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Fechamento da usina da Gerdau em Barão de Cocais será discutida nesta quinta (4)

Empresa alega perda de competitividade da unidade fechada e decisão pode acarretar 487 demissões.

03/07/2024 - 15:30 - Atualizado em 03/07/2024 - 17:08
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A decisão do Grupo Gerdau de fechar sua usina metalúrgica localizada em Barão de Cocais (Região Central) será debatida em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quinta-feira (4/7/24), a partir das 10 horas. A reunião será realizada no Auditório José Alencar.

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A audiência pública é organizada pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social, atendendo requerimentos de autoria de seu presidente, deputado Betão (PT), e das deputadas Nayara Rocha (PP) e Beatriz Cerqueira (PT).

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O fechamento da usina de Barão de Cocais foi anunciado pelo Grupo Gerdau no dia 27 de maio. Em um comunicado oficial, a empresa afirmou que a decisão foi tomada após uma análise de competitividade da usina, que operava desde 1988, sendo a primeira unidade do grupo em Minas Gerais.

“Os custos elevados de matérias-primas e a insuficiência da produção de minério de ferro próprio, em Minas Gerais, somados a uma estrutura com menor nível de atualização tecnológica da usina, estão afetando diretamente a competitividade da unidade frente ao cenário desafiador do setor”, explica a nota da empresa.

Em um requerimento conjunto, a deputada Nayara Rocha e o deputado Betão manifestaram preocupação com o impacto econômico e social do fechamento da usina para a região de Barão de Cocais, contribuindo para a elevação do índice de desemprego local. A deputada Beatriz Cerqueira ressaltou que estão previstas 487 demissões.

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Segundo informações do gabinete de Beatriz Cerqueira, a categoria aprovou o estado de greve no dia 3 de junho. No entanto, cerca de 200 trabalhadores já foram desligados da empresa, sem comunicado prévio nem negociação coletiva. Representantes sindicais pedem a manutenção dos salários, dos direitos e dos postos de trabalho, inclusive dos terceirizados, e a reintegração dos demitidos.

De acordo com notícia publicada pelo jornal O Tempo, a usina de Barão de Cocais tinha cerca de mil funcionários e capacidade produtiva de 330 mil toneladas de aço por ano. No comunicado divulgado à imprensa, a empresa diz estar tomando providências para reduzir o impacto das demissões.

“A companhia está empenhada em conduzir esse processo de forma humanizada para minimizar o impacto para o público interno e comunidades vizinhas. A empresa buscará a realocação do máximo de colaboradores em outras unidades, além de oferecer programas de capacitação na área industrial para os profissionais e gestão com foco no empreendedorismo para a comunidade”, prometeu a empresa na nota oficial.

Representantes  do grupo Gerdau foram convidados para audiência pública. Confirmaram participação, entre outros, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jairo Nogueira Filho, o presidente do Sindicato de Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, e o diretor do Sindicato Metabase Inconfidentes, Carlos Alexandre da Silva.

Municípios Mineiros - Barão de Cocais
“É inadmissível que o governo de Minas Gerais vire as costas para quase 500 trabalhadores, ao mesmo tempo que dá mais de R$ 18 bi em isenções fiscais para diversos setores. A conta não fecha e quem vai pagar esse saldo é a população, que vai sofrer com o aumento do desemprego e a falta de recursos na região.”
Betão
Dep. Betão
"Na hora de cuidar dos seus próprios interesses, as mineradoras são sempre muito atentas e muito rápidas, mesmo que isso prejudique centenas de trabalhadores, suas famílias e toda uma cidade. Então a Gerdau deve explicações à sociedade, por isso a audiência pública, para que nós possamos ouvir os trabalhadores impactados por essa medida e cobrar providências da Gerdau e de proteção aos interesses mineiros e do município."
Beatriz Cerqueira
Dep. Beatriz Cerqueira

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