Notícias

Diante de muitas reclamações, Cemig oferece canal direto para atender produtores rurais

Programa Cemig Agro, apresentado em Araxá, seria resposta às queixas sobre quedas constantes de energia e demora no religamento.

22/04/2024 - 19:22
Imagem

Produtores e sindicatos rurais do Estado terão canais exclusivos de atendimento na Cemig. A iniciativa integra o programa Cemig Agro, uma resposta da companhia às crescentes reclamações de interrupção de energia no campo, com prejuízos como perda de insumos e de leite e queima de maquinário.

Nesta segunda-feira (22/4/24), em audiência da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada em Araxá (Alto Paranaíba), a estatal apresentou os novos números de telefone, depois de ouvir reclamações das autoridades locais e de produtores, sobretudo quanto ao tempo de religamento da energia, que pode demorar dias.

O autor do requerimento para a audiência, deputado Bosco (Cidadania), trouxe queixas dos produtores e citou as terceirizações na Cemig como uma das causas do problema.

Citação

O prefeito de Araxá, Robson Magela, acrescentou que a cidade está perdendo investimentos de empresas, que deixam de se instalar no local pela insegurança em relação ao fornecimento de energia. Segundo ele, o comércio também tem sofrido com perdas de produtos que dependem de refrigeração.

Vídeo

Comunidade tem várias demandas

A pequena margem de lucro dos produtores foi pontuada pelo vereador João Bosco Júnior, presidente da Câmara Municipal de Araxá. “Se quebra um maquinário, o prejuízo é enorme”, afirmou. Seu colega no legislativo municipal, vereador Luiz Carlos Bittencourt, acrescentou que se não houver uma solução imediata, o produtor, sobretudo de leite, vai ter que deixar a atividade

Citação

A assessora da Faemg também demandou mais informação e melhor escuta por parte da Cemig e conclamou os produtores a cobrarem em caso de perda de produtos e equipamentos.

Os deputados Gustavo Santana (PL) e Doutor Maurício (Novo), que também são produtores rurais, reforçaram as queixas, que são as mesmas nas regiões onde atuam. “Vamos cobrar melhorias porque o agro sustenta o Brasil e precisamos dar garantias aos produtores”, afirmou o primeiro.

Doutor Maurício saudou os investimentos anunciados pela Cemig, mas defendeu o modelo paulista de gestão da energia, com a privatização e a divisão da antiga Eletropaulo em empresas específicas de produção, distribuição, manutenção e arrecadação. “Nosso Estado é um continente. Uma empresa apenas não dá conta”, justificou.

Governo e Cemig apresentam investimentos

O Cemig Agro tem quatro pilares, conforme destacou Luciene Resende Silva, superintendente de Relacionamento dos Clientes da Cemig. O primeiro é, justamente, o relacionamento e envolve reuniões e visitas aos sindicatos e os telefones 0800 exclusivos. A automação das redes, para agilizar o religamento, é outro ponto. E tem ainda a manutenção, com retiradas de árvores e capina.

O quarto pilar abriga os anteriores e envolve o investimento nos programas em curso na Cemig, como a implantação de 200 novas subestações – metade já concluída – e a conversão de mais de 30 mil quilômetros de rede monofásica em trifásica, além da construção de mais de 3.500 km de linhas de distribuição.

“Hoje temos redes alimentadoras extensas. Como as subestações, diminuímos essa extensão e garantimos mais flexibilidade de operação”, explicou Luciene. Em Araxá e região, segundo ela, serão seis novas subestações e 165 km de novas linhas, além de melhorias nos equipamentos já existentes, totalizando investimentos de R$ 343 milhões no ciclo 2023-2027. A região envolve nove municípios.

O diretor de Relações Institucionais da Cemig, João Paulo Menna Barreto, reforçou que o Cemig Agro dialoga de forma mais técnica e específica com o público, com atendimento feito por pessoas que entendem essas demandas. Ele ainda frisou o investimento total recorde da companhia neste ciclo, de R$ 21,9 bilhões. Segundo o diretor, isso só foi possível porque o governador Romeu Zema determinou que a Cemig investisse apenas em Minas.

“Vamos virar essa chave. É compromisso do governador entregar energia de qualidade”, sinalizou também o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez. Ele ressaltou a importância do agronegócio para o Estado. “Atingimos em 2023 a marca histórica de R$ 1 trilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. O agro foi o que mais cresceu, com alta de 11,5% em relação a 2022”, afirmou.

O Cemig Agro ainda não foi lançado oficialmente, embora já disponha de números exclusivos para o atendimento do setor agropecuário. Durante a audiência, a empresa também montou um posto de informações para atendimento a prefeitos, vereadores e produtores.

Para Bosco, o Cemig Agro “traz um norte” para os produtores, não só pela contratação de pessoal qualificado e aquisição de equipamentos, mas também pela interlocução que promove com os sindicatos e a Faemg. “Os sindicatos serão mais um canal, além do canal direto com a Cemig”, salientou.

Comissão de Minas e Energia - debate sobre o fornecimento de energia no Alto Paranaíba
“Essa falta de energia não é de agora, vem de muito tempo. Mas, antes, os servidores da companhia conheciam os problemas e a região. Então, a resposta era rápida”
Bosco
Dep. Bosco

Uma das causas dos problemas apontados pelos produtores rurais seria a terceirização dos serviços de manutenção da Companhia. TV Assembleia
“Precisamos de obras, mas também de equipes locais tanto para atender as emergências quanto para fazer a manutenção preventiva.”
Aline de Freitas Veloso
Assessora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg)

Receba as notícias da ALMG

Cadastre-se no Boletim de Notícias para receber, por e-mail, as informações sobre os temas de seu interesse.

Assine