Deputados debatem produção de vacinas na Funed
Posse do mineiro Rodrigo Pacheco como presidente do Senado também pautou pronunciamentos em Plenário nesta terça (2).
02/02/2021 - 17:00 - Atualizado em 03/02/2021 - 16:36A oportunidade perdida por Minas Gerais de ser um estado protagonista na produção de vacinas contra a Covid-19, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed), foi destaque nos pronunciamentos de deputados durante a fase de oradores, no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (2/2/21), na primeira Reunião Ordinária deste ano.
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O deputado Cristiano Silveira (PT) apresentou requerimentos nos quais pede esclarecimentos ao secretário de Estado de Saúde sobre as circunstâncias da negociação com a Sinopharm, empresa chinesa fabricante de uma das vacinas contra a Covid-19, que não teria prosperado.
“Primeiro disseram que foi uma questão de fuso horário, um problema que até uma criança resolveria. Depois falaram que a Funed não teria estrutura, sendo que desde 2009 ela é referência para o governo federal na produção de vacinas contra a meningite. Mas aqui não nos contentamos com respostas simples. Minas foi um dos estados que teve o maior número de mortes em janeiro. Queremos informações em nome do povo mineiro”, afirmou.
O deputado Repórter Rafael Martins (PSD) disse que o governo está assistindo ao sofrimento do povo mineiro em “absoluto conformismo”, com a vacinação no Estado estando desorganizada, atrasada, sem agilidade e sem eficiência. “Destaco reportagem do jornal O Tempo que afirma que, se continuarmos no ritmo atual, levaremos cinco anos para vacinar todos os mineiros. Até lá, novas cepas e mutações já terão aparecido e milhares de mineiros continuarão morrendo”, declarou o parlamentar.
Ele disse que já redigiu projeto de lei que autoriza convênio da Sinovac com a Fundação Ezequiel Dias, visando a produção da vacina e toda a estrutura necessária para tal, usando o Fundo de Inovação Tecnológica. “Não é problema de estrutura, é um problema político, que precisamos resolver”, disse.
A deputada Beatriz Cerqueira (PT) destacou a ausência de campanha publicitária educativa por parte do governo estadual e disse que a ineficiência na distribuição tem por objetivo interesses financeiros, para forçar que as pessoas tenham de comprar a vacina, cujo acesso gratuito é um direito de todos os cidadãos.
Senado – Também foram destaques no pronunciamento dos parlamentares a posse do deputado Bernardo Mucida (PSB), na segunda-feira (1º), e a eleição do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para a presidência do Senado.
O novo deputado, que deixou de ser suplente para assumir a vaga aberta pela eleição da ex-deputada Marília Campos (PT) para a Prefeitura de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), foi parabenizado por vários colegas.
Sobre Rodrigo Pacheco, o deputado Carlos Pimenta (PDT) disse que cabe ao senador ajudar Minas Gerais em demandas importantes, como a conclusão do metrô de Belo Horizonte e de hospitais regionais. “Sabemos a falta que esses hospitais estão fazendo nos municípios neste momento que vivemos”, afirmou. Ele também pediu que a Anvisa aprove a produção emergencial da vacina russa Sputnik V no Brasil.
O deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) pediu compromisso do novo presidente do Senado com a implantação do Tribunal Regional Federal da 6° Região (TRF-6) em Minas Gerais, esperada há cerca de 20 anos, para dar agilidade aos julgamentos de processos. A Câmara dos Deputados já aprovou a instalação, que agora depende de decisão do Senado. “Essa é uma pauta importante, que esperamos que seja viabilizada e que o direito à justiça seja garantido por aqueles que aguardam”, afirmou Dalmo Ribeiro Silva.
O deputado Professor Cleiton (PSB) manifestou revolta contra o que chamou de “tentativas de precarização da Cemig”, devido à venda da participação da Light dentro da Renova por apenas R$ 1. Ele apresentou requerimentos pedindo esclarecimentos sobre a venda.
“Porque a parceria entre Cemig e Andrade Gutierrez? Porque parceria com a Light? Porque a participação da Light na Renova e a venda a R$ 1? A Cemig investiu R$ 360 milhões nessa participação e seis meses antes havia oferta de compra no valor de R$ 600 milhões, por uma empresa norte-americana. Eu penso que é uma tentativa de desmoralizar a Cemig perante o mercado financeiro, para forçar uma privatização na nossa goela abaixo”, completou.