Pronunciamentos

DEPUTADO GUSTAVO VALADARES (PSDB)

Discurso

Comenta a tramitação da proposta de reforma da Previdência dos servidores civis do Estado, ressaltando que não está andando a "toque de caixa". Ressalta que, se o governo errou e não ouviu os sindicatos, é um ponto a ser levado em consideração, mas a Assembleia Legislativa cumpre o seu papel, até mesmo para corrigir esse equívoco.
Reunião 25ª reunião ESPECIAL
Legislatura 19ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/07/2020
Página 43, Coluna 1
Evento Seminário Reforma da Previdência de Minas Gerais
Assunto ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. EVENTO. PESSOAL. PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Observação Reforma da Previdência 2020.
Proposições citadas PLC 46 de 2020
PEC 55 de 2020

25ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 13/7/2020

Palavras do deputado Gustavo Valadares

O deputado Gustavo Valadares – Em tempos de pandemia, eu até entenderia por conta da máscara, mas o meu penteado não permite. (– Risos.)

Presidente, deputado Cristiano Silveira, deputadas, senhores secretários, eu estava aqui desde o início da sessão com o objetivo de tratar especificamente do mérito da reforma da Previdência, mas ouvindo as falas dos deputados e deputadas que me antecederam, uma em especial me incomodou e tem me incomodado, porque não foi a primeira vez que isso aconteceu.

Eu estou aqui agora, deputado Professor Cleiton, para fazer uma defesa do Parlamento, para fazer uma defesa da Assembleia Legislativa. Ninguém gostaria de viver o que nós estamos vivendo. Ninguém imaginaria que estivéssemos vivendo ou que viveríamos o que estamos vivendo, nem aqui nem em lugar nenhum do mundo.

É de se aplaudir o que a Assembleia tem feito depois que entramos em quarentena, em isolamento social, e a rapidez com que a Assembleia se imobilizou. E aí fica aqui a minha homenagem aos servidores, porque apenas com a união e participação deles foi possível isso. É de se aplaudir a velocidade com que a Assembleia se reinventou para enfrentar – eu odeio esse termo, mas tem sido muito utilizado – este novo normal.

Assim, deputado Professor Cleiton, nós discutimos diversos assuntos nesta Casa, de março até agora, e nunca tivemos falas tão duras e injustas como as que estamos tendo agora, como se o time, o tempo de chegada da reforma da Previdência a esta Casa tivesse sido minimamente calculado há muito e muito tempo pelo governo do Estado e pela direção desta Casa.

Tratar da reforma da Previdência internamente, no Colégio de Líderes, do qual faço parte, nós tratamos inúmeras vezes. Falar da necessidade de se discutir e depois, obviamente, votar a reforma, nós falamos inúmeras vezes, desde janeiro do ano passado, quando este governo assumiu e o assunto em Brasília começou a ser tratado.

Agora, por circunstâncias que só cabem à nossa Assembleia, o momento oportuno para que ela chegasse foi agora. Eu vou lembrar às senhoras e aos senhores deputados um projeto que andou nesta Casa, entrou aqui no dia 6 de fevereiro deste ano e saiu daqui aprovado em dois turnos no dia 19 de fevereiro. Esse projeto, por acaso, porque entrou no dia 6 de fevereiro e saiu no dia 19, pode ter sido considerado um projeto sem legitimidades, ilegítimo, porque andou em tempo recorde? Foi recebido no dia 6 de fevereiro; passou pela Comissão de Constituição e Justiça no dia 11; no dia 13, pela Comissão de Fiscalização Financeira; no dia 18, recebeu parecer sobre emendas; no dia 18 mesmo, houve a votação em 1º turno, no Plenário; ainda no dia 18, recebeu o parecer, em 2º turno, na Comissão de Fiscalização Financeira; no dia 19, foi votado, em 2º turno, e aprovado.

Àquela época, nenhum deputado ou deputada questionou a celeridade do projeto ou a ausência de participação mais efetiva de A, B, C, D. Sabe qual projeto era esse? O projeto que tratava do reajuste dos servidores da área da segurança pública. Ele entrou aqui no dia 6 de fevereiro e saiu daqui no dia 19, aprovado em dois turnos. Nenhum de nós, nem a Mesa, nem o Colégio de Líderes foi agredido, como nós todos temos sido, por qualquer deputado que fosse, por conta da celeridade e da aprovação desse projeto. E ele não é ilegítimo por conta disso.

Vou tentar concluir com rapidez, presidente. Peço apenas mais alguns minutos.

Então, queríamos todos, inclusive eu... Já passei por diversas votações tendo, por exemplo, a deputada Beatriz Cerqueira como líder sindical aqui, num passado não muito distante, como... Posso dizer adversária? Nem eu queria estar vivendo a discussão da reforma da Previdência neste momento. Estar aqui falando, de máscara, é algo que me incomoda profundamente, a começar ao formular as minhas ideias e expressá-las. Isso me incomoda, me atrapalha, mas faz parte do novo normal.

Se o governo errou e não ouviu os sindicatos, é um ponto a ser levado em consideração, mas a Assembleia cumpre o seu papel, até mesmo para corrigir esse equívoco. Estou eu aqui, como líder de um bloco do governo, participando. Esse projeto não está andando a toque de caixa. Na Comissão de Administração Pública, ele ficou em discussão por 48 horas. Dois deputados, uma deputada e um deputado, com toda legitimidade, seguraram a discussão desse projeto na Comissão de Administração Pública, por 48 horas. Ali está o presidente.

Estou terminando. O deputado João Magalhães está ali pacientemente; ele aguardou o momento de aprovação do projeto na comissão. Não há correria para a aprovação desse projeto.

E, para terminar, para aqueles que querem dar o exemplo e seguir o exemplo da Bahia. Na Bahia, esse projeto foi apresentado em janeiro. A Assembleia foi chamada extraordinariamente para discutir a reforma da Previdência em janeiro. Recebeu a PEC que tratava da reforma no dia 14 de janeiro; no dia 3 de fevereiro, ela estava promulgada – promulgada em menos de 20 dias.

Esta discussão, presidente, que eu trouxe hoje, continuarei fazendo para defender o Parlamento, por conta do momento que a gente está vivendo e da disposição e coragem das deputadas e dos deputados em participarem – aí incluo os servidores –, mesmo com todos os riscos por conta da contaminação. Eu quero parabenizar as deputadas e os deputados pela coragem de estarem participando, remotamente ou aqui, da discussão de um projeto que é fundamental para as servidoras, para os servidores e para Minas como um todo. Muito obrigado, presidente.

O presidente – Com a palavra, para seus questionamentos, a deputada Laura Serrano.