Pronunciamentos

DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)

Discurso

Solicita apoio ao projeto de lei de sua autoria que declara como patrimônio histórico, cultural e social, de natureza material e imaterial de Minas Gerais, o garimpo artesanal no Distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto, em 1º turno.
Reunião 45ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/12/2023
Página 58, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 788 de 2023

45ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 0ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 0ª LEGISLATURA, EM 18/12/2023

Palavras do deputado Leleco Pimentel

O deputado Leleco Pimentel – Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sabe o que faz esse povo aqui hoje? Esse povo veio pedir o voto dos deputados para que possa ser reconhecido como povo tradicional.

Há poucos dias, as bateias da D. Ivone e da D. Tereza foram presas e levadas para a delegacia porque a Vale, além de não reconhecê-las como atingidas, apreendeu os instrumentos que eram do pai e do avô da D. Ivone. Hoje eles não puderam entrar com a bateia, então estou aqui fazendo a vez de cada um e de cada uma, trazendo para cá este instrumento. É reconhecendo o povo tradicional, que, há 323 anos, está aos pés de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, que viemos pedir o apoio de todos os deputados e deputadas, para que as mineradoras, inclusive aquela mesma que levou a vida de tanta gente, reconheçam que esse povo foi quem deu origem àquele território.

D. Tereza, esse projeto terá a aprovação dos deputados reconhecendo a atividade das mulheres, antes de mais nada, garimpeiras. Para fazer uma correção histórica, digo que, antes de qualquer Minas, quem aqui chegou, foi até o rio, colocou o cascalho, balançou a bateia e buscou a pepita garimpeiro é. Antes de ser mineiro, todo povo trabalhador de Minas é garimpeiro, então, esse reconhecimento histórico. É bom que não confundam; não estou aqui fazendo ode ao processo das mineradoras que exploram, degradam e matam. Estamos aqui buscando o direito cultural, nas dimensões material e imaterial, daqueles e daquelas que deram sentido ao território e à vida.

Portanto, deputados e deputadas, quero tocar uma música pequenininha que esse povo sabe cantar. Eu abri o ano nesta Casa, pedindo licença sempre com o violão. Hoje pedi licença e um habeas corpus para a bateia. A gente vai tocar essa música para que vocês possam…

O presidente – Deputado Leleco, a presidência pede a V. Exa. que não toque, pois estamos num processo de votação. Tenho certeza de que é uma bela música, mas hoje, infelizmente, não vamos poder seguir nesse sentido.

O deputado Leleco Pimentel – Sem problema. Presidente, não toco violão, mas, nas minhas palavras, direi: Traga a bateia de luta./ Deixa a bateia passar./ Essa é a nossa conduta./ Vamos unir para lutar./ Traga a bateia de luta./ Deixa a bateia passar./ Essa é a nossa conduta./ Vamos unir para lutar./ Vou pedir o voto. Hoje aconteceu um fato histórico: a bateia entrou no Plenário, e o violão foi proibido de ser tocado, mas peço o voto de cada um e de cada uma. Obrigado, presidente.

O presidente – Obrigado, deputado Leleco.