Integrantes do Ballet Jovem não querem incorporação ao Cefar
Bailarinos reclamam de solução provisória apresentada pela Fundação Clóvis Salgado para manutenção do grupo.
06/05/2015 - 19:39A situação do Ballet Jovem do Palácio das Artes voltou a ser tema de debates na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Nesta quarta-feira (6/5/15), a comissão ouviu Mateus Alves Gomes, representando o grupo de dança. Ele leu carta em que os integrantes manifestam sua decepção com o posicionamento da Fundação Clóvis Salgado (FCS) em relação ao Ballet Jovem.
Antes, o deputado Bosco (PTdoB), presidente da comissão, leu ofício do presidente da FCS, Augusto Nunes Filho, em resposta à comissão. O dirigente afirma que há interesse em institucionalizar o Ballet Jovem por meio do Centro de Formação Artística (Cefar), mas a partir de 2016. Até lá, o grupo deve ser financiado com bolsas do Palácio das Artes.
O bailarino Mateus Gomes disse que a proposta de incorporação ao Cefar não contempla as aspirações do grupo, pois o centro não vem funcionando a contento, segundo ele. Além disso, três pessoas que atualmente dirigem o Ballet Jovem não seriam incorporados pelo Cefar, o que, segundo o bailarino, comprometeria o funcionamento do grupo. Os bailarinos querem que o grupo seja institucionalizado pelo Governo do Estado.
O deputado Bosco também avaliou como insuficiente a proposta da FCS, e por isso, propôs que a comissão se dirija diretamente ao governador Fernando Pimentel. “Não está difícil resolver essa questão. Queremos uma solução pelo menos para este ano, até que ocorra a institucionalização do Ballet Jovem”, afirmou.
Também insatisfeito, o deputado Wander Borges (PSB) sugeriu o envio de ofício ao governador Fernando Pimentel e ao secretário de Estado de Cultura, Ângelo Osvaldo, relatando os problemas do Ballet Jovem. Requerimento nesse sentido foi aprovado na reunião. “Estou ficando perplexo com essa situação. É preciso fazer um esforço maior na área da cultura”, defendeu. Para o parlamentar, quando falta investimento na cultura, mais jovens se voltam para a criminalidade.
Conselho de Cultura – Ainda na reunião, falaram dois representantes do Conselho Estadual de Política Cultural. O vice-presidente, Aníbal Macedo, disse que está buscando uma participação maior da ALMG na entidade. “A Assembleia Legislativa pode propor ações fundamentais para a sobrevivência de várias atividades culturais em Minas Gerais”, destacou. Ele defendeu a realização de um fórum técnico para discutir o financiamento da cultura. “Se algo não for feito para ampliar os recursos para o setor, cerca de 6 mil empregos serão extintos no Estado”, alertou.
O deputado Bosco informou que, nos próximos anos, a comissão apresentará a formatação do fórum técnico sobre o tema.