DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/05/2024
Página 63, Coluna 1
Aparteante ANDRÉIA DE JESUS
Indexação
Proposições citadas PL 2309 de 2024
21ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 21/5/2024
Palavras do deputado Leleco Pimentel
O deputado Leleco Pimentel – Nossa saudação de boa-tarde a todos aqui, no Plenário, presidenta Leninha, quem eu esperava ter encontrado nas agendas do final de semana. Passei esses dias todos assim “onde vai ser?” Mas é aqui, com boas notícias também das comunidades, que tanto preservam e têm no seu trabalho o reconhecimento. E a gente faz isso aqui, de forma fraterna, solidária e leal. Parabéns, Leninha, por ser presença.
Deputada Leninha, hoje é um dia muito especial para a Santa Casa BH: são 125 anos de criação exatamente neste dia. Na Santa Casa, onde houve um culto ecumênico pela primeira vez, havia um pastor e um padre conduzindo um processo de reconhecimento daqueles e daquelas que, na verdade, doam a sua vida em missão. E a Santa Casa de Belo Horizonte é para nós também um sinal de que nós precisamos valorizar o SUS. Quero destacar a presença do ex-secretário Helvécio Magalhães, médico, infectologista, reconhecidamente, agraciado por uma comenda na Santa Casa junto com outros, que, igualmente, parabenizo, e que puderam ali trazer o debate.
Deputada Bella, sabe qual é o grande feito da Santa Casa pelos 125 anos? Ser 100% SUS, pois Lula voltou, o SUS voltou, e vamos aqui enfrentando o negacionismo, deputado Marquinho Lemos, que é para nós a forma de devolvermos em políticas públicas essa correção tão justa e necessária que coloca a Santa Casa de Belo Horizonte, hoje, nesses 125 anos de histórias, como bem destacado.
Eu pude dar a boa-nova, a boa notícia de que, através do nosso mandato, Juntos para Servir, Leleco e Padre João, destinamos R$1.000.000,00 para a nefrologia. Temos focado, deputado Cristiano, em ajudar os pacientes que, três vezes por semana, Doutor Jean, o senhor, que conhece bem essa saga… Eu bem acompanhei como o senhor entrou numa van outro dia, de madrugada, enfrentando aquelas estradas do Jequitinhonha, com uma paciente que retornou para a casa sem saber o que é viver o dia. Foram duas noites, a madrugada e a noite, mais de 14 horas entre o tratamento e o deslocamento nas estradas esburacadas de Zema. Então temos dedicado a nossa atenção à nefrologia, ou seja, ao tratamento da hemodiálise e da diálise, serviço importante que agora conta com uma remuneração mais justa na tabela do SUS. Pudemos, ali, na Santa Casa, anunciar esse valor de R$1.000.000,00, fruto desse esforço conjunto de emendas do Juntos para Servir.
Trago aqui o terceiro episódio, deputada Beatriz Cerqueira: o arroz, o Rio Grande do Sul, o agronegócio e o agrotóxico. Nesse episódio de hoje, quero falar que o Lula não blefa, além de ser reconhecido no Festival Internacional de Cinema, em Cannes, onde foi ovacionado sem estar presente. E queremos que chegue também esse agradecimento do povo brasileiro ao cineasta Oliver Stone, que trouxe esse importante documentário da perseguição daqueles que deram o Brasil às mãos de um negacionista, fascista e que, por meio do voto, deixou a presidência, mas, até hoje, não reconheceu a vitória de Lula. Para nós, de Minas Gerais, isso também não é surpresa. Há outro político desaparecido que acabou com seu partido e que também não reconheceu a sua derrota para a grande guerreira e mulher, a Dilma. Ele até hoje vocifera. Sabemos que ele é um dos grandes articuladores do impeachment, um golpe contra o povo brasileiro. Falo daquele tão distante, desconhecido e desaparecido Aécio Neves.
A gente quer trazer aqui, então, nesse episódio de hoje, a importância da mão, da presença, do pé que pisou as terras do Rio Grande do Sul e da cabeça dessa grande liderança, que é o presidente Lula, e que pôde nos dar, com firmeza, essa importante notícia de que o arroz comprado dos países vizinhos latinos americanos já desembarcou no Pará e em outros estados. Como Lula prometeu, o quilo do arroz não vai ultrapassar R$4,00. Com o “reensacamento” deste arroz e com o selo do governo federal, do governo da união, da reconstrução, o Brasil não aceitará a chantagem do agronegócio de querer vender pelo triplo do preço o arroz que é produzido no Rio Grande do Sul e de que hoje a mesa do brasileiro depende.
E é com muita surpresa, deputada Leninha, que nós voltamos do Alto Rio Pardo com o testemunho de um agricultor que colheu mais de 100 sacas de arroz, estes arrozes que, no plural, parece até um trocadilho, são diversificados em espécie. Nós temos o arroz vermelho; temos o arroz preto; temos o arroz que também faz parte da cultura e que é sinônimo da segurança alimentar do brasileiro. Essa é a razão de, hoje, o Brasil ter essa relação internacional reconhecida não só pelo documentário de Oliver Stone em relação à vida de Lula, mas também pela presença firme do presidente Lula no cenário internacional e pelo fato de ele liderar essa ação que a sociedade, em sua solidariedade, ainda não terminou, mas, em suas relações de governo, o presidente Lula tem mantido a presença dos ministros no Rio Grande do Sul e também tem feito essa reflexão.
Então, se cada agricultor e cada agricultora familiar, no Estado de Minas Gerais e no Brasil, retomar a produção do arroz, nós vamos retomar a soberania da alimentação, a soberania alimentar, porque o arroz e o feijão são a base dessa dieta, desse cardápio cujos 10 anos foi comemorado no Congresso. Por essa razão, a gente traz, mais uma vez, essa que é uma importante reflexão do povo diante das mudanças climáticas. O plantio de arroz é, na política, a soberania; na economia, a forma de nos livrarmos daquele agronegócio que continua a escravizar; e, do ponto de vista social, é a organização dos agricultores familiares que coloca a comida de verdade na mesa, sem agrotóxico, retomando o plantio de arroz no Brasil.
Em Minas Gerais, os dados são muito importantes. A Conab liberou os dados: chegamos a mais de 17.0000ha de plantio de arroz em Minas Gerais, triplicando a produção. Minas Gerais dá o exemplo de que devemos retomar essa produção para que os estoques nacionais deem conta da segurança alimentar. Eu falava com o deputado federal Padre João, esses dias todos, durante a viagem, que não foi em vão a luta que ele tem colocado há muitos dias em relação à retomada do plantio de arroz: o arroz das águas; o arroz das secas; o arroz, deputada Andréia, que é um dos elementos da segurança alimentar no Brasil; o arroz que, claro, com a diversidade de verduras e com a diversidade que nós temos para a segurança alimentar, é a base dessa construção.
Deputado Tadeu Leite, é importante que o Norte de Minas, que hoje trata também do cuidado com essas áreas importantes, áreas alagadas, como nós todos sabemos, volte a plantar arroz. E tivemos, ontem, com as escolas família agrícola e com a Embrapa, uma grande reunião para o início dessas atividades das barraginhas, as ecotécnicas que, num conjunto, poderão ajudar para que nós tenhamos também o plantio de arroz ao derredor dessas que são importantes formas de cuidado da casa comum e de cuidado com o nosso povo brasileiro.
Quero, por fim, trazer ainda a importância do debate sobre um projeto de lei que foi retirado da pauta na semana passada, o que nos leva a perceber que o agronegócio está sempre por trás disso, e agora está querendo diminuir as áreas verdes, essas áreas que são de reservas permanentes, para poder criar reservatórios para a irrigação do agronegócio. E é nesse sentido que nós todos temos nos esforçado para não permitir que a boiada passe em Minas Gerais, porque nós sabemos dos efeitos causados pelo maléfico, o inominável e o agora inelegível, junto àquele Ministro Salles, ao abrir a boiada e arrebentar o meio ambiente no Brasil.
Para poder unir e reconstruir, deputada Andréia, concedo o aparte que V. Exa. também nos pediu para que a gente possa, nessa reflexão… Eu compreendi que V. Exa. tinha pedido um aparte tão importante, e a deputada Bella também!
A deputada Andréia de Jesus (em aparte) – Boa tarde, colegas deputados e deputadas. Obrigada pelo aparte, Leleco. É importante esse debate que você está fazendo. O agronegócio não respeita sequer as vidas, aqueles que estão tentando sobreviver após essa tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul. É isto: espalharam que não teria arroz só para aumentar o preço do arroz e, mais uma vez, causar alarde no País, no governo Lula. O presidente Lula rapidamente garantiu mais grãos de arroz, fez um diálogo internacional e garantiu arroz. Eles não queriam comprar o arroz do MST e, depois: “Não, agora nós temos arroz”. É uma jogada podre de uma elite de atraso. Não vou chamar isso de elite, porque não é elite. É um povo atrasado, um capitalismo que já deu o que tinha de dar. Felizmente o presidente Lula rapidamente deu resposta, e o arroz não é mais desculpa para o agronegócio tentar derrubar o presidente Lula e colocar o País, o País… É tão importante para a gente o arroz e o feijão no prato! Usaram isso para deixar as pessoas em pânico, para entrarem em supermercado, acabarem com… Não, o agronegócio vem acabando com as terras, com os povos tradicionais. Nós temos defendido, deputado Leleco… Buscamos assegurar que as terras quilombolas, que o território quilombola seja titulado para a gente garantir as plantações, para a gente gerar renda, para a gente garantir que a função social atenda aos interesses do povo brasileiro, para parar com essa monocultura que objetiva atender aos interesses internacionais. Esse agro nunca foi pop, não atende a interesses do povo; pelo contrário, fica surfando nas mortes das pessoas. Parabéns, deputado. Obrigado pelo aparte, mesmo que eu não o tenha pedido.
O deputado Leleco Pimentel – Deputada, Andréia. Arroz deu cacho, feijão floreou, milho na palha, coração solidário do povo cheio de amor para ajudar o Rio Grande do Sul.
Por fim, quero parabenizar os servidores do sistema de segurança que se encontram aqui no Hall das Bandeiras, lutando para que essa vergonhosa proposta de Zema de equiparação de 3,62% não seja aceita. Apesar de ter passado na CCJ, espero que a Fiscalização Financeira e que este Plenário não aceitem essa vergonha. Nós estamos juntos para que o instituto de seguridade e de previdência dos militares e que o Ipsemg sejam, de fato, reconstruídos. Não deixaremos passar. É importante que a luta dos servidores seja unida, para que a gente volte a ter o respeito de Zema pela Assembleia Legislativa. Obrigado, presidente.