Músico quer retorno do Grupo de Choro do Palácio das Artes
Deputados da Comissão de Cultura defenderam a volta do projeto da Fundação Clóvis Salgado.
01/04/2015 - 18:36 - Atualizado em 01/04/2015 - 18:57O músico André Milagres, ex-integrante do Grupo de Choro da Fundação Clóvis Salgado, extinto desde 2013, esteve nesta quarta-feira (1º/4/15) na reunião da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para defender o retorno das atividades dos músicos. Os deputados presentes apoiaram a demanda e prometeram tentar uma negociação com o Governo do Estado.
Na reunião, foi aprovado requerimento, assinado pelo presidente da comissão, deputado Bosco (PTdoB), pelo deputado Wander Borges (PSB) e pela deputada Cristina Corrêa (PT), para que seja realizada uma visita ao presidente da fundação, Augusto Nunes-Filho. O objetivo é conhecer os problemas da instituição e os programas previstos para serem implementados ainda este ano.
O deputado Bosco afirmou que a comissão é solidária ao pleito dos grupos que foram dissolvidos na fundação – além do de Choro, também o Ballet Jovem do Palácio das Artes e a Big Band, encerrada no ano passado. “A cultura deve ser motivada e patrocinada pelo Estado”, defendeu. Ele acrescentou que defende a busca do diálogo para chegar a um entendimento razoável entre todos.
A deputada Cristina Corrêa confirmou o empenho dos parlamentares pela continuação dos projetos e a retomada das atividades dos grupos.
O deputado Wander Borges fez uma comparação com o grande número de presos que existem no Brasil. Para ele, se fossem criados hábitos de cultura, a vida de muitas crianças poderia ser mudada e seria reduzido o número de encarceramentos. Ele lembrou que os investimentos na manutenção dos grupos são pequenos, mas ressalvou que seus integrantes não podem se perpetuar. A sugestão do parlamentar é de que a Fundação Clóvis Salgado apoie os artistas por meio de bolsas.
O grupo – De acordo com André Milagres, o Grupo de Choro foi criado em 2007, por iniciativa exclusiva dos alunos do Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado (Cefar). Aos poucos, os músicos passaram a ser demandados pela própria fundação para apresentações e atividades artísticas, recebendo bolsas como incentivo.
Ainda segundo o músico, em 2013, os próprios integrantes decidiram suspender os trabalhos em função de atrasos no pagamento das bolsas. A expectativa era de que houvesse uma retomada agora em 2015. Milagres afirmou que o Grupo de Choro, enquanto existiu, realizou 70 apresentações em 20 cidades, acompanhadas por aproximadamente 68 mil pessoas em praças, feiras e teatros.