O acordo de Mariana e as demandas pendentes
31/10/2024Foi assinado no último dia 25 pelos governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo um acordo de repactuação de 170 bilhões de reais que pretende garantir a reparação integral e definitiva pelas controladoras da Samarco, dos prejuízos causados pelo rompimento da barragem do Fundão. Em 5 de novembro de 2015, o episódio entrou para a história como a maior catástrofe ambiental do país e pior desastre da mineração no mundo. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que defende os interesses de povos originários e quilombolas da região, critica o acordo entre governos e empresas por não ouvir os milhares de atingidos. Ele aponta o abuso de poder econômico das mineiradoras que impuseram aos beneficiados abrir mão de qualquer outra causa judicial. O advogado argumenta que o STF deve ouvir os atingidos que perderam familiares, casa e sustento antes da homologação. Que não é contra o acordo, mas que as mineradoras não podem tirar o direito ao acesso à justiça no exterior, numa referência ao julgamento de uma ação que começou na semana passada em Londres e contempla 620 mil atingidos pelo desastre.