Pronunciamentos

DEPUTADO ANTONIO CARLOS ARANTES (PL), Autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Transcurso do 50º aniversário de fundação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig.
Reunião 29ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 13/08/2024
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 3965 de 2023

29ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 8/8/2024

Palavras do deputado Antonio Carlos Arantes

Gostaria de cumprimentar a nossa querida amiga deputada Leninha, 1ª-vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, representando o nosso presidente da Assembleia, deputado Tadeu Leite; a Profa. Nilda de Fátima Ferreira Soares, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais; o Sr. José Ricardo Ramos Roseno, subsecretário de Assuntos Fundiários e Fomento Florestal da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, representando o nosso secretário de Agricultura Thales Almeida Pereira; o Dr. Afonso Maria Rocha, diretor-superintendente do Sebrae de Minas Gerais; e toda essa família Epamig, porque a Epamig é uma família, e uma família do bem, muito do bem!

Fizemos um discurso escrito, mas eu vou preferir falar com as palavras do coração, porque falar da Epamig é falar da minha história. Eu inclusive comentei, em uma homenagem, que, de vez em quando, aparece gente que fala assim: “Eu me lembro de ter conhecido você quando você trabalhava na Epamig; você é da Epamig, não é?”. E eu falo: eu sou da Epamig, sim, de coração e de ação. Está aqui a prova: o Valter. Cadê o Valter? O Valter conhece bem as nossas histórias de luta. Nós viajamos muito e juntos fizemos muitos experimentos, trabalhos e parcerias em Jacuí, Paraíso e Caldas. É toda uma história!

Eu aprendi a gostar da Epamig nos anos oitenta e pouquinho, 1987 por aí, e, na época, o Carlos Melles era diretor da fazenda em São Sebastião do Paraíso, e, em um dia de campo, mostrando aquele monte de variedade de linhagens de café, a evolução do 62, do 44, do Rubi... E depois, na cooperativa dos cafeicultores e também lá, na Epamig, com o Homero, com o Mendonça, com o Heitor, que já faleceu, e agora com aquela turma boa – são vários – que está lá e com a qual a gente está sempre encontrando.

Falar da Epamig é falar de uma história que está dentro da fazenda em Caldas. E depois, como deputado... Quando falamos da Epamig, nós não podemos deixar de falar do Dr. Alysson Paolinelli, que foi o professor de todos nós. O Dr. Alysson tinha essa ligação com a criação, inclusive, da Epamig, porque ele teve um papel fundamental! E falar de Epamig é falar de evolução.

Eu comecei a trabalhar com café em 1977 – cafés de sete sacas por hectare, assim como oito, boa produtividade, 10, 12. Eu tive, na minha propriedade, o Talian de 92 sacas por hectare; e o Catuaí, de 44. Houve até gente de campo: Epamig, Emater, pessoal das empresas privadas. E médias em vários anos acima de 50 sacas por hectare. Foi de cunho pessoal e de tantos companheiros também lá fora.

Ao falar da Epamig eu não posso deixar de falar do Tonico, ou seja, do Tonico e do seu Joaquim. O seu Joaquim era um fazendeiro lá na cidade de Ibiraci; e o Tonico, muito ligado à Amev(?). Nós tivemos muitos encontros, muitas reuniões. E eu, como deputado... Como me conhecia, ele veio mexer comigo. E as questões financeiras da Epamig! Tanta dedicação de todos os servidores! A luta de vocês para ter uma Epamig cada dia mais produtiva e com grandes resultados. Mas a dificuldade financeira era muito grande. E ele falando: “Eu sou pesquisador, eu sou tratorista. Há dia em que pego o martelo e a cavadeira e vou fazer cerca para o gado não pisar no experimento do vizinho”. Olhem a que ponto chegou a Epamig! E ele começou a falar tanta coisa – e ele era muito acelerado – que eu lhe disse: “Tonico, vá devagar que eu não estou processando. É coisa demais”. Era isso. Mas aquilo contribuiu, Nilda, ou seja, aquela fala do Tonico lá na minha sala e também com outros. Mas ele foi fundamental para dizer assim: “Eu tenho que abraçar essa causa da Epamig – não é só de falar –, as conquistas da Epamig, os resultados. Mas como tem sido? Por que tem acontecido? Como poderemos melhorar e dar uma condição de vida melhor a esses pesquisadores?”. Foi aí que surgiu a nossa iniciativa do projeto de lei, dos míseros menos de 0,5%, do 1% da Fapemig que ia para a Epamig, sendo que a Epamig é decisiva e fundamental no pilar que sustenta este país que é o agro, que é o campo, que é a agricultura familiar, que é a agricultura do médio e do grande. Está ali a Epamig! Café nem se fala! As grandes produções de café, quando se vê, são variedades, são linhagens ali da Epamig. Então, se hoje o Brasil produz praticamente 300.000.000t de grãos, há muita coisa da Epamig ali presente, assim como da Embrapa, que é muito ligada à Epamig. Além disso, das universidades, que é um conjunto; da Emater, que está ali para fazer a transmissão de tecnologia. Há a Faemg e os sindicatos de campo mostrando os projetos; o Sebrae treinando, profissionalizando e levando o pessoal para conhecer os novos projetos; os encontros, os eventos. Por exemplo, nos eventos aqui do café está o Sebrae bancando – e vem gente lá do Nordeste – e mostrando o nosso trabalho.

Então, falar da Epamig é isso. Falando, agora, do Norte de Minas, Leninha, é fantástico o que este Gladstone está fazendo com essa equipe dele, levando café para os pequenos produtores do Norte de Minas, levando renda, levando desenvolvimento. O Carlos Melles fala o seguinte: “Onde tem café tem sapato no pé”. As pessoas melhoram a renda. Quer dizer, melhora a vida das pessoas. E, hoje, a gente pode ver café não só do Sul de Minas mas também da Zona da Mata. Há 20 e poucos anos, quando se falava do café da Zona da Mata, falava-se: “Não beba esse café. Esse café é ruim!”. Essa era a realidade. Eu me lembro muito disso hoje. Hoje o café da Zona da Mata ganha concurso – quase todos, não é? –, como o pessoal de Espera Feliz, daquele lado de lá, do Alto Caparaó. O café daquela região lá era ruim, era péssimo em qualidade. Então tem tudo a ver com a Epamig – muito a ver –, assim como Lavras com a universidade. Então é isso, Nilda! A gente fica muito feliz.

Para encerrar, quero falar desse projeto, da importância desse projeto. Dos míseros aí menos 0,5%, nós podemos falar em 8% aprovados nesta Casa. Então podemos falar dos recursos. Por volta de R$3.000.000,00, R$4.000.000,00 por ano, nós podemos falar que, agora, no próximo ano, teremos acima de R$30.000.000,00, próximos dos R$40.000.000,00, para a Epamig, para essa guerreira e acelerada também do jeito que nós gostamos. Na pessoa do Nilda e de toda a sua equipe, do Trazilbo e do Kalil, eu quero cumprimentar cada pesquisador, cada servidor, os que estão aqui e os que não estão. Aí nós poderemos dar mais condição para o pessoal andar em carros melhores, ter mais segurança, ter melhores espaços, poderemos dar mais condição para que não chova dentro das fazendas, dentro dos escritórios, como eu já vi em vários lugares, com telhado caindo.

Se Deus quiser, agora as coisas vão avançar. Mas, para isso avançar, foi preciso apresentar esse projeto. Demorou porque houve muitos embaraços, mas, logicamente, isso não seria possível, não aconteceria, primeiro, se não fosse Deus, porque a gente tem fé, mas também o governador Romeu Zema, através do secretário Thales e de toda a sua equipe. Foi fundamental também o trabalho que foi feito aqui. Refiro-me ao lobby verdadeiro, ao lobby certo, honesto da nossa presidente, que não saía daqui; corria em todos os gabinetes. A palavra “lobby”, muitas vezes, é pejorativa, mas não é. Refiro-me ao honesto, ao verdadeiro lobby da defesa dos interesses maiores da sociedade.

Parabéns! A gente está muito feliz! Quero agradecer à Leninha, que gentilmente veio presidir esta sessão. Ela também é uma parceira dos pequenos produtores, principalmente os do Norte de Minas. É muito bom ter você conosco, bem como o Leleco e todos vocês. Contem conosco! Que Deus proteja a nossa Epamig! Muito obrigado a todos!