Programa de aceleração fomenta o desenvolvimento de projetos premiados pela ALMG
Iniciativas para a convivência com a crise climática passarão, ao longo do semestre, por workshops e mentorias promovidos pelo parque tecnológico BH-TEC.
13/03/2025 - 16:45As dez iniciativas selecionadas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para receber o Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação - Crise Climática, neste mês de março, iniciam uma nova fase para a elaboração de seus projetos, que prometem soluções científicas, sociais e produtivas para a convivência com fenômenos climáticos extremos.
A participação no Programa de Aceleração do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) é parte do prêmio conquistado e abrange atividades presenciais e on-line, com encontros quinzenais individualizados, presenciais ou virtuais, destinados ao desenvolvimento das soluções selecionadas no concurso.
Durante seis meses, os participantes receberão visitas in loco da equipe do BH-TEC, além de mentorias e capacitações sobre comunicação, compras governamentais, negócios e outros temas relacionados, conduzidas por facilitadores com expertise em diversas áreas do conhecimento. As visitas têm início nesta sexta-feira (14/3/25), no município de Pedro Leopoldo (Central), enquanto os workshops já estão ocorrendo desde janeiro.
Ao final, cada projeto vai realizar uma Prova de Conceito (ou PoC, do inglês Proof of Concept), que consiste em um teste da viabilidade prática das soluções apresentadas, apontando suas suscetibilidades e necessidades de aprimoramento.
“Através desse teste, os empreendedores saberão o quão adequada está sua solução e terão contato com o cliente pela primeira vez”, explica Camila Viana, head de Sustentabilidade do BH-TEC e coordenadora do programa de aceleração.
O objetivo final é orientar os gestores dos projetos para o refinamento da proposta.
Para o presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), o programa cumpre também o papel de aperfeiçoar as iniciativas premiadas sob o prisma da realidade do Estado.
Visitas, workshops e mentorias qualificam soluções
Dentro do programa de aceleração, estão previstas visitas aos locais onde estão sendo idealizadas as iniciativas, para identificar expectativas e necessidades de apoio para os testes de viabilidade. Elas acontecem entre os dias 14 de março e 12 de abril. Entre os municípios que serão visitados estão Pedro Leopoldo, Contagem, Florestal (os três da Região Central), Itajubá (Sul), Viçosa (Zona da Mata), Ipatinga (Rio Doce), Janaúba (Norte), Uberlândia e Araguari (ambas do Triângulo).
As capacitações oferecidas pelo programa, já em andamento, envolvem 6 workshops relacionados a temáticas como:
- Definição e execução de uma Prova de Conceito
- Escalabilidade e replicabilidade de negócios
- Aspectos ambientais, sociais e governança
- Impacto socioambiental de negócios
Outros 3 workshops serão realizados de forma personalizada, atendendo a demandas específicas de aperfeiçoamento de cada projeto.
A consultora administrativa da ALMG, Betânia Almeida, facilitará um dos workshops, sobre o tema de contratação de inovação pelo setor público. “Vamos abordar os diversos instrumentos de contratação utilizados pelo poder público e discutir como as startups e negócios inovadores podem participar dos processos de licitação e se beneficiar deles”, descreve.
Ela afirma que, em diversos países, as compras públicas são utilizadas como instrumentos de estímulo à inovação. No Brasil, um conjunto de leis já permite à Administração Pública a contratação de soluções inovadoras desenvolvidas por startups, buscando o tratamento de problemas públicos com respostas modernas e mais eficazes.
Os responsáveis pelos projetos contarão ainda com o auxílio de mentorias e plantões especializados, liderados por profissionais do BH-TEC e de parceiros como o Laboratório de Inteligência em Divulgação Especializada (Rede Lide), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep/UFMG).
Cristina Guimarães é gerente de Desenvolvimento Institucional do BH-TEC e mentora de comunicação do programa. Ela defende que “a comunicação é um pilar estratégico na comercialização de projetos de impacto social e na formação da opinião pública, colaborando para a captação de potenciais parceiros”.
As mentorias, de acordo com Cristina, são importantes também por fomentar as conexões entre as startups participantes do desafio e a comunidade do BH-TEC: centros de Pesquisa e Desenvolvimento, projetos da UFMG e outros parceiros estratégicos.
Efeitos da crise climática pautam atuação do Parlamento mineiro
O Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação, que proporcionou a seleção das iniciativas e a sua participação no Programa de Aceleração do BH-TEC, integra um conjunto de ações que estão sendo desenvolvidas no âmbito do projeto institucional Crise Climática em Minas: Desafios na Convivência com a Seca e a Chuva Extrema, lançado pela ALMG em março de 2024.
Como parte do projeto, um seminário levou a discussão sobre os desafios da crise climática para todas as regiões do Estado, com o envolvimento de grupos técnicos formados por especialistas, sociedade civil e representantes de instituições públicas.
Toda essa articulação resultou em um relatório com mais de 300 diretrizes voltadas para o acesso à água, previsibilidade do clima, resposta a calamidades e planejamento ambiental.
A secretária-geral da Mesa da Assembleia, Luíza Homen Oliveira, explica que essas diretrizes passaram a orientar duas frentes de trabalho do Parlamento mineiro. A primeira delas está relacionada à atuação legislativa típica, incluindo a apresentação de projetos de lei e de requerimentos relativos a pedidos de informação ou providências, além da realização de debates públicos que pautem a questão ambiental e os impactos dos fenômenos climáticos extremos.
A segunda está voltada para o impulsionamento de políticas públicas, por meio de ações que contribuam para potencializar soluções para convivência com a seca e as chuvas extremas.
De acordo com Luíza, o Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação compõe esta frente, com o intuito de identificar e fomentar soluções em construção pela sociedade civil.
Ainda integra esse segundo eixo o planejamento e a execução de projetos prioritários, com o objetivo de contribuir para a redução dos efeitos da crise climática no Estado de Minas Gerais, por meio da articulação de parcerias com o poder público, universidades e órgãos técnicos.


