Pronunciamentos

DEPUTADO SARGENTO RODRIGUES (PL)

Discurso

Manifesta posição contrária ao veto parcial à proposição de lei que isenta de pagamento de pedágio nas vias públicas estaduais, nos termos que especifica e dá outras providências.
Reunião 3ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 04/04/2024
Página 80, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 459 de 2019
VET 3 de 2023

3ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 2/4/2024

Palavras do deputado Sargento Rodrigues

O deputado Sargento Rodrigues – Presidente, eu serei muito breve no meu encaminhamento da matéria, até porque os demais oradores já fizeram uma exposição clara e objetiva em relação a ela.

Deputado Marquinho, eu quero trazer uma situação prática que vivenciei e que afeta as pessoas no dia a dia. Eu visitei o Sul de Minas há pouco tempo, uma cidade chamada Congonhal, que fica a cerca de 25km da cidade de Pouso Alegre, Doutor Paulo. Eu visitei a cidade e visitei o destacamento. O sargento, o comandante estava lá e fui tomar um café com ele. Em seguida, deputado Doutor Paulo, eu me desloquei por 20km até aquela belíssima cidade de Senador José Bento. Para quem não conhece a cidade, ao vê-la da rodovia, mais parece uma cidade pintada num quadro a pincel. Essa é a paisagem que se tem de Senador José Bento, cidade linda. O deputado Doutor Paulo, o deputado Ulysses Gomes, os colegas deputados Dr. Maurício e Cássio conhecem bem a região de que estou falando. E a pergunta que o cabo, em Senador José Bento, fez para mim foi a seguinte, deputado Marquinho Lemos: “Deputado, eu ando 20km nesta MG, de Congonhal a Senador José Bento, para trabalhar, e tenho que pagar pedágio. Como policial militar, eu tenho que pagar pedágio para ir e para voltar, porque moro em Congonhal”. E aí a gente vê que o projeto de lei de V. Exa. traz o exemplo claro de como isso afeta as pessoas na prática. O policial militar me disse isso. E ele presta serviço para qual ente? Para o Estado, não é para o município. Como é que ele desloca o seu veículo e paga pedágio para ir trabalhar, para servir ao Estado? É algo inadmissível!

O colega deputado Doorgal Andrada apresentou uma emenda muito bem colocada, e deixo registrado os meus parabéns a ele. Inclusive sua parte, a emenda ao projeto, foi sancionada, mas faltou, Marquinho, o restante, e a gente devolveu o veto. Então eu me lembro perfeitamente de quando o deputado Doorgal Andrada apresentou a emenda em Plenário. Ele perguntou para mim: “Sargento, olhe aqui esta emenda”. E eu falei: “Belíssima iniciativa, deputado Doorgal”, porque imaginem a situação por que passa o cidadão. E a gente tem uma situação, deputado Doorgal, que eu também conheço bem, em relação ao Distrito de Correia de Almeida, distrito de Barbacena. Certa vez houve lá uma inundação enorme, e policiais militares foram salvar uma mulher picada por uma cobra que já tinha se agarrado a uma árvore. Ela estava agarrada à árvore para não se afogar, e os policiais militares foram ao Distrito de Correia de Almeida para salvá-la. Isso me marcou muito, e inclusive eu fiz uma moção de aplauso. Pedi uma promoção por ato de bravura, já que se tratava de policiais militares e não de bombeiros, e então não era a função específica deles. Então, o Doorgal Andrada conseguiu corrigir essa distorção, mas faltou, no texto, a parte trazida pela iniciativa do deputado Marquinho Lemos.

Então, deputado Marquinho Lemos, quero trazer também aqui essa realidade fática, porque, quando nós, deputados, vamos à ponta da linha, nós encontramos o mundo real e não aquele do ar-condicionado do secretário de Governo, do secretário de Planejamento, da Advocacia-Geral do Estado que, muitas vezes, assessora o governador em uma sala com ar-condicionado, sem ter vivenciado ou ter conhecido Mamonas, Porteirinha, São João das Missões, Padre Paraíso, tantos outros municípios longínquos do Estado, Senador Modestino Gonçalves, a nossa querida Carbonita, Itamarandiba, Capelinha, Novo Cruzeiro, Setubinha. É lá, deputado Marquinho Lemos, quando nós vamos até essa ponta, com a função política, parlamentar, que é valiosíssima para a gente, que a gente entende essa realidade daquilo que o senhor propôs.

Então, o meu voto é “não” ao veto, no intuito de colaborar para que o veto seja derrubado e justiça seja feita. É “não” à proposta de V. Exa. O conjunto da sociedade necessita que esse veto seja derrubado. Muito obrigado, presidente.

O presidente – Obrigado, deputado Sargento Rodrigues. Com a palavra, para encaminhar a votação, o deputado Cristiano Silveira.