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Balanço das Atividades de 2024

Saída para endividamento do Estado mobilizou agenda

Trabalho encabeçado pela ALMG teve vitória com aprovação do Propag no Senado, para renegociação de débitos dos estados com a União.

20/12/2024 - 14:51
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O protagonismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na busca de uma solução definitiva para a dívida do Estado com a União resultou num marco importante em 2024. 

Após analisar o cenário, avaliando que adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) impõe danos ao Estado, o Legislativo Mineiro atuou, junto com o Senado Federal, na construção do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), aprovado pelos senadores na última quarta-feira (17/12/24) e pronto para sanção do presidente Lula.

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"Um feito histórico", comemorou o presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), que, em diversos momentos ao longo do ano, defendeu o plano como solução melhor para Minas, por permitir a redução dos juros pagos e do saldo devedor, sem comprometer serviços públicos importantes para a população; ao contrário do RRF, instituído pela União em 2017 para estados devedores.

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Elaborado com a participação direta da Assembleia, o Propag foi disposto no Projeto de Lei Complementar Federal (PLP) 121/24, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PS-MG), aprovado em 14/8 pelos senadores e em 10/12 pela Câmara dos Deputados, onde passou por modificações e retornou à votação do Senado, agora finalizada. 

Conforme aprovado, os estados podem aderir ao plano até 31 de dezembro de 2025. O texto traz regras e contrapartidas para equilíbrio fiscal e permite parcelamento do saldo devedor em até 30 anos, com descontos na taxa de juros mediante regras específicas e investimentos no próprio estado. 

Parte da dívida, por exemplo, já pode ser quitada pelos estados na adesão ao plano, o que pode ser feito de várias maneiras, como transferindo à União imóveis e participações societárias em empresas estatais.

Dependendo do montante do saldo devedor pago no início, combinado a outras regras, poderá haver desconto na taxa de juros, que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acrescido de 4% ao ano e pode chegar a IPCA mais 2%, 1% ou mesmo zero.

Já o Regime de Recuperação Fiscal questionado pela Assembleia foi criado com vigência de nove anos, com pagamento da dívida suspenso por um ano e retomada gradativa a partir do segundo, voltando a ser realizado integralmente no último ano de vigência.

Como a dívida não é abatida, no RRF, ao final dos nove anos, o saldo devedor terá crescido, assim como o valor das prestações que deverão ser pagas. 

Tratativas foram intensas

Até o Propag chegar ao Congresso Nacional, foram várias as tratativas encabeçadas pela Assembleia de Minas ao longo do ano, sempre em defesa de um novo plano que não o RRF.

Em fevereiro de 2024, o presidente da ALMG participou em Belo Horizonte de solenidade com o presidente Lula, na qual o presidente do Senado ressaltou ter sido Tadeu Leite quem reportou à esfera federal as dificuldades de Minas relativas ao plano de recuperação fiscal. 

Junto a Tadeu Leite, o senador Rodrigo Pacheco fez na mesma solenidade um apelo aos governos estadual e federal para chegarem a um acordo definitivo, pontuando que a sustentablidade fiscal almejada pela Assembleia seria o maior legado deixado para o Estado.

No mês seguinte, o assunto foi novamente tratado, desta vez em reunião realizada em Brasília, também na presença do deputado Tadeu Leite, do presidente Lula e do presidente do Senado, além do governador Romeu Zema (Novo). 

Em junho, o presidente da ALMG recebeu Rodrigo Pacheco no Salão Nobre, onde trataram do andamento das articulações em torno da nova proposta para a dívida, cujo projeto criando o Propag seria protocolado no Senado pouco à frente, em 9 de julho. 

PPAG e Orçamento

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Ainda sobre as finanças de Minas, a Assembleia se debruçou sobre o Orçamento do Estado para 2025, contido no Projeto de Lei (PL) 2.905/24, do governador, aprovado pelo Plenário na quarta-feira (18/12/24) com emendas de parlamentares, de blocos, de bancadas, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária e também da Comissão de Participação Popular.

O Governo do Estado estima um déficit fiscal de R$ 8,6 bilhões no próximo ano, superior ao rombo de R$ 8 bilhões orçado no exercício fiscal de 2024

Entre mudanças sugeridas por parlamentares estão autorização ao Executivo para abrir crédito suplementar visando usar o saldo remanescente do Fundo Estadual de Cultura (FEC), que seria de R$ 126 milhões, enquanto o projeto do orçamento prevê apenas o gasto de R$ 22,5 milhões. 

Também foi inserida dotação orçamentária para a assistência social, repercutindo no projeto do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), com a criação de uma ação denominada Piso Mineiro de Proteção Especial

O PPAG detalha gastos e investimentos do Estado em várias áreas em um período de quatro anos. Anualmente, a ALMG realiza revisão, com participação da sociedade, para ajustar o plano, por meio de emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA).

A revisão para o exercício de 2025 do PPAG 2024-27, contida no PL 2.906/24, do governador, foi aprovada pelos deputados também no dia 18/12.

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Mudanças no Ipsemg aprimoradas

O financiamento da assistência à saúde prestada pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) foi outro tema que mobilizou a ALMG em 2024, em função do Projeto de Lei (PL) 2.238/24, do governador.

A matéria atualiza os valores mínimo e máximo descontados dos servidores para terem acesso à assistência médica, hospitalar, farmacêutica e odontológica pelo Ipsemg.

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Somente após muita discussão, em comissões e no Plenário, o projeto foi aprovado em 2º turno, em 4 de dezembro, com alterações feitas pelos deputados para aperfeiçoar o projeto e reduzir impactos sobre os contracheques dos servidores.

O texto votado traz condições especiais para titulares com renda inferior a dois salários-mínimos, beneficiando quase 163 mil dos cerca de 409 mil titulares do Ipsemg. A proposta original beneficiaria cerca de 70 mil servidores que ganham até um salário-mínimo.

Outros pontos modificados pelos deputados:

  • filho dependente com invalidez, doença rara, deficiência intelectual ou mental, ou deficiência grave não estão mais submetidos aos valores dos pisos para os demais e ficam excluídos de alíquota adicional tratada no texto do governador
  • servidores contratados que se aposentarem e seus dependentes poderão continuar como segurados do Ipsemg Saúde se recolherem a contribuição patronal
  • a autorização ao Executivo para a venda de imóveis pertencentes ao patrimônio do Ipsemg fica excluída. 

Piso da educação incluído em lei de reajuste do servidor

Também tramitou na ALMG outro projeto que afeta a vida do servidor, o PL 2.309/24, do governador, dispondo sobre a revisão geral do subsídio e do vencimento básico dos servidores públicos do Poder Executivo e transformado na Lei 24.838.

Após negociações e discussões no Legislativo, o Plenário aprovou uma recomposição de 4,62%, contra o índice de 3,62% previsto no projeto original

Foi ainda incluído pela Assembleia dispositivo garantindo às oito carreiras da educação o piso salarial nos mesmos índice e periodicidade do governo federal. O governador vetou esse dispositivo, mas o veto foi derrubado pelo Plenário em 30/10. 

Alívio para contribuinte do IPVA

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O ano trouxe ainda mudanças feitas pela ALMG no recolhimento do IPVA em Minas, que a partir de 2025 deverá ser pago a partir de fevereiro, e não mais em janeiro como atualmente.

O benefício para aliviar o bolso do contribuinte, num mês de muitas contas, está previsto no Projeto de Lei (PL) 1.336/15, do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), aprovado em 2º turno no Plenário em 12/12.

O texto votado traz ainda a possibilidade de pagamento em até três parcelas mensais e aprimora a comunicação do pagamento de débitos do imposto, para dar maior celeridade ao processo de informação e de proteção ao crédito.

Transporte gratuito nas eleições

A partir de uma ação da ALMG em 2024, a participação dos segmentos mais vulneráveis da população nas eleições municipais de outubro foi facilitada, com o transporte público coletivo intermunicipal se tornando gratuito nas regiões metropolitanas no dia da votação.

A medida prevalecerá nas eleições futuras, tendo sido incluída na Constituição Mineira, por meio da Emenda à Constituição Estadual 115, promulgada pela Assembleia em julho, após ter tramitado como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/23, aprovada por unanimidade pelas deputadas e deputados estaduais.

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Encontro do presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite, com o presidente do Congresso Nacional,  Rodrigo Pacheco, para tratar da dívida de Minas Gerais
Discussão Participativa do PPAG 2024-2027 - Revisão para 2025 - Encontro Regional de Varginha (tarde)
Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária - análise de proposições (reunião das 11:00)
Fotos ilustrativas para o evento
“O Regime de Recuperação Fiscal só posterga o problema e, o pior, aumenta a dívida de Minas de cerca de R$ 170 para R$ 210 bilhões. Precisamos de um projeto sustentável, que de fato resolva a questão do Estado.”
Tadeu Leite, em declaração feita em julho de 2024
Dep. Tadeu Leite, em declaração feita em julho de 2024
Presidente da ALMG

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