A reunião aconteceu no Centro de Formação Profissional Aloysio Ribeiro de Almeida, no Centro de Varginha
Segundo Márcio Basílio, o Cefet-MG possui convênios firmados em 11 países
Parlamentares concordam com a modificação
A aluna do Cefet Varginha, Luíse Batista, manifestou seu apoio ao projeto

Para diretor do Cefet, instituição já atua como universidade

Em audiência em Varginha, autoridades e população defendem transformação do Cefet-MG em universidade tecnológica.

12/06/2013 - 13:05

O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-MG), atualmente, já estaria atuando tecnicamente como uma universidade e teria esse reconhecimento da comunidade acadêmica. A afirmação foi feita pelo diretor-geral do Cefet-MG, Márcio Silva Basílio, nesta quarta-feira (12/6/13), em Varginha (Sul de Minas). O professor Márcio Basílio participou de audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), requerida pelo deputado Bosco (PTdoB). A reunião debateu o projeto de transformação do Cefet-MG em universidade tecnológica e faz parte de uma série de audiências requeridas pelo parlamentar em apoio à causa.

O diretor Márcio Silva Basílio apresentou vários dados para corroborar sua conclusão de que o Cefet-MG já seria, de fato uma universidade. De acordo com ele, a instituição oferece 44 cursos técnicos e 16 cursos de graduação, sete mestrados e um doutorado, com 7 mil alunos no nível técnico, 3.800 na graduação e 700 nos níveis seguintes (pós-graduação e demais). São 10 campi em nove municípios mineiros: além de Belo Horizonte (com dois campi), Araxá, Contagem, Curvelo, Divinópolis, Leopoldina, Nepomuceno, Timóteo e Varginha.

De um total de 971 professores, o Cefet-MG conta com 635 efetivos, 99% destes com especialização e 97% com dedicação exclusiva. Desse total, são 344 mestres, 221 doutores, 66 especialistas e apenas quatro graduados. Márcio Basílio disse que o Cefet-MG oferece 175 bolsas de iniciação científica júnior, e é a instituição com maior número desse tipo de bolsa no País.

Por fim, Márcio Basílio acrescentou que o Cefet-MG já executa um projeto de internacionalização, com 17 convênios firmados em 11 países, entre eles Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Argentina. Um fruto desse trabalho é o fato de a entidade já ser a quarta no Estado em número de professores enviados ao exterior. No projeto Ciência sem Fronteiras, são mais de 200 alunos aprovados, o que representa uma média cinco vezes superior à nacional, segundo ele.

Projeto fomentaria desenvolvimento regional

Para o diretor do campus Varginha do Cefet-MG, Fernando Teixeira Filho, a transformação da entidade em universidade traria três benefícios básicos: fixar o estudante na cidade, que não precisaria ir para outros municípios para fazer sua graduação; atrair empresas para Varginha, uma vez que elas teriam certeza de que encontrariam profissionais qualificados e em grande quantidade;  e ampliar o desenvolvimento da cidade, da região, do Estado e do País. O Cefet de Varginha tem hoje 530 alunos, 53 professores, sendo 35 efetivos e 18 substitutos.

Também nessa linha, o deputado Bosco destacou que o projeto de ampliação do Cefet-MG é importante não só para Varginha, mas para todo o Estado. “O Cefet é uma referência para o Brasil, haja vista os grandes profissionais formados na entidade que atuam em todo o País”, afirmou.  “A instituição já atua como uma universidade, mas precisa desse reconhecimento legal”, continuou. Bosco disse ainda que a transformação do Cefet em universidade propiciaria mais técnicos, pesquisadores e cientistas, além de mais cursos e laboratórios, entre outros benefícios.

Na avaliação do 1º-secretário da ALMG, deputado Dilzon Melo (PTB), que é natural de Varginha, o Cefet-MG já deu mostras inequívocas da sua competência. “Transformá-lo em universidade é simplesmente um pulo, simplesmente querer fazer. Não vai mudar sequer o orçamento do Cefet”, defendeu.

Dilzon Melo avaliou que Varginha é credora do Governo Federal, pois a cidade contribui com a geração de riquezas e impostos pelas empresas locais. Ele acrescentou que há uma demanda reprimida na região na área de formação acadêmica. “A faculdade de Santa Rita do Sapucaí já está saturada. Porque não estender esse braço para Varginha?”, questionou ele, lembrando que a prefeitura local já ofereceu um terreno para instalação da universidade.

O prefeito de Varginha, Antônio Silva, parabenizou Bosco e a Assembleia pela iniciativa. Lembrou, ainda, que há precedentes em projetos de transformação de escolas técnicas em universidade, como no caso da criação da Universidade Tecnológica do Paraná. Também nessa perspectiva, o presidente da Câmara Municipal, vereador Leonardo Ciacci, disse que esse é um sonho não só da população local, mas da classe política como um todo. Segundo ele, todos os deputados federais que atuam na região estão sensibilizados e batalhando pela causa.

Apoio de alunos - Por último, os alunos do Grêmio Estudantil do Cefet Varginha, Luíse Batista e André Silva, manifestaram total apoio ao projeto. Para Luíse Batista, um dos benefícios da ampliação será o fato de os estudantes não precisarem se mudar de Varginha para continuar os estudos.

Já André Silva avaliou que a mudança representaria oportunidades de desenvolvimento de mais projetos de mestrado e doutorado.