe servidor que é uma casta, como ele diz, não são esses que estavam no Plenário, hoje, lutando por dignidade, porque são esses que entram na casa de cada um dos mineiros toda semana. São servidores da educação, segurança pública, que estão nas ruas pegando sol e chuva. Não avançaremos na democracia enquanto tivermos um governador que nega direito a trabalhadores, que mantém este estado, que hoje mantém o salário dele. Inclusive, quero denunciar que é o governador que tem o maior salário entre outros governadores, inclusive os do Sudeste. Refiro-me a esse que se assumiu não político, e a única coisa que fez até hoje foi entrar para o Estado e demonstrar que a iniciativa privada só tem força porque ela explora o Estado e retira dele dinheiro, recurso. Para concluir, digo que tenho a minha consciência limpa de que a minha luta é para garantir direito e dignidade àqueles que sabem a diferença de levar o salário para a casa, a família. E eu vou seguir, mesmo que frustrada com o resultado de hoje, denunciando um Estado que quer escravizar servidores públicos. Obrigada, presidente!