WALFRIDO DOS MARES GUIA (PTB), Ministro de Estado do Turismo. Vice-Presidente Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB
Discurso
Transcurso do 60º aniversário de fundação do Partido Trabalhista
Brasileiro - PTB.
Reunião
15ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/05/2005
Página 34, Coluna 3
Assunto CALENDÁRIO. REPRESENTAÇÃO POPULAR.
Legislatura 15ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/05/2005
Página 34, Coluna 3
Assunto CALENDÁRIO. REPRESENTAÇÃO POPULAR.
15ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 2/5/2005
Palavras do Ministro Walfrido dos Mares Guia
Sr. Presidente desta reunião, Deputado Fábio Avelar, Presidente
do PTB de Minas e amigo Romeu Queiroz, Deputado Federal Roberto
Jefferson, companheiro de luta, que pela convicção, brilhantismo é
também Presidente nacional do partido; caro Prefeito e amigo
Fernando Pimentel; Deputado Arlen Santiago, na pessoa de quem
cumprimento os Deputados Estaduais do PTB e os demais Deputados
Estaduais aqui presentes; Secretário Olavo Bilac Pinto Neto, que
aqui representa o Governador Aécio Neves, a quem agradecemos a
presença; Vereador Silvinho Rezende, Presidente da Câmara de
Vereadores de Belo Horizonte; Srs. Deputados Estaduais e Federais
do PTB presentes; amigo Milton Reis, que nos deixa um pedaço da
história, pois está com 5 mandatos de Deputado Federal e há 52
anos está filiado ao PTB.
Como o Deputado Milton Reis falou da história e o Deputado
Roberto Jefferson vai poder falar um pouco do futuro, falarei do
presente do PTB. Falarei pouco, pois o horário de término da
reunião é rígido. Além disso, o Romeu e o Roberto ainda irão
falar. O PTB vive um momento extraordinário. Com justa razão,
estamos na Assembléia Legislativa comemorando os 60 anos do PTB.
Roberto Jefferson está no PTB há 29 anos. Já está no seu sexto
mandato; portanto, há 22 anos e meio é Deputado Federal. Estou há
15 anos. Quem nos recebeu no PTB em 1990 ou em 1991 foi Milton
Reis. Hélio Garcia foi eleito Governador de Minas Gerais. Sob a
sua liderança, fomos acolhido pelo generoso coração de Milton
Reis. Hélio Garcia, Romeu Queiroz, José Ferraz, João Pinto
Ribeiro, Álvaro Antônio, José da Conceição, de Montes Claros, José
Ulisses, Carlos Eloy, eu e tantos outros companheiros construímos
em Minas Gerais o PTB, que foi crescendo. Na época, Castelar
Guimarães era o Procurador-Geral de Justiça.
De 1991 a 1998, houve um movimento nacional, do qual nós mineiros
ficamos afastados. Acompanhamos o PTB de Minas, mas não fizemos o
mesmo com o PTB do Brasil. Em Minas, o PTB ia bem. Todavia, o PTB,
no Brasil, encontrava dificuldades, sobretudo no final dos anos
90, quando o partido ficou um pouco como uma nau sem rumo. Em
1999, quando chegamos lá, havia 31 Deputados Federais, dos quais
18 estavam em seu primeiro mandato. Eu era um deles. O Roberto
Jefferson, na primeira reunião que fizemos, no dia 31/1/99, foi
eleito líder. Por maioria, elegemos o Roberto nosso líder. Éramos
recém-chegados. Não nos conhecíamos ainda. O interessante é que
eram 18 Deputados de primeiro mandato e 13 reeleitos. Ou seja,
menos da metade dos Deputados existentes.
A partir dali, começamos honrando essas tradições, de que falou
aqui Milton Reis. Começamos a buscar um entendimento do que era o
trabalhismo.
E a busca desse entendimento nos uniu na liderança do Sr. Roberto
Jefferson, como líder, e na Presidência do nosso querido Martinez,
que nos deixou muito cedo e hoje é substituído brilhantemente pelo
próprio Roberto Jefferson. Fomos, pouco a pouco, respeitando as
individualidades e as diferenças, construindo um novo partido, que
comemorou, aqui nesta Casa, em noite festiva, a volta do Romeu
Queiroz e a vinda do Militão e do Osmânio, assim como a chegada
recente do Dr. Francisco.
No Brasil, outros tantos Deputados nos fazem hoje ser 50
Deputados Federais, unidos, todos membros. E mais recentemente,
para nossa alegria, veio um grande amigo nosso, o Deputado Cleuber
Carneiro. Todos são membros do PTB, com relevantes serviços
prestados a Minas Gerais, ou na política, ou na vida particular,
ou no consultório, ou na gestão pública, ou em qualquer área da
atividade econômica ou da atividade pública.
Em Brasília, unimo-nos e constituímos um todo, todos os Deputados
Federais do PTB e todos os Senadores. E aqui quero prestar minhas
homenagens ao Arlindo Porto, que não pôde ficar conosco, assim
como a todos os Prefeitos presentes. Os atuais Prefeitos do PTB,
na pessoa do Toninho Timbira, Prefeito de Santa Bárbara, e os que
se filiam hoje, na pessoa do meu querido amigo, Dr. José de Paula,
que devia ser professor de Prefeitos de tantos acertos em sua
gestão em Itacarambi, para mostrar como, com tão pouco, pode-se
fazer muito.
Nós nos unimos em Brasília em torno desses 50 Deputados e dos
nossos três Senadores. Todos participam das decisões, todos são
membros da Executiva, tudo é discutido. O Líder lidera, mas não
impõe. O Presidente preside, mas não arbitra. E com isso o partido
cresceu, tomou corpo, teve a lucidez de ver o momento em que era
necessário um caminho, que tomou e que desembocou na candidatura
do Presidente Lula, no segundo turno.
Foi uma longa caminhada, de 2 anos que pareceram 20, porque
demorou a acabar. Tomamos uma decisão, por unanimidade, de
procurar outra alternativa que não aquela que vinha sendo dada ao
Brasil. Em março de 2001, Roberto Jefferson, Martinez e eu tivemos
uma conversa com Ciro Gomes. Depois, reunimo-nos com toda a equipe
do PTB. Apoiamos a candidatura de Ciro Gomes - que era
minoritária, mas altaneira, pois trazia novidades para o Brasil e
mudava de certa maneira o rumo do País. Fomos com ele até o último
minuto, cumprimos nossos compromissos.
É importante dizer isso, sobretudo quando vemos muitas pessoas
jovens. Cumprir o compromisso na política é fator de grande
responsabilidade, mesmo que tenha um custo. Não podemos ficar com
os pés nas alternativas oportunistas, sempre balançando entre elas
para escolher a vitoriosa na hora da vitória. Cumprimos o
compromisso com Ciro Gomes até o último minuto. No momento em que
não teve sucesso, o nosso caminho era o Presidente Lula, a quem
demos apoio integral, quando já eleito. Ele não precisava do apoio
do PTB. O Presidente Lula estendeu a mão ao PTB, assim como seu
partido, convidando-nos a participar da base do Governo, à qual
integramos. Tenho a honra de representar o PTB dentro do Governo
do Presidente Lula.
Este momento que vivemos no Brasil é de grande responsabilidade,
e o PTB tem consciência dessa responsabilidade, tanto que nunca
tivemos de fechar uma questão nas votações do Congresso. Sempre
buscamos o consenso, o diálogo. Houve a reiterada busca pelo
consenso. Mas aqueles que querem fazer oposição sistemática ao
Governo do Presidente Lula acabam não encontrando espaço no PTB.
E, assim, 2 companheiros recentemente deixaram nosso partido por
falta de sintonia com a maioria de outros 50 e, sob a liderança do
Presidente Roberto Jefferson e do Líder José Múcio, entregam, na
votação do Congresso Nacional, os compromissos ao Presidente.
Maquiavel já dizia, em 1521, que toda a pessoa que quer mudar
sofre terríveis pressões, tem tremendos adversários e fraquíssimos
apoiadores. A mudança é uma ameaça. E o Brasil tem de ser mudado,
mas em um ambiente de democracia. Não está sendo mudado em um
ambiente de anarquia nem de guerrilha nem de revolução. A
revolução, entre aspas, deve-se dar no Congresso Nacional, nas
Assembléias e nas Câmaras Municipais, se acreditarmos na
democracia e na república.
As mudanças não acontecem como o corte de um machado, que separa
a tora em duas partes. Deve acontecer aos poucos, mas vai-se
consolidando. De repente, diante de tantas dificuldades, o Brasil
começa a crescer e encontra o rumo. No ano passado, cresceu 5,2%
e, neste ano, continua crescendo. Os pessimistas acham que vamos
crescer em torno de 3%, mas, segundo os indicadores, o crescimento
pode superar os 3% e chegar perto dos 5%.
Controlamos todas as nossas transações correntes. Temos superávit
nas transações internacionais e nas contas nacionais, e, além
disso, a inflação está controlada. Quanto ao desenvolvimento
sustentável, a tendência é perseguirmos paulatinamente a queda dos
juros, sobretudo porque a voz nacional quer isso. Esse é o
desenvolvimento sustentável, aquele que se preocupa com o lado
econômico, mas também com o social, com a geração de emprego, com
a preservação da biodiversidade e com a garantia da diversidade
cultural.
Para isso, precisa-se de políticos competentes, articulados e
sensíveis; não de radicais. Eles devem estar sintonizados com as
necessidades do povo. Na entrada, perguntaram-me como ficariam os
quase 10 milhões de desempregados. Há dois anos, chegamos a ter 12
milhões de desempregados. Nos 27 meses do Governo, fomos capazes
de criar 2.200.000 empregos com carteira assinada, o maior número
dos últimos 15 anos.
Se formos trabalhar com médias da década de 90, estamos ganhando
em torno de 1 para 9. Não nos interessa fazer comparação com os
problemas do passado. Interessa-nos saber que precisamos gerar
mais emprego. Aí está o papel do PTB, cujo lema é trabalho, a
melhor política social.
Quando criamos oportunidade de trabalho, mesmo que esse trabalho
não seja traduzido em emprego com carteira assinada, as pessoas
têm oportunidade de se sustentar e a seus familiares; voltam para
casa com a auto-estima mais alta, mais fortalecida e dão aos
cônjuges, filhos e parentes exemplo de esforço.
Temos de lutar 24 horas por dia, cada qual com a sua
responsabilidade, criando oportunidade de trabalho. O mundo
inteiro persegue isso sabendo que, de um lado, o desenvolvimento
científico tecnológico enxuga milhões de postos de trabalho e cria
outros milhares de altíssimo nível. O comércio e a prestação de
serviço, a educação, a saúde e o turismo chefiam hoje no mundo a
criação de postos de trabalho.
O Presidente Lula tirou o turismo do fundo do baú, onde estava
adormecido. A décima prioridade dos últimos governos tem hoje
prioridade nacional. A promoção do destino está entre as dez
maiores prioridades escolhidas pessoalmente pelo Presidente da
República. O Brasil é uma das dez maiores prioridades. Por quê?
Porque o turismo é a atividade econômica do planeta Terra que mais
gera emprego. Um em cada nove empregos ou postos de trabalho
criados no mundo são da área do turismo. Neste momento, de cada
grupo de nove pessoas que começam a trabalhar em qualquer lugar do
mundo, uma trabalha com turismo.
Não há outra atividade econômica que se nivele ao turismo, em
conseqüência da enorme movimentação de milhões e, agora, de
bilhões de pessoas que precisam se movimentar pelo mundo afora.
Nós, do PTB, temos o direito de comemorar os 60 anos com altivez,
sem nos descuidar do legado que recebemos de todos os que nos
antecederam, com justa razão e orgulho para olhar para a frente e
ajudar os Governadores e o Presidente Lula, em âmbito nacional.
Aécio Neves, de cujo governo o PTB faz parte e a quem apóia com
entusiasmo, está fazendo um bom governo, desenvolvendo o Estado e
criando oportunidades de trabalho para tantas pessoas. Liderados
pelo Presidente Lula, temos a responsabilidade política de buscar
a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. Isso se dá por
meio de oportunidades de trabalho, de educação de qualidade na
hora certa, na idade certa e por condições que permitam ao cidadão
o exercício da cidadania com liberdade, justiça e saúde.
Deputado Romeu Queiroz, meu querido amigo, Presidente do nosso
partido, que muito nos honra, cumprimento-o pela forma adequada de
comemorar os 60 anos, na presença do nosso Presidente, o Roberto
Jefferson, esse gigante trabalhista, que lidera o partido
nacionalmente e que “roda” por este Brasil inteiro, levando a
mensagem do PTB, com a garantia de que continuaremos honrando as
tradições tão importantes que nos foram legadas.
Cumprimento todos os companheiros do PTB, os que agora chegam e
os que estão aqui há tantos anos. Saúdo meu amigo Milton Reis,
esse gigante do trabalhismo brasileiro, com 52 anos de PTB e 5
mandatos de Deputado, honrando Minas Gerais. Muito obrigado.