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Terceirização e Reforma Trabalhista serão temas de debate em Ipatinga

Audiência da Comissão do Trabalho da ALMG nesta sexta (6) também marca 60 anos de massacre de trabalhadores.

05/10/2023 - 12:05
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A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) estará nesta sexta-feira (6/10/23) na Câmara Municipal de Ipatinga (Praça dos Três Poderes, s/n, Centro) para audiência pública sobre a privatização de setores estratégicos, a terceirização e precarização do trabalho e as consequências da Reforma Trabalhista do Governo Temer.

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A reunião na região do Rio Doce acontece a pedido dos deputados Betão (PT) e Celinho Sintrocel (PCdoB), respectivamente presidente e vice do colegiado.

Dentre os convidados a participar da audiência, destaca-se o procurador da República, Ângelo Giargini de Oliveira; o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jairo Nogueira Filho; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), Geraldo Magela Duarte; e o documentarista, pesquisador e professor de história, Sávio Tarso Pereira da Silva.

A audiência pública em Ipatinga também marcará os 60 anos do Massacre de Ipatinga, ocorrido em 7 de outubro de 1963. A memória deste crime foi apagada pela Ditadura Militar, já que o fato foi o ápice de uma situação tensa que persistia entre a Polícia Militar e funcionários da Usiminas, revoltados com as más condições de trabalho e a humilhação que sofriam ao serem revistados antes de entrar e sair da empresa para sua jornada de trabalho. 

Na noite anterior ao dia do massacre, os trabalhadores que saíram do turno da noite foram submetidos a uma forte revista, em que leite e alimentos, distribuídos pela Usiminas, não puderam ser levados para casa. A Polícia Militar havia descoberto recentemente planos de resistência e reuniões sindicais no distrito e ameaçava os trabalhadores.

Revoltados com os fatos, operários confrontaram a Cavalaria da PM após esta tentar dissolver uma aglomeração no alojamento Santa Mônica. Somente com a intermediação do padre Avelino Marques, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, foi decidido que ao amanhecer haveria uma reunião entre a diretoria da Usiminas e representantes da polícia, do sindicato local e dos operários.

Na manhã do dia 7 de outubro, cerca de seis mil trabalhadores em greve em frente à portaria da Usiminas aguardavam o término da reunião de conciliação, na qual foi decidido que a atuação da Cavalaria da PM seria suspensa durante as investigações das agressões do dia anterior.

Ao mesmo tempo, soldados armados insistiam em permanecer no local e intimidavam os revoltosos, que passaram a repreendê-los com pedras e xingamentos. Ao final da reunião, dezenove policiais no alto de um caminhão metralharam os operários, resultando oficialmente em oito mortos (inclusive uma criança no colo de sua mãe) e 79 feridos. Os números oficiais são contestados e sobreviventes falam em mais de 40 mortos.

Municípios mineiros - Ipatinga

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