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Parlamentares e trabalhadores do Suas cobram recursos para a assistência social

Orçamento de ações voltadas para a população mais vulnerável ainda não contempla suplementação de recursos aprovada pela ALMG.

28/05/2024 - 19:18
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Parlamentares e trabalhadores da assistência social cobraram a destinação de recursos para o combate à miséria, durante a reunião da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta terça-feira (28/5/24).

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A pedido da deputada Bella Gonçalves (Psol), a comissão recebeu representantes do Governo do Estado para explicar por que a totalidade dos recursos adicionais aprovados para o Fundo Estadual de Assistência Social (Feas) ainda não está assegurada para o financiamento do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Conforme explicou a parlamentar, a Lei 24.725, aprovada pela ALMG e sancionada pelo governador Romeu Zema no dia 14 de maio, garantiu uma suplementação orçamentária de mais de R$ 225 milhões para o Feas. A fonte dos recursos é o Fundo de Erradicação da Miséria (FEM), financiado com a elevação de impostos sobre produtos supérfluos, aprovada no ano passado.

Ainda de acordo com a deputada Bella Gonçalves, no início deste ano, o Feas teve aprovado um orçamento de mais de R$ 102 milhões com recursos do Tesouro do Estado. Em maio, esse valor foi reajustado para R$ 107 milhões. Com isso, no entendimento da parlamentar, o Feas teria R$ 332 milhões para financiar programas e ações voltados para a população mais vulnerável.

A parlamentar defendeu que os recursos adicionais do Feas sejam direcionados para demandas que ela considera urgentes, como a revisão do Piso Mineiro de Assistência Social, a ampliação do atendimento à população de rua e o fortalecimento dos Centros de Referência em Assistência Social (Creas).

O problema é que o Plano Estadual de Assistência Social prevê a utilização apenas dos R$ 107 milhões em 2024. Segundo a subsecretária de Estado de Assistência Social, Mariana de Resende Franco, a programação orçamentária das ações nessa área, aprovada no início do ano e atualizada em maio, contempla esse valor, que foi autorizado por decreto governamental.

De acordo com o superintendente central de Planejamento e Orçamento, Túlio de Souza Gonzaga, essa programação é definida pelo Comitê de Orçamento e Finanças (Cofin), que reúne representantes das Secretarias de Estado de Fazenda, de Governo e de Planejamento e Gestão, além da Secretaria-Geral do Estado.

Túlio Gonzaga esclareceu que, para definir a autorização de gastos governamentais, o Cofin leva em consideração o cenário fiscal do Estado, que enfrenta um déficit orçamentário de mais de R$ 8 bilhões neste ano. Segundo ele, com exceção de saúde, educação e pesquisa científica, que têm verbas carimbadas, todas as demais políticas públicas estão sujeitas a ajustes devido a esse desequilíbrio fiscal.

Diante do posicionamento dos representantes do governo, a deputada Bella Gonçalves reiterou que os recursos da assistência social precisam considerar o orçamento autorizado no início do ano somado à suplementação aprovada pela ALMG. 

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A 1ª vice-presidenta da ALMG, deputada Leninha (PT), defendeu o cumprimento do acordo que viabilizou a aprovação da Lei 24.725. Ela assumiu o compromisso de retomar as negociações com o governo para garantir que os recursos da suplementação orçamentária do Feas sejam de fato destinados à assistência social.

Conselho cobra recursos para a assistência social

A destinação dos R$ 332 milhões para o combate à miséria também foi defendida por Isac dos Santos Lopes, integrante do Conselho Estadual de Assistência Social. “Esses recursos são necessários para atender as demandas da assistência social”, afirmou.

A vice-presidenta do Conselho Regional de Assistência Social, Gláucia de Fátima Batista, lembrou que o amparo aos segmentos mais vulneráveis da população é um direito assegurado pela Constituição Federal, que preconiza a proteção da família, da maternidade, da infância, da adolescência e da velhice, além do pagamento de benefícios a pessoas com deficiência e idosos carentes.

“As demandas de Minas Gerais são gigantes. A fome não espera, e depois da pandemia de covid-19, as dificuldades aumentaram. Precisamos de políticas públicas que funcionem adequadamente, para atender às necessidades da população mineira”, afirmou.

Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social - debate sobre o Suas e o Feas
"É preciso garantir recursos para atender as questões mais básicas da população. Temos que pensar na família que está passando fome, na mulher em situação de violência, no idoso que está em uma instituição de longa permanência."
Bella Gonçalves
Dep. Bella Gonçalves

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