Pronunciamentos

DEPUTADO LÉO PORTELA (PL)

Discurso

Defende projeto de lei de sua autoria que impede a utilização da linguagem neutra no Estado (estabelece medidas protetivas ao direito dos estudantes do Estado ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com a norma culta, na forma que menciona).
Reunião 21ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 19ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 31/03/2022
Página 32, Coluna 1
Assunto COMUNICAÇÃO. EDUCAÇÃO.
Aparteante BARTÔ
Proposições citadas PL 2271 de 2020

21ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 29/3/2022

Palavras do deputado Léo Portela

O deputado Léo Portela – Sr. Presidente, deputado Antonio Carlos Arantes, que agora faz parte, com muita alegria, das fileiras do Partido Liberal, eu quero aqui lhe dar as boas-vindas, com muita alegria. É um prazer muito grande ter o companheiro conosco cerrando fileiras no Partido Liberal, ao lado do presidente Bolsonaro. Seja muito bem-vindo. O nosso vice-presidente da Casa agora compondo também conosco a tradicional bancada do Partido Liberal.

Meu presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje estou aqui para repercutir a aprovação do meu projeto de lei na CCJ que impede o uso do dialeto de gênero em Minas Gerais, a famosa linguagem do todes ou todxs, do delu, palavras que nós desconhecemos na língua portuguesa, palavras que estão sendo incutidas na mente das nossas crianças por militantes travestidos de professores. E o que é pior: pagos com dinheiro público, pagos com dinheiro dos nossos impostos para doutrinar, para ensinar o português de maneira incorreta, deturpada às nossas crianças e jovens.

Vejam bem: dizem eles que querem trazer igualdade, que querem trazer inclusão, mas, para que isso seja feito, eles passam por cima da norma oficial, da norma clara da língua portuguesa, da norma culta da língua portuguesa. Ora, eu não pago o salário dos professores para que eles ensinam militando, para que eles ensinem doutrinando, para que eles ensinem deturpando o conhecimento dos nossos jovens. Eu quero que o professor de ciências biológicas ensine de maneira adequada; eu quero que o professor de matemática ensine de maneira adequada; eu quero que o professor de português ensine de maneira adequada a norma culta da nossa pátria. A língua do Brasil não comporta o dialeto de gênero. E Minas Gerais, tenho certeza, vai se levantar de maneira uníssona, por meio desta Casa de leis, para impedir a proliferação – a proliferação – dessa maldição nas escolas mineiras.

Veja bem, o português vem do tronco latino, vem do latim. No latim, nós já temos a linguagem neutra, que é o masculino. O masculino comporta, traz consigo a representatividade do neutro. Isso já existe desde a criação da língua, o neutro já é representado. Mas não, eles querem deturpar. Por que o neutro já é representado? Porque o gênero neutro, no latim, terminava com a letra “u”. Quando veio, na evolução da linguagem para o português, transformou-se na letra “o”. Então, quando nós saudamos as pessoas e nós falamos “bom dia a todos” ou “bom dia, boa tarde a todos”, nós já estamos ali incluindo todos os gêneros. Ou seja, quando nós falamos “bom dia a todos e todas”, nada mais é do que a politização da língua portuguesa. Pior ainda quando nós falamos “bom dia a todes"”, “bom dia a todxs”. E o pior: gente faz isso sendo paga com dinheiro público.

Nós não podemos aceitar isso em Minas Gerais, nós não podemos permitir que isso continue da forma como está nas escolas, sem nenhuma regulamentação. Ora, se você quer usar o dialeto do gênero no seu partido político, use à vontade no seu partido político. Se você quer usar o dialeto de gênero no seu sindicato, use à vontade no seu sindicato, mas, nas escolas de Minas Gerais e sendo pago com dinheiro público, isso não podemos aceitar de maneira alguma. A liberdade de cátedra do professor não é absoluta, tem limites. O professor tem que se limitar a ensinar o que é correto, a norma culta, aquilo que é cientificamente adequado, e não politizar a linguagem. Acontece também que aquele aluno que foi doutrinado durante a sua formação vai prestar o Enem, e, quando ele presta o Enem, escreve “todxs”, escreve “delo”, esse aluno é reprovado e toma uma nota baixa. E aí aquela formação dele que foi paga com o dinheiro público dos impostos, do pagador de impostos de Minas Gerais não valeu de nada, porque lhe foi ensinado de maneira errada.

Tenho certeza de que Minas Gerais não aceitará calada, não aceitará de maneira passiva a doutrinação das nossas crianças e jovens de maneira alguma. Temos que resguardar o ensino da nossa querida língua pátria, da nossa língua portuguesa; temos que garantir o ensino correto da língua portuguesa. E aonde chegamos? Vejam bem, estou defendo aqui algo que, à primeira vista, é óbvio. Estou tendo que defender o óbvio nesta Casa de leis. Aonde nós chegamos? Um deputado tendo que defender o óbvio, porque a ideologização do ensino está trazendo um exército de doutrinadores e doutrinados, de pequenos Paulos Freires, de pequenos Gramscis, de pequenos Karl Marxs.

É isso o que o sistema público está entregando para a sociedade, porque professores estão deturpando o sentido de liberdade de cátedra. Liberdade de cátedra, que, mais uma vez friso, não é absoluta. O professor deve se restringir a ensinar aquilo que é cientificamente adequado. E aí vão dizer: “Ah, deputado Léo Portela, mas a língua é viva, a língua está em constante mudança”. Sim, ela está em constante mudança, mas essas mudanças acontecem não pela imposição ideológica, e sim na naturalidade da conversação diária, na naturalidade da evolução da nossa gente e do convívio social da nossa gente, e não na imposição de cima para baixo na mente das nossas crianças e jovens. O dialeto de gênero é prova cabal da deterioração do nosso ensino. É a prova cabal. Estão corroendo o ensino de Minas Gerais por causa da politização do ensino.

Então estou aproveitando aqui a oportunidade para solicitar aos colegas que, tão logo esse projeto chegue ao nosso Plenário, tenhamos a consciência de votar protegendo a nossa língua pátria. Não tenho problema nenhum com orientação sexual de ninguém. Orientação sexual não se discute; orientação sexual é pessoal e jamais pode ser motivo de discussão e de debate político, desde que se trate de um maior de idade, porque o menor de idade não tem a liberdade para tomar uma decisão tão impactante na sua vida.

Então, o menor de idade não pode dirigir, não pode tirar carteira. O menor de idade não pode fazer tatuagem, que é algo que marcará o seu corpo para sempre. O menor de idade não pode se casar, não pode contrair núpcias. Agora, o menor de idade pode definir qual será o papel sexual que ele exercerá na sociedade durante toda a sua vida? E isso posto ainda pela doutrinação?

Com a palavra, o meu companheiro também, com muita alegria, a quem quero saudar a vinda, a chegada ao PL, deputado Bartô.

O deputado Bartô (em aparte) – Obrigado, Léo.

Não poderia deixar de tecer um comentário aqui. Percebemos que os mesmos que lutam por isso incorrem em incoerência atrás de incoerência. O menor de 16 anos de idade não sabe o que é certo e o que é errado, mas o menino, uma criança de três, quatro anos de idade já tem de saber qual é a sua orientação sexual. E mais, dizem que menino não nasce menino, menina não nasce menina, mas homossexual já nasce homossexual. Então, já percebemos que, pela incoerência, não vão aprender a dar ouvido. Valeu, Léo.

O deputado Léo Portela – Obrigado, deputado Bartô.

Disse um pensador uma certa vez, deputado Bosco, que os idiotas tomariam conta do mundo não pela capacidade mental, que não têm, mas pela quantidade – são muitos. E é nosso dever combater a idiotização no ensino em Minas Gerais.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente, muito obrigado.