Rogério Correia defendeu famílias ameaçadas de despejo em Campo do Meio
Doutor Jean Freire lamentou a saída dos cubanos do Mais Médicos e agradeceu aos profissionais
O processo do MP contra o Colégio Santo Agostinho foi criticado por Cristiano Silveira

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 28/11/18

Deputados criticam despejo no Sul de Minas, saída de cubanos do Mais Médicos e denúncia contra Colégio Santo Agostinho.

28/11/2018 - 16:09

Campo do Meio
O deputado Rogério Correia (PT) comentou a visita que a Comissão de Direitos Humanos fez ao Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (Sul de Minas). No local vivem 450 famílias em terras abandonadas há 20 anos, após a falência da usina de açúcar na Fazenda Ariadinópolis, que foi ocupada inicialmente por funcionários demitidos. Uma liminar emitida por um juiz da Vara Agrária determinou que as famílias deixem o local. Segundo o deputado, na área são produzidos café, feijão, milho e frutas e criados animais para corte e leite. O parlamentar afirmou que a desocupação foi solicitada por João Faria da Silva, dono de mais de 20 empresas, especialmente no ramo de exportação de café. Lembrou que a fazenda foi desapropriada por um decreto do governador Fernando Pimentel, derrubado pela liminar. “É um absurdo o que estão fazendo com esse povo”, lamentou. Disse que o Ministério Público vai recorrer da decisão e que deputados favoráveis à causa vão tentar evitar o despejo. 

 

Mais Médicos
Doutor Jean Freire (PT) reforçou o apoio aos moradores do Quilombo Campo Grande e lamentou a decisão do juiz de reintegração de posse. O deputado também lamentou a saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos e as críticas que têm sido feitas aos profissionais daquele país. “A medidicna de Cuba é reconhecida mundialmente como modelo de medicina preventiva e de saúde pública”, afirmou. Ele discordou das acusações de que o acordo com a ilha teria por objetivo sustentar a ditadura cubana. “O programa foi criado, primeiramente, para os médicos brasileiros”, explicou dizendo que as vagas eram oferecidas, por ordem, para profissionais do Brasil, depois para os que se formaram fora e, por fim, para estrangeiros de todas as nacionalidades e não apenas cubanos. O deputado agradeceu aos médicos que trabalharam em lugares onde os brasileiros não quiseram atender e lembrou que dos brasileiros inscritos no programa, poucos compareceram para trabalhar. 

 

Santo Agostinho
O deputado Cristiano Silveira (PT) retomou questão de ordem levantada por Rogério Correia (PT) para apoiar o Colégio Santo Agostinho, de BH, processado por supostamente ensinar conteúdo de identidade de gênero. “Nas eleições, as fake news da campanha de Bolsonaro falaram de kit gay, de mamadeira erótica. Transformaram o esforço do Ministério da Educação para combater preconceito e homofobia em farsa”, acusou. O deputado abordou ainda visita da Comissão de Direitos Humanos a Campo do Meio (Sul) e salientou que 80% dos comerciantes locais assinaram em favor das famílias acampadas no local há 20 anos e ameaçadas de despejo. “Aquela terra é produtiva, e isso tem que ser considerado pela Justiça ao julgar o recurso contra a desocupação”, frisou. Citou ainda pesquisa que aponta o Brasil como nono país com maior desigualdade social, agravada em 2016 e 2017. Segundo ele, a situação pode piorar na saúde, com a saída dos cubanos do programa Mais Médicos.


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