Pronunciamentos

DEPUTADO POMPÍLIO CANAVEZ (PT)

Discurso

Declara posição contrária ao projeto de resolução que aprova as contas do governador do Estado de Minas Gerais referentes ao exercício de 2010 e ao projeto de resolução que aprova as contas do governador do Estado de Minas Gerais referentes ao exercício de 2011, ambos de autoria da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária.
Reunião 46ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 17ª legislatura, 4ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/06/2014
Página 42, Coluna 1
Assunto FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA. GOVERNADOR.
Proposições citadas PRE 2914 de 2012
PRE 4288 de 2013

Normas citadas RAL nº 5488, de 2014
RAL nº 5489, de 2014

46ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 11/6/2014

Palavras do deputado Pompílio Canavez


O deputado Pompílio Canavez* – Sr. Presidente, há pouco nos apresentamos pela aprovação do nosso requerimento. Agora, pelo mesmo motivo, queremos nos apresentar pela rejeição das contas. Queremos reafirmar aqui toda a argumentação que há pouco o deputado Adelmo Carneiro Leão defendeu da tribuna, as questões da Constituição ligadas aos prefeitos, a obrigatoriedade de os governos e os Estados aplicarem os limites constitucionais em saúde e educação e o desrespeito da holding da Cemig em relação ao orçamento. A Cemig acabou extrapolando o orçamento. Isso tudo está no parecer do Tribunal de Contas do Estado, que taxativamente fez ressalvas quanto às contas do governo do Estado.

Por isso tudo queremos reafirmar que, vencido o requerimento passado, na submissão das contas à aprovação no Plenário, nós, do Bloco Minas sem Censura, continuamos alertando os senhores e as senhoras parlamentares quanto ao cuidado com a Constituição. Nós aqui somos os guardiões da Constituição. Se não zelarmos pelo cumprimento e pelo respeito às leis e à Constituição, realmente acabamos concordando também que ela não seja respeitada nem pelos municípios.

Quanto aos limites de aplicação constitucional em saúde e educação, como já disse aqui na defesa e no encaminhamento do requerimento, torno a enfatizar que é importante que nós... Especialmente hoje temos aqui trabalhadores da saúde e da educação vigilantes, acompanhando o nosso trabalho e o que estamos fazendo. Esses trabalhadores estão aqui em luta e reivindicando o básico, que é o reconhecimento dos seus direitos e simplesmente a abertura de negociações sérias que levem o governo do Estado a reconhecer a situação precária com que vêm trabalhando em todo o Estado e na educação.

Neste momento, professoras e professores do Sind-UTE estão aqui em vigília e acompanhando o nosso trabalho. Mais uma vez, quero cumprimentá-los e dizer que são bem-vindos porque faz parte o povo fiscalizar o nosso trabalho neste momento em que avaliaremos as contas do governador e do governo do Estado, que tem realmente recomendação e ressalvas do Tribunal de Contas do Estado em relação à não aplicação do mínimo constitucional em saúde e educação. Com o não cumprimento da Constituição, sem dúvida nosso papel aqui é rejeitar essas contas. Ao fazermos isso, estaremos sinalizando para os gestores públicos dos municípios e dos prefeitos que cumprir a Constituição é o mínimo que se espera de um governo.

Então quero reforçar, presidente, o meu pedido a todos os parlamentares para que, lembrando do nosso papel de fiscais do cumprimento da lei, um dos principais do Legislativo, em nome dele, rejeitemos as contas por não estarem cumprindo a Constituição no que diz respeito a duas questões fundamentais: saúde e educação. Disse e volto a repetir: todos os deputados aqui têm acesso a pesquisas. Os trabalhadores, o povo de Minas Gerais, têm também acesso a pesquisa. Em qualquer pesquisa de opinião no Estado, vão colocar que a saúde no Estado precisa de muito investimento, de mais e melhores recursos, como também a educação. O governo do Estado deveria aplicar no mínimo 12% na saúde, mas aplicou apenas 7,9%. Por isso temos esse retrato da saúde em nosso Estado. O governo deveria aplicar 25% do orçamento em educação, mas aplicou apenas 21%. É só ir a qualquer escola estadual, de qualquer município de Minas Gerais, e ver o estado de abandono, calamitoso, dessas escolas, aliás, o contrário do que mostram as propagandas.

Recentemente um jornalista de São Paulo conversava comigo sobre a situação de Minas Gerais, e eu voltei a dizer que existe a Minas Gerais real, onde moram os mineiros, onde trabalham os servidores da saúde, os professores e as professoras, e a Minas Gerais da fantasia, a que aparece na televisão. É só vir a Minas Gerais. Fiz uma recomendação ao jornalista: não confie no que estou lhe dizendo, venha a Minas Gerais e visite uma escola, converse com os trabalhadores da saúde e saberá como Minas está realmente.

Por causa da falta da aplicação do limite constitucional na saúde e na educação e da extrapolação da Cemig no tocante ao orçamento, eu, mais uma vez, solicito e reitero aos deputados e às deputadas que reprovem as contas do governo do Estado. Era isso, Sr. Presidente.

* - Sem revisão do orador.