Pronunciamentos

DEPUTADO CARLIN MOURA (PC DO B)

Declaração de Voto

Declaração de voto favorável, em nome do Partido dos Trabalhadores - PT - e do Partido Comunista do Brasil - PC do B -, ao veto total à proposição de lei complementar que dispõe sobre gratificação por cumulação de atribuições e sobre indenização por plantões exercidos em finais de semana ou feriados destinadas aos membros do Ministério Público Estadual.
Reunião 46ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/08/2007
Página 31, Coluna 1
Assunto MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.
Proposições citadas PLC 17 de 2007

46ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 9/8/2007 Palavras do Deputado Carlin Moura O Deputado Carlin Moura - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectadores da TV Assembléia, nós, do PCdoB, com a Bancada do PT, votamos favoravelmente à manutenção do Veto Total à Proposição de Lei Complementar nº 105, em coerência com todo o procedimento de votação realizado durante a tramitação do projeto nesta Casa. Temos um profundo respeito pela instituição Ministério Público, que é guardiã do Estado Democrático de Direito. A forma como as alterações foram propostas não contribui para o aprimoramento dessa instituição, especialmente no que diz respeito à proibição de investigações de entidades de direito privado. Muitas vezes essas entidades também ferem os princípios democráticos e constitucionais deste País. A instituição Ministério Público tem a obrigação de investigá-las em defesa da ordem jurídica. Sr. Presidente, entendemos que passamos e superamos uma etapa importante. O que chama a atenção é que, infelizmente, após a conclusão desse trabalho, pude perceber que o eixo central e a questão de fundo não é o aprimoramento do Ministério Público. Pude entender também que a questão de fundo não é a proteção à Assembléia Legislativa. Compreendi que a questão de fundo é a blindagem e a proteção, especialmente ao Poder Executivo e aos Secretários de Estado do Governador Aécio Neves. Essa é a conclusão a que pude chegar após essa votação, porque, senão, haveria uma incoerência no fato de o Governador do Estado tomar uma posição pelo veto total, sem ser acompanhado nem por um Deputado sequer da sua base. A sociedade mineira ficou devidamente esclarecida de que, infelizmente, a posição do governo de Minas Gerais é a blindagem dos seus Secretários. Acredito que realizamos uma tergiversação da discussão no Plenário desta Casa, quando colocamos em foco a Assembléia Legislativa ou algumas distorções do Ministério Público. Não podemos compactuar com essa idéia. Acreditamos que acertamos ao manter o veto dessa instituição. Agora, a responsabilidade está nas mãos do Sr. Procurador-Geral de Justiça, pessoa por quem nutro um profundo respeito, por ser de extrema competência. A sua responsabilidade agora aumentou, porque a instauração de inquéritos contra as 1.981 autoridades, especialmente os Secretários de Estado e o Vice-Governador, passa para a competência privativa do Sr. Procurador-Geral de Justiça. É importante que a sociedade mineira e a sociedade civil organizada ajudem o Ministério Público e o Procurador-Geral de Justiça a ter a devida agilidade e competência para instaurar os inquéritos quando for necessário, porque, em Minas Gerais, não permitiremos que se repita o que já aconteceu no passado neste país, quando tínhamos um Procurador-Geral da República, tido como “engavetador-geral” da República. Essa responsabilidade está agora nas mãos do Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais. Cobraremos a coerência do Governador Aécio Neves. Quero que Minas Gerais esteja atenta ao que ocorreu nesta Casa, porque, infelizmente, a base governista, o PSDB, não acompanhou o veto do Governador. Reafirmo o que disse ontem desta tribuna: com o maior respeito do mundo, parece-me que o Governador preferiu jogar a questão para a platéia. De acordo com o nosso entendimento, esse projeto não contribui para o aprimoramento do Ministério Público e serve de subterfúgio para proteger e para blindar não os Deputados, mas os Secretários de Estado e o Vice-Governador. Por isso, mantivemos o nosso posicionamento do início ao fim, pela manutenção integral do veto. Continuaremos a discutir e dialogar com o Ministério Público, instituição extremamente respeitada, que desejamos aprimorar.