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Projeto de viaduto no bairro Dona Clara recebe sugestões de mudanças

Representantes de igreja localizada no local apresentam proposta de uso da área debaixo da construção.

13/06/2024 - 18:58
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Integrantes da Igreja Sara Nossa Terra, com sede no Bairro Dona Clara, sugerem que a Prefeitura de Belo Horizonte inclua equipamentos culturais, de esporte e lazer no projeto do viaduto, a ser construído no cruzamento das Avenidas Cristiano Machado e Sebastião Brito, nesse bairro da região da Pampulha. As propostas foram apresentadas durante reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (13/6/24).

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O viaduto, previsto para ser concluído no segundo semestre de 2025, terá investimentos de R$ 90 milhões e ligará os bairros Dona Clara e 1º de Maio, desafogando o intenso trânsito local. Paralelamente, também serão executadas obras para otimização do sistema de macro e micro drenagem das bacias dos ribeirões do Onça e da Pampulha, com a construção de canais, realocação de famílias vulneráveis a inundações e implantação de parque linear, para acabar com os problemas de enchentes no local.

De acordo com a arquiteta da igreja, Isabela Silva Moreira Macedo, a obra ocupará uma área de aproximadamente 7 mil metros quadrados. A sugestão da instituição é de que a parte de baixo do viaduto seja utilizada para o desenvolvimento de projetos sociais.

Esse uso traria benefícios para a população e traria mais segurança ao local. A ideia é que a Prefeitura de Belo Horizonte estabeleça uma parceria com a Sara Nossa Terra, concedendo-lhe o direito de cuidado e uso contínuo da área.

O pastor e presidente da Associação Cristã de Desenvolvimento Humano (Acredith), Paulo Henrique dos Reis, explicou que a entidade já desenvolve algumas ações na área e possui corpo técnico, projetos e capacidade administrativa para gerir os espaços. O religioso destacou que normalmente as áreas sob viadutos são ocupadas por pessoas em situação de rua, são pontos de uso abusivo de álcool e outras drogas, representando risco para essas pessoas e gerando insegurança à comunidade.

Paulo dos Reis disse que membros da igreja já têm identificado pessoas circulando no local, dormindo e montando barracas. “O trabalho de inclusão social é fundamental”, defendeu.

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O bispo da Sara Nossa Terra, Daniel Estevão Goulart de Souza, complementou que a preocupação é a subutilização das áreas, que tendem a ser ocupadas por traficantes. “Não podemos ser omissos ou podemos ter a próxima cracolândia de Belo Horizonte”, advertiu.

Parcerias podem ser solução

O comandante do 13° Batalhão da Polícia Militar, que atende a região, tenente-coronel Sérgio Rodrigues Dias, admitiu que a ocupação desordenada de qualquer área fomenta a atividade criminal. Ele considera que o viaduto pode reduzir furtos em semáforos, mas também pode atrair prostituição e, com isso, trazer drogas. Atualmente, o bairro tem índices baixos de violência e apresentou redução de 63% nos registros de crimes contra o patrimônio nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Representante da Prefeitura de Belo Horizonte, o engenheiro de obra da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Tarcísio Santos Mendes, explicou que o projeto já prevê o uso das áreas sob o viaduto como academias, ciclovia e praças. Concordou, no entanto, que sugestões podem ser consideradas para a obra final.

A parceria entre a prefeitura e organizações sociais para o desenvolvimento de projetos foi aceita por parlamentares que participaram da audiência pública e pela secretária de Estado de Desenvolvimento Social, a deputada licenciada Alê Portela (PL), autora do requerimento para a realização da reunião. Ela defendeu o envolvimento de toda a comunidade na definição do projeto, ao considerar que os impactos afetam a todos.

O deputado Carlos Henrique (Republicanos) comparou a situação às parcerias que já são estabelecidas para conservação de parques e praças na Capital. “O viaduto, a despeito do interesse da mobilidade, também gera impacto local. É importante pensar em medidas de compensação”.

O deputado Bruno Engler (PL) elogiou as sugestões apresentadas e considerou que elas têm por objetivo tentar evitar problemas que possam atingir futuramente a região. “Ocupar o espaço com atividade positiva não permite que se torne uma zona problemática”, afirmou.

Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização - debate sobre o planejamento urbano no Bairro Dona Clara em Belo Horizonte

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