Comunidade de Retiro, em São Francisco, é uma das que vai promover atividades no âmbito do Cidadania Ribeirinha - Arquivo ALMG
Cidadania Ribeirinha finaliza série de campanhas socioambientais

Cidadania Ribeirinha começa nova etapa em novembro

Novas campanhas socioambientais têm inicio neste mês, incluindo feiras livres e oficinas em São Francisco e Januária.

01/11/2018 - 17:34

Entra numa nova fase neste mês o Cidadania Ribeirinha, projeto da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), financiado pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA). A iniciativa de capacitação e qualificação de líderes em lugarejos às margens do Rio São Francisco realiza agora em novembro seis campanhas socioambientais que compõem a chamada Meta 2 do Fundo, que consiste na implementação de campanha voltada à sustentabilidade no meio rural.

Iniciado em agosto de 2011, o projeto do Parlamento mineiro é destinado a municípios da bacia hidrográfica do Velho Chico com baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Na primeira etapa, foram ofertados cursos de qualificação de lideranças comunitárias, visando transmitir e sistematizar conhecimentos, valorizar saberes tradicionais e formar multiplicadores dessas informações, aumentando o protagonismo dessas populações.

São Francisco - Nessa segunda fase, a iniciativa atende a seis comunidades rurais dos municípios norte-mineiros de São Francisco e Januária. De 6 a 15 de agosto de 2018, já aconteceram outras seis campanhas socioambientais do projeto.

E agora, neste sábado (3/11), a partir das 7 horas, a primeira das seis novas campanhas socioambientais será realizada na comunidade de Jibóia, em São Francisco. No entorno da represa que leva esse nome, serão instaladas placas com mensagem de preservação, ao mesmo tempo em que se plantarão mudas. A conclusão da atividade se dará com o juramento comunitário para preservação da barragem.

Única fonte de água para as comunidades do distrito de Santana de São Francisco, a represa de Jiboia abastece cerca de 2.500 pessoas, possibilitando a irrigação de 250 hectares. Isso beneficia aproximadamente 100 pequenos produtores, que plantam feijão, milho, mandioca, cana e outros alimentos para subsistência.

Degradação - Apesar da importância de sua água para consumo humano e animal, além do benefício à agricultura, a represa se encontra bastante assoreada. Entre as causas do problema se destacam a prática da agricultura convencional, com uso de máquinas no preparo de terras no entorno e o pisoteio de animais que bebem diretamente do lago.

Outra atividade prevista para a comunidade de Jibóia é uma feira livre, como meio de incentivo à soberania alimentar, à sustentabilidade e ao consumo local. O evento ocorre no domingo (4), a partir das 7 horas, na rua principal de Jibóia.

Na tenda da campanha, haverá distribuição de cartões com mensagens sobre a sustentabilidade, sobretudo as vinculadas ao consumo local, segurança e soberania alimentar.

Na ocasião, alunos do projeto vão abordar visitantes e feirantes para que troquem mensagens em um “correio sustentável”, estimulando consumo e produção locais.

Ficarão expostos na tenda banners com informações sobre os 7 R’s da sustentabilidade, que são: repensar, recusar, reduzir, reparar, reintegrar, reciclar e reutilizar.

Grupo de reisado se apresenta na feira em Retiro

A comunidade de Retiro, em São Francisco, também promoverá sua feira livre, nos mesmos moldes da de Jiboia, no dia 18/11, também domingo, a partir das 7 horas, em frente à sede da associação comunitária. A diferença em Retiro é que haverá apresentação do grupo de reisado (manifestação cultural religiosa festiva, também conhecida como Folia de Reis) e dos instrumentos produzidos ou recuperados na oficina de instrumentos musicais.

Essa oficina para produção/recuperação de instrumentos acontece em dois sábados sucessivos, dias 10 e 17, das 8 às 16 horas. No evento, haverá uma roda de conversa sobre o reisado, conduzida por um especialista em instrumentos tradicionais. Ainda nessa oficina haverá conversa sobre os dois projetos comunitários de educação ambiental da comunidade - criação de horto florestal e de recuperação de nascentes.

No domingo (11), a comunidade de Santa Helena de Bom Jardim da Prata, em São Francisco, realiza sua campanha-oficina de Ciranda e Produção de Vestes Folclóricas, das 8 às 16 horas.

Constam da programação roda de ciranda, para recuperação de repertório da manifestação folclórica; e mobilização e intercâmbio de costureiras para produção coletiva de vestes de ciranda. E, por fim, os participantes vão conversar ainda sobre os dois projetos comunitários de educação ambiental de Bom Jardim da Prata – criação de horto e coleta de resíduos sólidos.

Januária – Em Januária, as atividades começam na comunidade de Riacho da Cruz, com a feira livre, no sábado (24), a partir das 7 horas, na rua principal em frente à igreja católica, nos moldes da feira de Jibóia.

Além das atividades que compõem as seis campanhas socioambientais, outra ação importante fruto do Cidadania Ribeirinha será a comemoração do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, pelo Quilombo Bom Jardim da Prata. No evento, que acontece na escola Barreira dos Índios, vão se apresentar grupos de batuque (que participaram de oficina de produção de instrumentos em 6 e 7 de agosto) e de ciranda (que terão oficina no dia 18/11), com o objetivo de estimular a troca de saberes.