Pronunciamentos

DEPUTADO BETÃO (PT), Autor do requerimento que deu origem à homenagem.

Discurso

Homenagem ao cantor e compositor Vander Lee pelos serviços prestados à cultura e à arte de Minas Gerais.
Reunião 8ª reunião ESPECIAL
Legislatura 19ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/08/2022
Página 2, Coluna 1
Assunto CULTURA. HOMENAGEM.
Indexação
Proposições citadas RQO 1266 de 2022

8ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 5/8/2022

Palavras do Deputado Betão

Bom dia a todas e todos; bom dia, Exmo. Sr. 2º-vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Doutor Jean Freire, representando o presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus; bom dia, Laura Catarina, filha de Vander Lee, representando o homenageado; Exmo. Sr. Subsecretário do Estado de Cultura, Igor Gomes Arci, representando o governo do Estado de Minas Gerais; Sra. Regina Souza, viúva de Vander Lee. Obrigado pela presença, obrigado a todas e a todos os presentes por estarem compartilhando com a gente esta homenagem. Eu queria cumprimentar também todas e todos que estão nos acompanhando, ao vivo, pela TV Assembleia e pelas redes sociais.

Eu queria começar a minha fala já cumprimentando novamente a ex-companheira do cantor Vander Lee, a filha, que também é artista, e todos os seus familiares aqui presentes. A data de hoje é uma data muito importante para vocês e também para a memória da cultura mineira.

Há exatos seis anos, a gente infelizmente perdia uma figura simbólica da música no Estado de Minas Gerais. Vander Lee é e sempre será lembrado por muitos pelas canções de amor e pelo trato fino com o romantismo. Também é importante falar que ele cantou sobre a fome, a desigualdade e clamou por um Brasil mais justo, pautas extremamente atuais. Falou e fez samba, balada, roque. Iniciou sua carreira nos bares de Belo Horizonte, mas voou e ganhou outros espaços. Foi eternizado, como foi dito aqui no vídeo, por grandes artistas, como Gal Costa, Zeca Baleiro, Elza Soares, Rita Ribeiro, Emilinha Borba, Leila Pinheiro, dentre outros tantos.

Por mais que hoje seja um dia marcado pela saudade desse grande artista, a gente humildemente resolveu dar mais um sentido à data, que é reconhecer, de forma simbólica, a obra e o legado deixados pelo cantor Vander Lee. E uma das formas que a gente encontrou para agradecer todo esse legado deixado por ele foi promover esta reunião especial de hoje, porque, além de toda riqueza cultural deixada por Vander Lee, que, como eu disse, é eterna, suas letras sempre são lembradas porque parecem cada vez mais atuais.

Além das homenagens feitas pelo também artista, cantor e compadre do Vander Lee, o nosso querido Maurício Tizumba, o rei do congado, o amor cantado nas canções por Vander Lee parece estar cada vez mais presente no nosso dia a dia. Falo isso porque estamos vivendo tempos difíceis, tempos de dureza, de ódio, de cortes e de finalização de projetos culturais, e por isso a gente precisa se referenciar em figuras como Vander Lee. A cultura inclusive vem sofrendo um golpe fortíssimo, e não é de hoje, mas a gente sabe que esse golpe ficou pior ainda durante e desde o começo da pandemia.

Eu fiquei sabendo inclusive... E quero já parabenizar o Tizumba, que fez recentemente, no Festival de Inverno de São João del-Rei, o show Tizumba canta Vander Lee, coisa que há dois anos a gente nem conseguiria imaginar, a retomada desses festivais. Por isso, minha gente, além de reconhecer a importância cultural de Vander Lee para o Estado de Minas Gerais, é preciso reconhecer o processo de resistência de todos os artistas em Minas e no Brasil. Vocês foram os primeiros a parar e os últimos a voltar e, ainda hoje, sentem na pele a mudança que a pandemia nos trouxe. São vocês que ainda sentem o descaso e a chacota que os governos atuais fazem com a cultura, são vocês que, com a música e a poesia, nos tiram da rotina e nos alegram diariamente. É triste de ver, de saber que nós vivemos a era desses cortes constantes de recursos; governos que vêm a arte como inimiga e como gastos, que se apropriam de leis, como a Aldir Blanc, que tentam barrar a Lei Paulo Gustavo e que sequer conhecem o poder transformador da arte na vida das pessoas. Hoje é, sim, um dia de homenagem para quem fez história e ainda é referência para várias outras gerações de artistas. Por isso eu deixo aqui os meus sinceros reconhecimentos ao legado do cantor Vander Lee.

Agradeço, mais uma vez, a todas e a todos a presença. Que este dia possa ser lembrado, mais uma vez, em homenagem ao nosso querido Vander Lee. Obrigado, pessoal.