A 1ª colônia visitada pela comissão foi a Casa de Saúde Padre Damião, em Ubá - Arquivo/ALMG

Deputados vão visitar ex-colônia de hanseníase em Betim

A Comissão de Direitos Humanos está conhecendo as ex-colônias do Estado para verificar suas condições e propor melhorias

19/05/2014 - 19:17

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visita na quarta-feira (28/5/14), às 9h15, a Casa de Saúde Santa Izabel, na cidade de Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), uma ex-colônia de tratamento de hanseníase. Um pouco mais tarde, às 10 horas, será realizada uma audiência pública na própria instituição (Rua Olavo Bilac, 113, bairro Citrolândia) para debater o que os deputados puderam constatar, especialmente no que se refere à violação dos direitos humanos. O requerimento é dos deputados Durval Ângelo, Adelmo Carneiro Leão, Rogério Correia e da deputada Maria Tereza Lara, todos do PT, e do ex-deputado Glaycon Franco (PTN).

A Comissão de Direitos Humanos está visitando as colônias do Estado para verificar o funcionamento de cada uma e propor políticas públicas. Segundo o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo, essas reuniões também têm como objetivo escutar as demandas dos residentes das ex-colônias no Estado e recuperar a memória do que se passou nesses locais, em que pacientes eram internados compulsoriamente e isolados das sociedade. “Recuperar a história é recuperar os direitos humanos”, afirma o deputado.

História - A Casa de Saúde Santa Izabel foi fundada em 1921. Na época, ela foi considerada modelo de leprosário, com grandes pavilhões, onde os internos eram divididos por sexo e faixa etária.

Assim como nas prisões, os internos eram mantidos sob constante vigilância. Os pavilhões eram coordenados por freiras e as regras de convivência eram rígidas, com punição para aqueles que ousavam infringi-las. Com o objetivo de impedir a fuga de pacientes, havia moeda própria e guaritas com correntes nos limites do Sanatório. A saída dos internos, bem como a entrada de visitantes, só era permitida com autorização da administração.

Somente em 1965 foi permitido que os pacientes deixassem a instituição, mas a maioria permaneceu por lá, já que tinha consciência de que não seria aceita fora dos limites da colônia.

Convidados – Foram convidados a participar da audiência o prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa; o presidente da Câmara Municipal, Marcos Antonio da Paz; o deputado federal Nilmário Miranda; a coordenadora-geral adjunta de Hanseníase e Doenças em Eliminação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Magda Levantezi; o presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins; o coordenador do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan), Artur Custódio; a ex-deputada federal Maria do Carmo Lara; o secretário do Sind-Saúde, José Roberto de Oliveira; e a representante da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), Mônica Fernandes Abreu.