Pronunciamentos

DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PSDB)

Discurso

Comemora visita de representantes do governo federal e do Congresso Nacional aos Lagos de Furnas e de Peixoto. Solicita uma ação urgente dos governos em favor dos cafeicultores prejudicados pela estiagem. Elogia o concurso de qualidade de café e de queijos artesanais, destacando sua importância para a agricultura familiar.
Reunião 76ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 19ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/12/2020
Página 30, Coluna 1
Assunto AGROPECUÁRIA. RECURSO HÍDRICO.
Proposições citadas PEC 52 de 2020

76ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 15/12/2020

Palavras do deputado Antonio Carlos Arantes

O deputado Antonio Carlos Arantes – Sr. Presidente, nobres colegas, telespectadores da TV Assembleia. Deputado Professor Cleiton, venho aqui falar da nossa querida Furnas e Peixoto. Ontem, não pudemos estar lá. V. Exa., inclusive, teve a felicidade de apresentar aquela PEC que foi aprovada na semana passada. Ontem, por iniciativa do senador Rodrigo Pacheco e de toda a bancada mineira, dos deputados federais e dos três senadores, tivemos lá um evento importantíssimo. Foi importante porque, ontem, em Furnas, foi recebido o ministro Rogério Marinho, do Ministério de Minas e Energia. Então, Professor Cleiton, ele pôde ver, na prática, aquilo por que temos lutado, batalhado, defendido, que é a cota 762, e pôde ver lá o estrago que está sendo feito em nossa região devido à liberação de água de forma desordenada, prejudicando muito o nosso turismo, prejudicando os nossos piscicultores, aquicultores, prejudicando o agronegócio, prejudicando a beleza do nosso lago de uma forma geral.

Mas eu acredito que, ontem, com a ida do ministro Marinho até Furnas, nós poderemos ter resultados muito positivos. Estavam presentes lá prefeitos, vereadores e deputados estaduais, como o deputado Cássio e o deputado Bartô. Então, foi importante. A Assembleia estava presente, a Câmara Federal estava presente, bem como o Senado, as lideranças da região, as lideranças empresariais, de entidades de defesa, como o Todos por Furnas, o Pró-Furnas. Enfim, foi uma corrente positiva, em que estava todo mundo remando para frente, no Lago Peixoto e Furnas. Ninguém estava puxando para trás. E quando está todo mundo com o mesmo objetivo, nós temos que alcançar um resultado positivo.

Com essa PEC de sua autoria, aprovada por nós, eu acredito que também haverá uma ação forte na defesa do nosso tão importante Lago de Furnas e Peixoto. Eu só fiquei triste porque eu não pude estar presente. Ontem, eu estava na Comissão de Agropecuária, numa audiência pública, realizada por meio inclusive de requerimento de minha autoria, na defesa dos nossos cafeicultores, devido a essa seca prolongada, a maior da história, dos últimos 100 anos, em nossa região e também na região do Noroeste de São Paulo, em grande parte de Minas Gerais, no Alto Paranaíba, onde afetou drasticamente os nossos produtores.

O deputado Coronel Henrique, nosso presidente da Comissão de Agropecuária, junto com o deputado Betinho, o deputado Gustavo Santana, o deputado Inácio Franco e o deputado Carlos Pimenta, por via remota, pôde nos ajudar também a trabalhar na audiência pública de ontem, com a participação ativa das cooperativas Cooxupé, Cocatrel. Também estava presente o Sincal, através do nosso amigo Armando Mattiello, a Cooperativa Coopercitrus e o governo do Estado, através da secretária de Agricultura Ana Maria, e o Gustavo Laterza, da Emater. Havia também várias outras lideranças, como o Banco do Brasil, representado pelo Everton. O nosso presidente estava também representado aqui na Assembleia.

Enfim, nós conseguimos colocar o setor de crédito; produtores; cooperativas; o Sincal, que representa também os nossos trabalhadores do campo, os nossos produtores rurais, os nossos empresários também, representando, inclusive, no âmbito do Brasil. E pudemos ali mostrar que é necessário uma estratégia, uma ação política fortalecida, com força. Também estava presente a nossa Faemg, representada pelo Breno Mesquita, defendendo aí o nosso sindicato rural, os nossos produtores. Mas é possível porque recurso existe. Há o nosso Funcafé, um fundo nosso – somos produtores de café – que recolhe isso em todo momento que você vende uma saca de café.

No momento é necessária uma ação estratégica para defender os nossos produtores rurais porque há perda. Muitos falam aí, principalmente o Rainbow Bank, em 15%. Isso é uma piada. Porque eles são banqueiros, não têm interesse que o preço do café suba para os nossos produtores, mas eu tenho certeza de que a perda não é menos do que 40%, 50% em nossa região. São Sebastião do Paraíso e Jacuí têm produtores que estão perdendo 100% da safra somente em solo arenoso. Em solo mais argiloso, nós não podemos falar em uma perda acima de 30%, e isso vai impactar o emprego, vai impactar a renda, vai impactar o desenvolvimento da cidade.

Então eu vejo com muita preocupação que precisa haver ação principalmente do governo federal, ação para colocar recurso à disposição dos produtores para custear suas lavouras, recuperar e produzir. Em 2021, vai ser muito pouca a produção. De repente, em 2022, que também está comprometida, principalmente pelas altas temperaturas... Poucos produtores venderam sua safra para entregar no futuro, ou seja, essa venda futura para entregar um produto que ele não vai ter. Ele não vai ter o café, grande parte não terá o seu café ou grande parte não terá renda para honrar seus compromissos.

Portanto, é muito importante neste momento as cooperativas e essas empresas fazerem uma estratégia junto com esses produtores para que eles passem a fazer uma recompra daquela opção que eles venderam e fazer negociação para aqueles que já pegaram um produto, de forma que possam pagar só daqui a dois, três, quatro anos. Então é hora de ação governamental, é hora de união de cooperativas e de empresas para salvar esses produtores que foram afetados diretamente.

Quando se fala de Sul de Minas Gerais, nós podemos falar de 300.000ha de café só nessa região, que produz mais de 10 milhões de sacas de café. Preparem-se: não teremos, no meu entendimento, mais essa safra no ano que vem. Poderemos ter 30%, 40%, 50% em alguns municípios, a menos, não tenho dúvida disso. Então esperamos... A Emater está fazendo relatório, está buscando informações para que nós consigamos ter aí um um retrato fiel do estrago terrível que está sendo essa seca em nossa Minas Gerais.

Ontem o governador Zema estava lá em Furnas também. Foi muito importante a sua ida lá porque é a autoridade máxima de Minas Gerais e sempre tem defendido também a Cota nº 762. E eu fiquei feliz também porque eu sei que ele levantou lá a questão da estrada Pimenta-Guapé. Em relação a essa estrada, esse deputado lutou e conseguiu junto com o governador Antonio Anastasia mais de 30km e só não terminou porque, na época, mudou o governo, e o governo Pimentel não quis dar seguimento a essa rodovia. Inclusive, tinha dinheiro para isso, e a Construtora Brasil é que estava executando. Foi uma pena. O prejuízo é incalculável por essa ação política que houve na época.

Mas é possível, e, com o governador capacitado, sério que nós temos, se Deus quiser, essa estrada Pimenta-Guapé vai virar realidade. E ontem essa fala do governador nos animou e nos estimulou a continuar lutando por essa tão sonhada rodovia Pimenta-Guapé.

Ontem também foi um dia importante para o nosso agronegócio, para a nossa agricultura familiar, quando a Emater finalizou, junto com a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, o concurso de qualidade de café e de queijos artesanais. E aí mostra para o Brasil, para o mundo e para Minas Gerais que Minas produz os melhores cafés do mundo.

Eu queria cumprimentar o pessoal lá da Zona da Mata, da região de Espera Feliz, do Alto Paranaíba, da região de Araxá e do Triângulo Mineiro e, especialmente, a nossa região do Sul de Minas. O Antônio Miguel Arantes, inclusive, é um amigo, um parente que eu tenho lá em Cássia e que ganhou o 1o lugar também na classificação do seu café de excelente qualidade, produzido em nossa região. Então todo mundo está de parabéns. Quero cumprimentar o pessoal do queijo, cujas maiores premiações também saíram da nossa região: lá da Serra da Canastra, São Roque de Minas e o 1o lugar em Vargem Bonita. Houve premiação também em Medeiros e no Campo das Vertentes, o que realmente mostra que Minas Gerais tem evoluído muito na nossa produção de queijo artesanal de qualidade especial mesmo e também em um café especial.

Hoje o nosso produtor de café e de queijo, deputado Cleitinho, tem feito bonito. Tem feito bonito, não é deputado Duarte? Graças a Deus! É bom ver o que nós vimos ontem. Falar de café especial na Zona da Mata 20 anos atrás era... Café lá não se bebia. O café era ruim na Zona da Mata. Hoje é não só bom, é nobre, é café que ganha prêmio nacional e que poderá ganhar até internacional, porque, realmente, eles sabem fazer café de qualidade. Isso é muito bom para Minas Gerais, é muito bom para o Brasil. É uma pena que, no próximo ano, nós teremos safra menor, geração de emprego menor, produtores arrancando o café como eu ouvi ontem do Osmar, de Patrocínio. Também conversei com o ex-secretário Elmiro, que falou que a produtividade vai cair devido à seca, devido às altas temperaturas. Então, a cafeicultura, para o próximo ano, poderá ter problema, principalmente para os nossos produtores, mas não podemos desanimar. A verdade é que, como disse o Osmar, produtores vão arrancar café e plantar milho e soja; aí é menos emprego. Vai gerar renda? Vai gerar. Mas muito menos do que o café, porque o café agrega mais, gera mais emprego, movimenta mais o comércio; e onde se planta milho e soja se gastam centenas de hectares para gerar um emprego, enquanto no café gerariam dezenas de empregos; o mesmo na área que se gera no milho ou na soja.

Então, precisamos estar atentos, precisamos ser aliados de primeira hora com os nossos produtores rurais, defendendo-os principalmente neste momento difícil que está vindo agora devido aos efeitos dessa seca tão prolongada. Contamos aí com a força do nosso governador Romeu Zema, da secretária Ana Maria, que estava aqui presente defendendo os nossos produtores, e também do governo federal, através da ministra Tereza Cristina, que representa o presidente Bolsonaro. É hora de socorrer os nossos produtores. Muito obrigado.