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Plenário já pode votar em definitivo projeto do governo que altera contribuições do Ipsemg

Comissão de Fiscalização Financeira deu parecer de 2º turno favorável ao projeto, mas com duas emendas. Uma delas impede que o governo venda de imóveis do instituto.

03/12/2024 - 12:51 - Atualizado em 03/12/2024 - 15:00
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O Projeto de Lei (PL) 2.238/24, do governador Romeu Zema, que altera valores de contribuição para o Instituto dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), recebeu parecer favorável de 2º turno da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (3/12/24).

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Na discussão do projeto, foram apresentadas 12 propostas de emendas, das quais duas, ambas de autoria da deputada Beatriz Cerqueira (PT), foram aprovadas. A primeira delas permite que os servidores aposentados pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) mantenham o direito  à assistência à saúde pelo Ipsemg, mediante opção formal e nos termos de regulamento.

Já a segunda emenda exclui do texto aprovado em 1º turno (vencido) a autorização para venda de imóveis do Ipsemg. O projeto original autoriza o Estado de Minas Gerais a vender seis imóveis pertencentes ao patrimônio do instituto, três deles no Centro de Belo Horizonte, dois no Bairro Funcionários, também na Capital, e um deles no Bairro São José Operário, no Município de São João del-Rei (Região Central).

O parecer do relator da FFO, deputado Zé Guilherme (PP), foi pela aprovação do PL 2.238/24 na forma do substitutivo nº 1, que incorporou as duas emendas. A proposição segue agora para votação definitiva em 2º turno no Plenário da ALMG.

Redução de danos

Autora das duas propostas de emenda acatadas pelo relator, a deputada Beatriz Cerqueira lembrou durante a discussão que a luta da oposição contra o projeto se iniciou em março e saudou os servidores que acompanhavam a reunião da galeria.

Segundo a parlamentar, na tramitação em 1º turno, a estratégia de obstrução permitiu que os servidores ganhassem tempo para compreender o projeto e se mobilizar, mas agora no 2º turno o desafio era outro. “Nós tínhamos dois caminhos: eu poderia fazer os discursos radicais que ficariam ótimos no Instagram ou teríamos que entrar numa rota de redução de danos”, afirmou.

De acordo com a deputada, as emendas apresentadas na reunião da FFO desta terça (3) tiveram o objetivo de fazer uma mediação dentro do Parlamento para diminuir os impactos para os servidores, tocando em questões estruturantes do projeto.

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Entre os temas das emendas que foram rejeitadas, estava a extinção de uma alíquota adicional de 1,2% proposta pelo governo para os contribuintes com mais de 59 anos de idade. “É quando a pessoa começa a tomar mais remédios e precisa de mais recursos”, opinou o deputado Sargento Rodrigues (PL), autor de algumas das emendas que não receberam aval da comissão.

Para ele, as emendas apresentadas buscaram resgatar a sensibilidade na gestão do instituto. “O projeto prejudica exatamente os servidores que têm o salário menor do Estado”, lamentou.

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O que permanece no projeto

O PL 2.238/24, na forma como será apreciado em votação definitiva no Plenário da ALMG, atualiza os valores mínimo e máximo descontados dos servidores para acesso à assistência médica, hospitalar, farmacêutica e odontológica do Ipsemg. O piso de contribuição aumenta de R$ 33,02 para R$ 60, enquanto o teto sofre reajuste de R$ 275,15 para R$ 500.

A alíquota de contribuição dos servidores permanece inalterada, em 3,2%, mas o projeto cria uma alíquota adicional de 1,2% para usuários com mais de 59 anos de idade. A norma também acaba com a isenção de contribuição para dependentes de servidores com até 21 anos.

O texto original do governador previa ainda contribuição de 3,2% para dependentes com invalidez, doença rara, com deficiência intelectual ou mental, ou deficiência grave com idade igual ou superior a 39 anos. Esses pontos, contudo, foram excluídos na tramitação em 1º turno e esses dependentes continuarão isentos do pagamento.

Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária - análise de proposições (reunião das 11:00)
Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária - análise de proposições (reunião das 11:00)
"O governo Zema não valoriza o servidor público. O que a gente faz aqui é tentar impedir que suas propostas nefastas avancem e, quando é o caminho possível, reduzir os danos."
Beatriz Cerqueira
Dep. Beatriz Cerqueira

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