Sargento Rodrigues falou sobre atrasos do governo estadual nos repasses para o transporte escolar rural
Rogério Correia criticou proposta do governo Michel Temer de vender a Eletrobras
Gustavo Corrêa considerou válida a privatização da Eletrobras
Antônio Jorge listou benefícios que as privatizações trariam para os cidadãos mineiros

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 23/8/17

O tema privatizações dominou as falas, com dois deputados apoiando proposta federal e um criticando o leilão da Cemig.

23/08/2017 - 18:27 - Atualizado em 24/08/2017 - 13:50

Polícia política
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) afirmou que o Governo do Estado está criando sua “polícia política, uma verdadeira Gestapo”, que teria à frente os coronéis Helbert Figueiró, comandante da Polícia Militar, e André Leão, chefe do Estado Maior. O deputado relatou que Leão tentou difamá-lo em palestra em Ipatinga (Vale do Aço). Segundo e-mail de um militar recebido pelo parlamentar, foi dito no evento que o objetivo era alertar a tropa para não "cair na lábia" de radicais. Sargento Rodrigues divulgou que respondeu ao colega que Minas vive sob estado de exceção. "Acabaram com o prêmio produtividade e outros benefícios dos militares. Não pagam ajuda de custo e diárias. A tropa sofre de um lado e a cúpula se lambuza com dinheiro público, partidarizando a gestão da Polícia Militar", criticou. À acusação de que difamava o governo, ele respondeu: "Não é preciso; a péssima gestão do PT fala por si só". E citou atrasos nos repasses para o transporte escolar rural.

 

Privatizações I
A luta em defesa da Cemig foi o tema do deputado Rogério Correia (PT). "Queremos evitar a privatização de três grandes hidrelétricas, que geram 50% da energia da Cemig, e fazem de Minas essa potência energética", considerou. De acordo com ele, já se vislumbram algumas vitórias na disputa com o governo federal: a Cemig tenta um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uma liminar na Justiça suspendeu temporariamente o leilão. Por outro lado, Rogério Correia denunciou a proposta do governo Temer de venda da Eletrobras, responsável pelo sistema elétrico brasileiro. "Não há país grande no mundo que tenha entregado setores estratégicos para a iniciativa privada. Se isso acontecer, o Brasil estará abrindo mão de sua soberania!", advertiu. Para o deputado, esses seriam os primeiros passos de um movimento de privatizações capitaneado pelo governo, chamado por ele de golpista, que incluiria a Petrobras, o Banco do Brasil e outras empresas.

 

Privatizações II
Em resposta a Rogério Correia, o deputado Gustavo Corrêa (DEM) defendeu as privatizações propostas pelo governo Temer. Em relação à Cemig, disse que Rogério não quer privatizá-la, pois isso acabaria com o "cabidão de empregos" na empresa. Para Gustavo Corrêa, a concessionária de energia deveria fazer o enxugamento de seu quadro de pessoal. Sobre a possibilidade de privatização da Petrobras, ele avalia ser "melhor privatizá-la do que fazer o que o PT fez: retirou bilhões da empresa para pagar propinas". Também no caso da Eletrobras, Gustavo Corrêa considerou válida a privatização. Conforme o deputado, a empresa valia R$ 20 bilhões e com a proposta de privatização, seu valor subiu para mais de R$ 30 bi. E considerou acertadas algumas privatizações no passado, como a da Vale. "Até antes da tragédia, a Samarco era considerada um modelo de mineração", concluiu.

 

Privatizações III
Também o deputado Antônio Jorge (PPS) apoiou as privatizações do governo federal. "Vou destoar desta ‘balada nacionalista’ que foi defendida há pouco. Vamos pensar no que essas medidas vão agregar ao cidadão, trazendo benefícios para ele", apontou. No caso da Cemig, ele disse que a empresa tem a 10ª energia mais cara do Brasil, entre as mais de 60 concessionárias no País, e a 14ª energia industrial mais cara do mundo. "Temos que discutir as caixas-pretas na Cemig, essas famílias que se perpetuam lá dentro", defendeu. Ele lembrou que outras empresas de Minas foram privatizadas e o resultado foi bom, como no caso da Telemig, que era a concessionária de telefonia, e questionou falas de defensores da Cemig de que, se ela for privatizada, a conta de luz dobraria de preço. "Não dá para aceitar esse discurso fisiológico, que esconde a manutenção de direitos corporativos por trás da fala em defesa de interesses da sociedade", criticou.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.