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Povos indígenas vêm à ALMG cobrar efetivação de seus direitos

Participação Popular promove audiência nesta sexta (26) para ouvir indígenas da Capital e RMBH e autoridades ligadas à causa.

25/05/2023 - 15:54
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Com o objetivo de debater a participação dos povos indígenas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) nas políticas públicas de efetivação de seus direitos, a Comissão de Participação Popular promove reunião nesta sexta-feira (26/5/23). Solicitada pela deputada Bella Gonçalves (Psol), a audiência pública será realizada às 14 horas, no Auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

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De acordo com estudo do Centro de Documentação Eloi Ferreira (Cedefes), há 19 etnias indígenas que habitam Minas Gerais, sendo que só em Belo Horizonte ficam 7 mil, conforme o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as etnias que vivem na Capital e na Região Metropolitana de Belo Horizonte estão: os Pataxó e os Pataxó Ha-hã-hãe, da Aldeia Naô Xohã (em São Joaquim de Bicas); os Xukuru Kariri, da Aldeia Arapoã Kakyá (de Brumadinho); e os Kamakã Mongoió, da Aldeia Kamakã Mongoió (de Brumadinho). Já em outras regiões do Estado vivem: os Krenak, na região do Rio Doce; os Aranã, do Vale do Jequitinhonha; os xacriabá, no Norte de Minas; entre outros.

O Cedefes afirma que os indígenas são uma população que acessa parcamente seus direitos. Uma das causas dessa lacuna é a falta de conexão entre políticas de governo nas três esferas, o que leva a uma descontinuidade das ações voltadas a esses povos.

Pandemia

Os indígenas foram um dos grupos mais atingidos pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Além desse impacto pontual, os povos originários enfrentam desafios há séculos, como a dificuldade no acesso à educação e de participar de editais culturais devido à oralidade. Para Bella Gonçalves (Psol) a pandemia representou para os indígenas “um capítulo histórico de genocídio”, acrescentando ser necessário reafirmar as lutas históricas pelo direito cultural desses povos.

Ocupação

Em 2017, famílias indígenas Pataxó Hã-hã-hãe e de outras etnias da RMBH ocuparam a fazenda Santa Teresa, conhecida como Fucam (Fundação Educacional Caio Martins), em Esmeraldas (RMBH). Apoiada pela Associação dos Povos Indígenas de Belo Horizonte e regiões Nacionais (APIBHRN), a ocupação foi um protesto desses povos em função dos problemas históricos que enfrentam: falta de moradia, risco social, carência alimentar e dificuldade de acesso às políticas públicas.

A APIBHRN informou à época que essas famílias indígenas desempregadas e sem condições de pagar aluguéis avaliaram, de forma organizada, a necessidade de ter uma terra e um lugar comum de convívio e produção coletiva.

Nos últimos anos, a Assembleia de Minas realizou reuniões para tratar do descaso com que são tratados os indígenas em situação urbana ou desaldeados. Geralmente, a Casa desenvolve programações voltadas a esse público para lembrar o Dia da Resistência dos Povos Indígenas e o Abril Indígena.

Para a reunião desta sexta-feira (26), foram convidados membros de várias dessas etnias da Capital e RMBH, além de representantes da Procuradoria da República em Minas Gerais, da Defensoria Pública, do Governo de Minas, entre outros.

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