Pronunciamentos

DEPUTADO GUSTAVO CORRÊA (DEM)

Questão de Ordem

Critica o governo do Estado pelo atraso no pagamento dos salários dos servidores. Declara posição favorável à proposta de emenda à Constituição - PEC - que determina o pagamento do piso salarial nacional aos servidores da educação do Estado, mas defende que não é o momento de votá-la. Comunica que a oposição continuará obstruindo a pauta do Plenário, até que haja um acordo com o presidente sobre questões prioritárias que precisam ser tratadas.
Reunião 58ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/07/2018
Página 11, Coluna 1
Assunto ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (ALMG). CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. EDUCAÇÃO. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PEC 49 de 2018

58ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 11/7/2018

Palavras do deputado Gustavo Corrêa

O deputado Gustavo Corrêa – Presidente, confesso ao senhor que gostaria de subir à tribuna para dizer algo que precisa ser dito. Ouvi atentamente vários parlamentares que me antecederam. Saio daqui indignado e triste, porque a população de Minas, sobretudo os servidores, precisam saber de algumas coisas. Há deputado que veio aqui fazer críticas ao Parlamento, que recebe salário em dia, e veio criticar. Há deputado que tem 30, 40, 50 cargos em governos, e eu nunca tive. Há deputado que vem fazer demagogia aqui… (– Manifestação nas galerias.) Presidente, lamento a intolerância do ser humano em determinados momentos. Ninguém aqui disse que é contra servidor da educação. Ninguém é contra servidor da educação. Mas um governo que há dois, três anos parcela o salário do servidor, um governo que na calada da noite publicou mais de R$300.000.000,00 em convênios… (– Manifestação nas galerias.).

O presidente – Gente, atenção. Peço licença para que o deputado possa se manifestar para que possamos iniciar a votação dos vetos. Com a palavra, V. Exa., deputado Gustavo Corrêa.

O deputado Gustavo Corrêa – Um governo, presidente, que na calada da noite, para atender sua base eleitoral, publicou mais de R$300.000.000,00 em convênios para os municípios mineiros! Por que ele não destinou esse recurso para a educação e para o pagamento dos salários dos senhores e das senhoras? Essa é a pergunta que faço. Cadê o dinheiro do depósito judicial? Por que ele não paga o salário dos servidores em dia? E agora vem fazer demagogia política. Vamos votar a PEC, sim. E gravem: vamos votar a PEC, sim, presidente, mas tudo na vida tem seu tempo e sua hora. O governo não tem responsabilidade, presidente. O governo assumiu as contas do Estado dizendo que havia encontrado um déficit de R$4.000.000.000,00 a R$8.000.000.000,00. Aí, a oposição ameaçou interpelar judicialmente o governador. Ele deu uma entrevista, em 24 horas, e o dinheiro apareceu no caixa. O governo foi aos órgãos de imprensa para meter a mão no depósito judicial, deputado Sargento Rodrigues. Onde está o dinheiro, que ninguém sabe, ninguém viu? Mas, ao mesmo tempo que saio daqui indignado como alguns, parabenizo cada um dos senhores professores e senhoras professoras. Vi hoje gente no Plenário que há muito tempo não via. Só porque os senhores e as senhoras puseram a carinha ali no jornal. Graças a Deus estou justificando o salário que recebo todos os dias. Enquanto outros estão fazendo demagogia política, estou aqui defendendo os interesses de Minas Gerais. Defendo-os, presidente, de forma muito tranquila. O deputado Rogério Correia, a quem respeito, disse muito bem: Ninguém aqui é inimigo da educação. Mas a oposição, deputado Rogério Correia, continuará na sua obstrução até que ocorra um grande acordo com o presidente onde serão apresentadas algumas questões prioritárias que precisam ser tratadas. No dia em que chegarmos a esse acordo com o presidente, nós desobstruiremos a pauta – quem sabe, na semana que vem? – e votaremos a PEC. Para quem esperou três anos recebendo salário escalonado, 24 ou 72 horas ou uma semana não fazem diferença. Conclamo cada um dos senhores que aqui estão para irem à porta do governador a fim de cobrar o salário em dia. Era apenas isso o que queria dizer, presidente. Como estou dizendo ao deputado Rogério Correia, deixo claro que a oposição continuará em obstrução enquanto não houver um acordo com o presidente. Nenhum de nós, deputados, aqui, somos contra a educação.