10ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 15/5/2024

Palavras do deputado Doutor Jean Freire

O deputado Doutor Jean Freire – Bom dia, companheira presidenta; colegas deputados e deputadas, público que nos assiste. Primeiro, presidenta Leninha, eu subi aqui para… A gente fala homenagear, mas eu aprendi com um grupo de mulheres que a gente tem que fazer homenagem e fazer também “mulheragem”, porque a palavra “homenagem” vem de homem. Hoje quero fazer homenagem e “mulheragem” às assistentes sociais e aos assistentes sociais, esses companheiros e companheiras que são essenciais na construção de uma rede, seja ela de educação, seja ela de saúde, e que, muitas vezes, são invisibilizados ou têm o seu trabalho invisibilizado. Então parabéns a vocês, que cumprem tão bem esse papel que humaniza, cada dia mais, o atendimento. Eu falo isto seja no hospital, seja num PSF, seja numa escola, seja aqui na Assembleia, seja em qualquer governo, seja em qualquer órgão: vocês, assistentes sociais, fazem-se de fundamental importância. Quero aproveitar também, e que também tem um papel de assistentes sociais nessas demandas de hospitais… Eu acabei agora, deputada Leninha, colegas deputados, Lucas, deputado que hoje teve uma lei de fundamental importância aqui, eu acabei de receber um áudio agora e eu queria usar este espaço para suplicar… Tanta situação que a gente está vivendo neste estado. Repito, existe uma lei, um projeto de lei de minha autoria para criar uma fila única do SUS. A gente não entende porque uns conseguem chegar ao tratamento com maior rapidez, às vezes, com a mesma patologia. Eu acabo de receber um áudio – e eu peço licença, deputada Leninha, para eu colocar aqui – de um pedido de socorro, um clamor de socorro por uma paciente que está há 60 dias internada no hospital de Almenara e que não tem condição de prosseguir nem com o diagnóstico nem com o tratamento. Hoje nós votamos, aqui nesta Casa, um projeto de lei criando o selo para aquelas empresas que trabalham nessa questão da obesidade, um selo de empresa comprometida com o combate à obesidade. E nós temos, todos os órgãos públicos principalmente, de estar comprometidos com essa questão. Eu vou mostrar agora para vocês esse áudio. (– Aproxima o celular do microfone para reprodução de áudio.) É triste, mas ainda hoje as pessoas recorrem a nós. Falo isso, com muita tranquilidade, porque sou médico. Quando eu uso este espaço, quando eu vou à procura de tentar, de alguma maneira, minimizar esse sofrimento, é muito na postura de médico, de quem está lá na ponta, sabendo que isso, sim, é gasto em saúde. Isso é gasto, deputado Raul Belém. Quando você deixa uma paciente por 60 dias no hospital, envolvendo a questão da família, que muitas vezes não tem como ficar como acompanhante, envolvendo o psicológico dessa paciente, não tendo o direito, às vezes, de chegar a técnicas de diagnóstico, pela complexidade que a gente sabe que é a obesidade mórbida, isso é gasto. Esses pacientes, muitas vezes, ficam à margem; na maioria das vezes, ficam à margem. É preciso haver uma equipe multidisciplinar, um ambiente preparado para receber esse paciente. Ela está lá há 60 dias, há 60 dias precisando chegar a um diagnóstico definitivo e a um tratamento, e nós não estamos conseguindo vagas. Os colegas médicos e a equipe não estão conseguindo vaga em todo o Estado de Minas Gerais. A Central de Leitos é muito importante, e nós precisamos, cada dia mais, humanizar esse atendimento porque nós temos determinadas situações em que o hospital não diz “não” nem “sim”. Se não tem condição de tratar, diz logo que não tem, que não pode receber aquele paciente para que o andamento do sistema, da rede seja concretizado. Então fico aqui, termino a minha fala pedindo por essa paciente e por tantas outras. Hoje nós devemos estar, mais ou menos, entre o hospital de Almenara, de Itaobim, de Araçuaí, com 10, com 15 pacientes há dias, há dias, há dias internados. É fratura de fêmur. Nós temos uma criança, pelo que me foi passado, com suspeita de acidente vascular. É uma criança de 3 anos, em Diamantina, precisando chegar a Belo Horizonte. Até ontem, não havia conseguido isso. Então nós precisamos ter um olhar para essa questão da regulação, para essa questão dos hospitais de todo o nosso estado, para melhorar esse atendimento. Gratidão! Muito obrigado.