Durante a Reunião Ordinária de Plenário desta terça-feira (22/11/22), o posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), no atual momento vivido pelo Brasil, foi objeto de elogios, de um lado, e de críticas, de outro. Os dois deputados que subiram à tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) avaliaram de modos opostos o silêncio do atual mandatário do País.

Eleito senador por Minas Gerais com mais de 3 milhões de votos, o deputado Cleitinho Azevedo (PSC) dedicou a Bolsonaro um hino de louvor e tentou confortá-lo: “Quero dizer ao presidente que levante a cabeça, pois já fez muito pelo Brasil”. Na opinião do parlamentar, o atual mandatário já entrou para a história, ao receber mais de 58 milhões de votos na eleição e por ter levantado a bandeira do patriotismo.

Cleitinho Azevedo ainda agradeceu Bolsonaro por apoiá-lo quando se tornou candidato a senador. “Você levantou a Direita no Brasil e, agora, vou trabalhar pela Direita”, indicou. O deputado ainda agradeceu aos mineiros: “Pelos próximos 8 anos como senador, vou honrar o meu mandato e representar todos vocês, os que votaram e os que não votaram em mim”, destacou. Agradeceu ainda aos colegas parlamentares e aos servidores da ALMG.

Pandemia de coronavírus

Mesmo classificando como “bonito” o hino de louvor trazido por Cleitinho Azevedo, o deputado Doutor Jean Freire (PT) questionou a fala do colega: “Foi dito para o presidente não desistir, mas ele baixou a cabeça na pandemia, quando mais precisávamos dele”.

Para Doutor Jean Freire, Bolsonaro ainda teria rebaixado as condições de vida do brasileiro e por isso, deveria “levantar a cabeça e assumir (a culpa)”. Ele ainda avalia que o silêncio do presidente está sendo deletério para o País, pois estimula atos golpistas de seus seguidores.

Taxa de esgoto

Respondendo à crítica de que o Bolsonaro não trabalha há mais de 20 dias, Cleitinho Azevedo, em aparte, disse que a Assembleia também não tem trabalhado há meses, pois não vem votando projetos em Plenário.

“Um projeto meu aprovado em 1º turno retira da conta de água a taxa de tratamento de esgoto em cidades onde o serviço não é prestado. Precisa ser aprovado em 2º turno. Peço ao Governo de Minas que destrave a pauta para votar projetos de todos os deputados”, disse.

Pauta travada

Continuando seu discurso, Doutor Jean Freire concordou que o Governo do Estado deveria destravar a pauta do Plenário. Voltando às críticas, o deputado parabenizou a equipe de transição do governo Lula por supostamente mostrar o quanto houve de desgoverno na gestão Bolsonaro. Ele citou o descalabro em hospitais, estradas federais e universidades.

Sobre esse último tópico, o parlamentar deplorou a atuação do reitor interventor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Janir Alves Soares. Segundo o deputado, o gestor estaria coordenando bloqueios de rodovias em Diamantina, questionando o resultado das eleições.

“Mesmo sendo um interventor, você representa a UFVJM hoje, mas espero que, a partir de janeiro, não a represente mais”, finalizou, dirigindo-se ao reitor.