Carlos Pimenta, à direita, disse estar alarmado com a ampliação da pobreza em virtude da pandemia
Aumento no preço de pedágio e falta de vacinas recebem críticas de deputados

Deputados alertam sobre crise social provocada pela pandemia

Parlamentares temem mortandade maior em abril, falta de oxigênio e medicamentos, além de mais pobreza e fome.

18/03/2021 - 17:29

A preocupação com o agravamento da pandemia de Covid-19 em Minas e no País, tanto pelo crescimento vertiginoso do número de mortos quanto pela ampliação da pobreza, foi o destaque nos pronunciamentos dos parlamentares durante a Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (18/3/21), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

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Nos últimos dias, o número diário de mortos pela Covid-19 no País tem ficado próximo a 3 mil, quadro que ainda pode se agravar, de acordo com a deputada Ana Paula Siqueira (Rede). Ela citou um estudo da Rede Análise Covid, que reúne especialistas e acadêmicos, e que já prevê uma mortalidade diária de 4 mil pessoas para o mês de abril, em todo o País. “Já há também uma preocupação com a falta de oxigênio”, lamentou.

O deputado Carlos Pimenta (PDT) alertou para a possibilidade de que se esgotem, nos próximos dias, medicamentos essenciais para o combate à Covid-19 em hospitais do Norte de Minas, o que também poderia agravar o quadro. O deputado Arlen Santiago (PTB) também cobrou equipamentos para hospitais da região.

Ana Paula Siqueira lamentou o fato de o governo federal não ter comprado vacinas no momento adequado e disse que o processo de imunização deve ser mais igualitário, argumentando que ele ocorre de forma mais lenta com relação à população negra.

Carlos Pimenta defendeu o isolamento social como uma medida indispensável para conter a mortandade mas também se disse alarmado com a ampliação da pobreza. “As pessoas estão passando fome”, declarou. Ele sugeriu que o Governo de Minas utilize parte dos recursos provenientes do acordo com a Vale, referente à indenização pelo rompimento da barragem em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte), para financiar medidas de apoio à população mais pobre e a compra de vacinas contra o novo coronavírus.

A mesma preocupação com o crescimento da pobreza foi citada por Ana Paula Siqueira e pelo deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT). “Já estamos vendo saques em supermercados, alertou Alencar da Silveira. Entre outras medidas, ele sugeriu a aprovação de um projeto de lei para renegociação de dívidas relativas ao IPVA, assim como medidas semelhantes para dívidas de IPTU e em cartórios.

Rodovia – O deputado Arlen Santiago criticou a Eco135, concessionária que explora trechos rodoviários nas BRs 135 e 040, as quais ligam Montes Claros (Norte) ao centro do Estado. Segundo ele, a concessionária pretende aumentar o valor do pedágio em abril, mas ele cobrou que o Estado fiscalize o cumprimento do cronograma de obras e não só barre o aumento do pedágio, mas reduza seu valor. “Estamos no terceiro ano de concessão e o piso (da rodovia) está péssimo”, criticou.

Ferrovias – Já o deputado João Leite (PSDB) comentou sobre reunião realizada nesta quinta-feira (18/3/21) entre o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, e o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para discutir prioridades do Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais, elaborado com a colaboração da Assembleia de Minas, por meio da Comissão Pró-Ferrovias Mineiras.

De acordo com João Leite, a principal obra discutida foi uma ferrovia ligando Pirapora (Norte de Minas), Unaí (Noroeste) e Luziânia (Goiás). “O ministro deu sinal verde para essa obra”, afirmou o deputado.

Outras prioridades reivindicadas por Minas, segundo João Leite, são uma linha de Varginha a Lavras, no Sul de Minas, que criaria novas opções para o transporte da produção cafeeira; e também uma ferrovia entre Grão-Mogol e Janaúba, no Norte de Minas, para o transporte de produção mineral.