Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, de 2017, a paridade entre homens e mulheres diminuiu em todo o mundo e, ainda mais, no Brasil, cujo cenário é alarmante: o país despencou 11 posições em apenas um ano e está em 90º lugar.
No ranking mundial de mulheres parlamentares, o Brasil caiu do 116º lugar para o 151º lugar em um universo de 193 países, tornando-se um “exemplo negativo”. Em 2017, a média mundial de mulheres parlamentares foi de 23,5%. Nas Américas, estamos atrás dos os demais países, à exceção de Belize e do Haiti.
MATOS, Marlise. exclusão política das mulheres no Brasil. Boletim da UFMG, Belo Horizonte, p. 02 - 02, 12/3/18. Acesso em 11/3/20.
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- O que pode ter contribuído para diminuir o número de mulheres parlamentares nos espaços de representação?
- Mulheres no mercado de trabalho
O aumento do contingente feminino na População Economicamente Ativa não significa aumento da igualdade entre homens e mulheres. Embora mais mulheres estejam no mercado de trabalho, sua participação ocorre de forma desigual. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (2010 e 2012) aponta que as mulheres eram minoritárias em setores como indústria (36%), construção (6,1%), comércio (42,5%), serviços prestados a empresas (42%) e outros. As mulheres eram maioria no segmento da administração pública (64%) e em quase a totalidade nos serviços domésticos (94%).
ANDRADE, Tânia. Mulheres no Mercado de Trabalho: Onde Nasce a Desigualdade? Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. 2016. Acesso em 11/3/20.
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- Quais aspectos poderiam explicar a predominância de mulheres na administração pública e nos serviços domésticos?
- Mulheres na política
As mulheres representam aproximadamente 52% do eleitorado brasileiro, mas ocupam apenas de 10% a 15% das cadeiras nos parlamentos. Das 81 cadeiras do Senado Federal, 11 são ocupadas por mulheres (13,58%). Nenhuma delas pelo Estado de Minas Gerais. Na Câmara Federal, a representação é ainda menor do que no Senado: estão em exercício 77 deputadas, ou seja, 15% da casa, sendo 4 representantes de Minas Gerais. No executivo estadual, das 27 unidades federativas do Brasil, apenas o Rio Grande do Norte é governada por mulher.
Minas Gerais tem aproximadamento o mesmo percentual de mulheres no eleitorado: 51,9%. Nas eleições municipais realizadas em 2016, estavam em disputa 8481 vagas ao legislativo municipal mineiro e desse total apenas 10,85% foram ocupadas por mulheres, ou seja, 920 vagas. Esse cenário também se repete para as 851* prefeituras mineiras em disputa: apenas 63 foram vencidas por mulheres, frente a 788 vencidas por homens, em um universo de 2.447 candidatos e candidatas.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, há 10 deputadas, do total de 77 cadeiras ocupadas. Das 22 comissões permanentes da ALMG, cinco possuem deputadas como presidente.
* Minas Gerais possui 853 municípios. 851 é o quantitativo de municípios que tiveram disputa eleitoral em 2016, segundo site do TRE-MG.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS. Conheça os Deputados. Acesso em 13/3/20.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS. Comissões Permanentes. Acesso em 13/3/20.
CAESAR, Gabriela. Veja quem são os 27 governadores eleitos nas eleições deste ano. G1. 2018. Acesso em 13/3/20.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Quem são os deputados. Acesso em 13/3/20.
G1. Veja quem são os deputados federais de Minas Gerais que tomam posse hoje. G1. 2019. Acesso em 13/3/20.
SENADO FEDERAL. Senadores em Exercício – 56° Legislatura (2019 – 2023). Acesso em: 13/3/20.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS. Eleitorado. Acesso em 13/3/20.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro. 2018. Acesso em 13/3/20.
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- Quais fatores dificultam a participação das mulheres em cargos eletivos?
- Mulheres no mercado de trabalho
Conforme o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RASEAM 2014), é reduzido o número de mulheres em cargos diretivos nos diferentes ramos de atividade econômica, cerca de 36% do total. Os setores agrícola e de construção são os que têm os menores índices de presença feminina em altos cargos.
A participação das mulheres é maior nas áreas tidas por “femininas”: 65,6% em educação, saúde e serviços sociais, cerca de 44% no setor de alojamento e alimentação. Quando se agrega o viés racial, verificamos que as mulheres negras são as que têm pior representação. (...)
O estudo intitulado “Women in Business 2015”, da empresa de auditoria e consultoria Grant Thornton, informa que o Brasil ocupa a terceira posição em ranking de países que menos promovem mulheres a cargos de direção. (…) A pesquisa revela um cenário de retrocesso no Brasil: em 2012, 26% das empresas brasileiras não possuíam mulheres em cargos de liderança; em 2015, essa fatia chegou a 57%, mais que o dobro.
ANDRADE, Tânia. Mulheres no Mercado de Trabalho: Onde Nasce a Desigualdade? Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. 2016. Acesso em 11/3/20.
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- Quais fatores contribuem para a diferença no índice de participação de homens e mulheres em cargos de liderança?
- Mulheres no mercado de trabalho
A Pesquisa Mensal de Empregos do IBGE (2011) demonstra que, do total de empregadores do Brasil, apenas 30,1% eram mulheres, sendo a participação masculina neste tipo de ocupação mais do que o dobro da feminina (69,9%).
ANDRADE, Tânia. Mulheres no Mercado de Trabalho: Onde Nasce a Desigualdade? Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. 2016. Acesso em 11/3/20.
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- O que explicaria as mulheres representarem apenas 1/3 da força empregadora no Brasil? Ou esse pode ser considerado um quantitativo satisfatório?