Municípios denunciam má prestação de serviço pela Cemig
Prefeitos, vereadores e secretários apontam prejuízos com constantes picos de energia, além de problemas no atendimento da Cemig.
13/03/2025 - 14:51Prefeitos, vereadores e secretários de vários municípios mineiros relataram uma série de problemas com a prestação de serviços da Cemig nesta quinta-feira (13/3/25). As denúncias e solicitações foram feitas durante audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
As principais reclamações foram sobre picos de luz reiterados. Segundo os representantes municipais, esses picos levam a uma série de prejuízos, como a queima de eletrodomésticos nas casas e a perda de produtos refrigerados no comércio. Alguns dos convidados falaram, ainda, dos riscos à saúde quando os picos atingem hospitais.
Questões específicas das áreas rurais também foram levantadas. Os prefeitos e vereadores afirmaram que, nessas localidades, é comum que o retorno da energia elétrica demore três ou quatro dias depois da queda. Além disso, moradores das áreas rurais precisam se deslocar por quilômetros, mensalmente, para informar a Cemig do seu consumo mensal.
Foram criticados, ainda, os poucos postos de atendimento da Cemig, muitas vezes instalados em locais com pouca estrutura para o atendimento.
Os deputados Adriano Alvarenga (PP), Charles Santos (Republicanos) e Carol Caram (Avante) ressaltaram a importância da reunião para encaminhar a solução dos problemas apresentados. O deputado Adriano Alvarenga solicitou os endereços precisos das denúncias apresentadas pelos prefeitos e vereadores e disse que a Cemig vai oferecer respostas a todas.
A deputada Carol Caram pediu que a companhia energética enviasse aos parlamentares informações como cronograma de obras, destinação dos recursos e planos de melhorias.
Dificuldades com interligação de usinas fotovoltaicas
Outro tema abordado na reunião foi a dificuldade de interligação de usinas fotovoltaicas à rede da Cemig. Quem falou da questão foi Débora Chamon, assessora jurídica do Procon Assembleia. Segundo ela, demandas sobre a questão têm chegado ao órgão de defesa do consumidor.
De forma geral, as pessoas montam suas usinas conforme orientações da Cemig, mas depois têm dificuldades em vender tal energia. Isso porque a companhia energética limita essa venda nos horários de pico, sob a alegação de que nesses momentos a rede de distribuição está sobrecarregada.
Débora Chamon afirmou que, se há gargalos na oferta da energia, como evidenciado na reunião, e há pessoas querendo ofertar mais energia, esse gargalo precisa ser resolvido.
Cemig acolhe demandas e anuncia investimentos
Diretora de Relações Internacionais da Cemig, Roberta Rolim confirmou a importância da audiência para que a empresa conheça as principais demandas dos contribuintes.
Ao reconhecer que ainda é preciso avançar na qualidade do fornecimento de energia, ela exaltou os investimentos realizados e previstos no governo Zema.
A diretora informou que o plano de investimentos da Cemig de 2019 a 2028 é de R$ 49 bilhões, sendo que R$ 23 bilhões já foram executados até 2024.
Entre as entregas em curso ou planejadas, Roberta citou 200 subestações, a modernização de 100 subestações já construídas e a conversão de 30 mil quilômetros de redes monofásicas para trifásicas. Outros números destacados por ela foram a previsão de 52 mil quilômetros de limpeza de faixa até o final do ano, as 740 mil árvores podadas apenas em 2024 e a redução de 90% do número de obras atrasadas entre 2018 e 2023.
